Quando fiz esse fio sobre os dados da Coronavac no Chile 🇨🇱, muita gente ficou apreensiva pela quantidade de anticorpos induzidos. Resolvi fazer alguns comentários 📝sobre o isso! Acompanha👇
Buenas, selecionei alguns pontos aqui que acho que podem ajudar a gente a responder algumas dúvidas!
1⃣ O número de participantes
É um estudo de fase 2 então temos aí algumas centenas de participantes. No grupo acima de 60 anos, temos 14 amostras no grupo vacina
A partir daí a gente já percebe que é um N (número de amostras ou número amostral) baixo pra gente concluir que representaria uma população maior. Por tantos motivos e, somado mais este, que os estudos de fase 3 se fazem tão relevantes. Neles, teremos milhares de pessoas!
2⃣ Mas a resposta de anticorpos e células também não é baixa?
Isso pode também ser em decorrência desse N mais baixo, mas é uma boa notícia termos detectado a presença dessa resposta. Muitas pessoas estavam apreensivas se essa resposta estava presente - e parece estar!
Outro ponto sobre isso: mesmo que a resposta de anticorpo para uma ou outra molécula possa parecer mais baixa, temos que lembrar que vacinas de vírus inteiro (inativado, no caso) promovem uma imunidade contra diferentes partes do vírus
E para variantes, isso é algo que pode nos ajudar: mesmo uma mudança na proteína S, por exemplo, a possibilidade de ter anticorpos que reconheçam outras partes do vírus pode ainda ajudar a manter uma proteção contra a doença
Outro ponto - vacinas de vírus inativado para o influenza (vírus da gripe): Nesse estudo em camundongos, os autores comentam que mesmo com uma baixa resposta de anticorpos neutralizantes, a vacina pode ser mais eficaz do que o sugerido por esses testes
O que nos remete ao início: para eu saber, na vida real, o quanto esses níveis de anticorpos vão proteger a população vacinada, eu preciso observar os dados de eficácia que a fase 3 irá fornecer. Até lá, sugerir que esses baixos níveis não podem conferir proteção é precoce
Então, até o momento temos:
🔵 É esperado que vacinas de vírus inativado induzam menos quantidade de anticorpos para proteínas específicas quando comparadas com outras plataformas (vetor adenoviral, RNA mensageiro...), mas uma variedade de anticorpos maior (abrangência)
🔵Um dos principais achados aqui sem dúvida é a detecção de resposta celular, o que traz um indicativo interessante e que espero que seja confirmado com próximos estudos
🔵O N desse estudo do 🇨🇱 é pequeno mas os dados são interessantes e vão se somar a próximos estudos
👉Portanto, da mesma forma que comentei ali no estudo da Turquia com as eficácias das análises iniciais que temos que esperar mais dados com um N maior para poder entendê-los melhor, mesma coisa aqui. A boa notícia sem dúvida é a detecção das células
A Sinovac atualizou a página dela com alguns dados dos ensaios da Coronavac (atualização em 03/04/2021 via maravilhosa @anarina ) : sinovac.com/?optionid=754&…
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Casos de Oropouche em SC: pela primeira vez na história do estado, casos foram registrados em Botuverá (Vale do Itajaí).
A Febre do Oropouche é causada por um vírus (OROV), transmitida por mosquitos e é mais uma doença que pode estar sendo agravada por mudanças climáticas🔻
Três pacientes em Botuverá (entre 18 e 40 anos, sem histórico de deslocamento para fora do estado) foram confirmados até o momento.
A febre do Oropouche foi isolada pela 1ª vez no Brasil nos anos 60, com surto recente na região norte do país g1.globo.com/ac/acre/notici…
A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados. Entre os vetores, o mosquito-pólvora ou maruim (Culicoides paraenses) é o principal, mas em centros urbanos, o Culex quinquefasciatus pode ser um potencial vetor
Covid-19 pode aumentar riscos por até um ano após a infecção para desfechos psiquiátricos como:
- transtornos psicóticos, de humor, de ansiedade, por uso de álcool e do sono
Riscos maiores em pessoas hospitalizadas, e menores entre vacinados 🔻
a Covid-19 pode também trazer um risco aumentado de o indivíduo precisar de prescrição de medicamentos psiquiátricos por conta dessas alterações persistentes, comparado com aqueles sem evidência de infecção mas que passaram por estressores parecidos relacionados à pandemia
Mesmo em quem teve Covid-19 leve, esses riscos estavam presentes. Apesar de riscos serem ainda maiores para quem teve Covid-19 mais séria, não se pode subestimar o impacto de uma infecção leve considerando as sequelas pós-Covid
Desde Jan/22, o CDC estima que mais de 82 milhões de aves foram afetadas pela gripe aviária (H5N1), em 48 estados, nos EUA. Com casos do vírus avançando entre mamíferos, fica a pergunta: hoje, o risco global é baixo, mas será que saberemos a tempo, quando não ser?
O fio 🔻
O dado de cima foi tirado do monitoramento do H5N1 pelo CDC, pode ser conferido aqui:
Hoje foi publicado um texto que preparei para o @MeteoredBR sobre os casos de gripe aviária em rebanhos leiteiros no Texas, Michigan e Kansas.
Alterações no sistema imunológico podem estar presentes 8 meses após a infecção, mesmo em pessoas com Covid-19 leve a moderada.
Essas alterações podem manter a inflamação de forma contínua e sustentada nessas pessoas, levando a danos em diferentes tecidos 🔻
O estudo recente analisou o sangue de pacientes com Covid longa (CL), e comparou as amostras com:
- Indivíduos recuperados de mesma idade e sexo sem CL;
- Doadores não expostos;
- Indivíduos infectados com outros coronavírus.
O que os pesquisadores encontraram?
A Covid Longa leva a uma ativação anormal das células da imunidade inata (primeira linha de defesa do organismo, que respondem a qualquer invasão ou lesão, de forma inespecífica)
Estudo com 56 indivíduos com ~10 anos, com COVID longa (vs. 27 sem COVID Longa) mostrou alterações importantes relacionadas à função autonômica do coração, que também podem ser vistas em adultos com COVID longa.
COVID longa em crianças NÃO DEVE ser minimizado🧵
Os autores apontam que essas alterações poderiam levar a um fluxo sanguíneo anormal aos órgãos, contribuindo para sintomas como fadiga, dores musculares, intolerância ao exercício e dispneia, sintomas cognitivos (ex.: confusão mental)
Em adultos, essa disfunção autonômica pode estar presente e ligada a sintomas e condições da COVID longa relacionados ao sistema cardiovascular e respiratório, como a síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), fadiga e distúrbios das vias aéreas, por exemplo
Estudo interessante da @VirusesImmunity e colegas, mostra diferenças em como a COVID longa afeta homens e mulheres: mulheres são mais propensas a apresentar COVID longa, com uma carga maior de sintomas afetando diferentes órgãos, e hormônios podem ser preditores da condição 🧵
O grupo de pesquisadores investigou como o perfil imunológico na COVID longa pode diferir entre homens e mulheres e se isso poderia nos ajudar a entender como essa condição afeta ambos.
165 indivíduos (com ou sem COVID longa) foram avaliados.
O estudo identificou que alguns sintomas relacionados à COVID longa são mais presentes em mulheres (como inchaço, dores de cabeça, dores musculares, cãibras, queda de cabelo) e outros, mais em homens, como a disfunção sexual