Preprint sobre o uso de ivermectina pra profilaxia pré exposição em profissionais da saúde na República Dominicana. Trata-se de um acompanhamento retrospectivo de pessoas que voluntariamente tomaram (0,2 mg/kg/semana) ou não a medicação. Segue...
O estudo carrega consigo uma enorme quantidade de vieses de seleção. Os pacientes foram recrutados por somente 1 mês, o que levou a um n pequeno. Também não há estimativa de amostra pra se chegar à uma conclusão do desfecho primário.
O uso de PCR+ como desfecho primário não é clinicamente relevante. Não foi explicado se os indivíduos testaram de rotina ou se só tivessem sintomas. Os desfechos de doença clínica e morte foram secundários.
Testagem na pré-exposição, devido a baixa incidência requer um n alto.
Apenas metade do grupo tratado recebeu as 4 doses e 40% recebeu somente 3 doses. Isso pode indicar uma perda de interesse por parte dos profissionais.
Não houve efeitos colaterais relatados.
A ivermectina esteve associada a 1,8% de positivos, enquanto o grupo controle 6,2%. Isso levou a uma redução de 74% no risco de contrair a doença (Reg Cox, com um intervalo de confiança alto: 21 a 90%). Não houve diferença na ocorrência de doença clínica (0:2) ou de morte (0:0).
A curva de positividade é diferente já na 1a semana, onde mais trabalhadores do grupo controle já estavam infectados. Em 30 dias, há uma diferença notável.
Porém, no acompanhamento tardio, houve equivalência das curvas. Não foi mencionado se as pessoas continuaram tomando a medicação ou se pararam por conta própria.
Nota-se um vies de conduta enorme do grupo de pesquisa, pois todo o paciente doente receberia tratamento com ivermectina, mesmo que não comprovada eficácia. Sendo retrospectivo e sem randomização, não é possível ter certeza do comportamento de cada grupo em relação à exposição.
Também na coorte não ajustada, vemos uma quantidade muito maior de trabalhadores do grupo controle classificados como alto risco de exposição (155 vs. 83), o que obviamente tem um impacto na contração viral.
Um n muito pequeno sendo acompanhado por menos de 30 dias não permite chegar à conclusão nenhuma. Mesmo que a ivermectina diminua a contração da doença, não parece afetar a clínica (que é mais importante).
Os autores, porém, limitam as informações de limitações...
Administrar profilaticamente ivermectina não parece ser uma medida razoável em pleno abril de 2021, depois de tantos casos de complicações relatadas e poucos estudos controlados, e com vacinas disponíveis para a equipe de linha de frente.
Segue uma cartilha de recomendações aos novos residentes médicos. Considero bem validas. Críticas são bem-vindas.
▪️Leia o Regimento da sua Comissão de Residência Médica (Coreme).
▪️Leia os últimos regulamentos da Comissão Nacional de Residência Médica.
▪️Cheque o cumprimento da carga horária prevista (60 h/sem). Mas atenção, vai ter dia em que isso vai extrapolar, depois compensa.
▪️Cobre a aplicação de no mínimo 10% da sua carga horária em atividade teórica (aulas, horário de estudo, clube de revista, congressos, tempo para TCC, etc).
▪️Seja respeitoso com os demais, inclusive com seus colegas. Você acabou de chegar. Não me venha botando banca em coisa que você não tem conhecimento completo.
▪️Cobre avaliações diversas. Fazer prova de múltipla escolha é ridículo. O ideal são testes de habilidade, baseado em competências.
▪️Verifique se seu programa está seguindo as Matrizes de Competência instituídas pela CNRM. Se não, se reúna com os demais para que se aplique.
▪️Estude sobre competências no treinamento médico.
▪️Cobre a sua avaliação de comportamento e desenvolvimento, aguarde feedback e permita fazer o mesmo com o programa e preceptores.
▪️Não existe programa perfeito. Todos têm problemas e dificuldades. Não exagere na cobrança pois há limites orçamentários e logísticos.
▪️Nem todos os lugares deveriam ofertar residência médica e nem todo o médico residente tem aptidão pra toda especialidade. Entenda isso..
▪️Voce não pode ser liberado das atividades e esperar que isso seja abonado. Sua carga horária deve ser reposta sempre, mesmo pra casos de doença.
▪️Não tire fotos em ambiente hospitalar e publique em rede social. As imagens de cunho científico estão liberadas, mas nada que possa identificar paciente ou situação. No geral, não faça.
▪️Existe hierarquia entre os residentes e isso deve ser saudável. Residentes de anos diferentes possuem diferentes experiências, mas o respeito e intenção de ensinar e aprender deve estar sempre presente.
É uma condição muito comum e nem sempre é motivo de preocupação. Vamos tirar algumas dúvidas do pessoal?
Segue o 🧶
As varizes têm causa genética?
Sim. Se você tem um familiar próximo com varizes, a sua chance de desenvolver é maior. Se pai e mãe possuem, quase certeza que você desenvolverá. A correlação genética é bem documentada.
Mas não é só isso. Sexo feminino, idade avançada, excesso de peso, altura, trabalhar em longos períodos em pé e gravidez são outros fatores de risco.
Estima-se que 20% da população adulta tenha varizes. É muita gente!
Qual é o quadro clínico?
Varia. A maioria das pessoas é assintomática. Mas dor difusa, peso, cansaço, queimação, inchaço no final do dia ou dor no trajeto das varizes são os sintomas mais comuns.
Em casos mais graves, o inchaço crônico pode levar a alterações de pele, manchas, inflamação e até o aparecimento de úlceras. Mas isso é incomum.
Por outro lado muitos até possuem varizes grossas, mas como praticam atividade física constante e não são obesos, os sintomas costumam não existir.
Em Hanau, Alemanha, 2020, um jovem esquizofrênico matou 9 pessoas de maioria turca, sendo considerado crime de ódio. Depois assassinou a mãe e se matou.
Você conhece algum diabético que já sofreu amputação de dedos, parte do pé ou mesmo o membro todo?
Já ouviu falar em Pé Diabético?
Sabia que esta condição tem se tornado mais frequente nos últimos anos?
Segue o fio pra entender do assunto. 🧵
O paciente com diabetes melito (vamos chamar de DM) possui níveis de glicose no sangue aumentados (>126 mg/dL), mesmo em jejum.
Isso ocorre por menor na produção de insulina pelo pâncreas (Tipo 1) ou dificuldade da insulina agir no tecido (Tipo 2).
Essa glicemia elevada e por tempo prolongado (durante anos) provoca danos irreversíveis em vasos sanguíneos (aterosclerose) e nervos (neuropatia), além de prejudicar a resposta do organismo a infecções.
It is very common for researchers to turn up their noses at the costs of publishing in a prestigious journal.
But how do you publish your work for everyone to see?
And does it come at a cost? Who can pay?
Come take a look at the inequalities of Open Science. 🧵
What is Open Science?
In fact, there is no concrete definition.
The term OS intends to increase transparency, equity, and collaboration in producing knowledge, increasing access to articles, methods, databases, etc.
This means that data and protocols must be freely shared in high-quality repositories, and research articles must be available without subscriptions or reading fees.
Seu médico anda pedindo o exame laboratorial chamado d-dímero para saber se você tem trombose?
Ele ainda faz dosagens seriadas do d-dímero após a covid?
Será que isso está certo?
Vamos entender primeiro o que é o d-dímero?
Segue o fio.
Logo após a formação de um coágulo sanguíneo (depois de um corte ou numa trombose venosa, p. ex,), um sistema de controle e dissolução do trombo é ativado (a fibrinólise).
Isso evita que o trombo se forme sem parar e cause danos maiores.
Quando o coágulo é dissolvido, há liberação dos PDF (Produtos de Degradação da Fibrina), que são pequenas proteínas e que vão pra circulação sanguínea.
Um desses fragmentos é o d-dímero, que é detectado por teste laboratorial. O valor esperado numa pessoa sadia é até 500 ng/dL.