A pobreza persiste e as elites não dão muita bola. Por que será? Herbert Gans levantou 15 razões pelas quais a pobreza beneficia os não pobres: segue o fio
Razão 1: a pobreza garante q alguém faça o trabalho sujo, perigoso, temporário, sem dignidade e mal pago
Razão 2: os pobres subsidiam direta e indiretamente os ricos, dos empregados domésticos mal pagos aos impostos regressivos
Razão 3: a pobreza cria mercados para produtos piores. Gans fala: “de vinhos baratos a pastores pentecostais”
Razão 4: os pobres compram produtos que os outros não querem, de pão velho a roupas usadas a apartamentos ruins
Razão 5: os pobres podem ser punidos para que se legitimem normas sociais; por isso são acusados de preguiçosos, disonestos, etc (estereótipos)
Razão 6: os pobres “merecedores” dão aos +ricos uma oportunidade de mostrar sua compaixão, piedade e caridade
Razão 7: a visão dos pobres “não merecedores”, como em férias sexuais e alcólicas é usada para diminuir a responsabilidade social sobre eles
Razão 8: a pobreza ajuda a garantir o status daqueles que não são pobres, como marcadores sociais
Razão 9: os pobres ajudam na mobilidade econômica dos não pobres (ao terem negada uma educação, sofrerem discriminação e estereótipos como burros, etc)
Razão 10: os pobres também dão viabilidade social aos não pobres, que demonstram sua superioridade social (ou acham que demonstram)
Razão 11: os pobres construíram as pirâmides, os templos gregos, as catedrais medievais e contribuído para grandes projetos que definiram a cultura mundial
Razão 12: a “cultura dos pobres” serviu para ser apropriada pelos mais ricos: jazz, blues, música country (e muito q ainda não existia em 1972 quando Gans escreveu o artigo)
Razão 13: os pobres servem como elemento chave na construção de discursos políticos. A obsessão dos conservadores em reduzir impostos e gastos públicos vem da alegada inferioridade moral dos pobres como vagabundos, desonestos, etc
Razão 14: grandes projetos foram feitos desocupando as terras dos pobres; também constituem soldados que lutaram na disputa de terras e poder entre países
Razão 15: os pobres votam menos e por isso acabam deixando as classes médias e seus valores conservadores prevalecerem na política (têm sido abandonados tb pelos políticos)
Para concluir ele argumenta que a pobreza existe porque não só não ameaça mas beneficia de alguma forma aos grupos dominantes. Um bom ponto para reflexão
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Conheci o Príncipe Philip quando era fellow do St Edmund's College, na Universidade de Cambridge. Ele era patrono do college e veio para um jantar especial. O Master do college veio apresentá-lo a um "fellow brasileiro". (continua) bbc.com/news/uk-567034…
Ele perguntou bastante sobre a floresta Amazônica, sobre algumas tribos e sim, fez algumas brincadeiras, que não eram particularmente engraçadas. Depois da conversa o Master levou-o para apresentá-lo a outra pessoa de outra parte do mundo, e assim o senhor seguiu. (continua)
Senti que o trabalho dele ñ era fácil. Eu com a idade dele, então uns 85 anos, estaria melhor em casa. Mas acho que sim, ele tinha um senso de dever no que fazia. Suas piadas, hoje sinônimo de machismo e xenofobia, talvez sejam mais um sinal dos tempos (continua)
É hora de agir. Com a acentuação da crise a fome tem crescido como nunca. É hora de solidariedade, é hora de doar quem pode, com o que pode. A Folha traz uma série de sugestões na edição de hoje. Para quem não assina, incluo nesse fio algumas das sugestões.
A ONG Ação da Cidadania, que promoveu a campanha Ação contra o Corona, um dos 30 destaques do Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, com a qual distribuiu 8.000 toneladas de alimentos, prepara agora a campanha Brasil sem Fome. Para doar, acaodacidadania.org.br.
A iniciativa da Cufa abriu uma nova rodada de captação diante do agravamento da situação das 5.000 comunidades atendidas pela entidade no país. O objetivo é repetir os resultados de 2020, quando foram distribuídas 1,3 milhão de cestas básicas. Para doar maesdafavela.com.br.
Muita ideia bacana dada pela querida @_pinheira. Já que ela me colocou para trabalhar, digo algo também. Os ambientes acadêmicos dependem muito das áreas de financiamento que utilizam e dos países. Eu já estava acostumado com o Reino Unido mas tive um choque ao chegar na ESP...
Tudo que a Rosana falou sobre livros e papers é muito mais dramático aqui pois há um set-up de creditaçao de pesquisadores baseado em rankings de fator de impacto. Eu nunca dei bola para isso e vi vários trabalhos meus virarem pó de uma hora para outra ....
Ou seja, tem que conhecer a cultura acadêmica do país. Mas para publicar em journals bacanudos tem que enquadrar o seu artigo na pauta editorial do journal e do editor para o qual vc envia. Vou falar sobre isso