Chegou a vez de falarmos dos ANTIFÚNGICOS. Quando comparamos a diversidade entre esses medicamentos e antibióticos (p/ bactérias), vemos que há uma diversidade muito menor de fármacos para o tratamento de infecções fúngicas.
Isso acontece porque a célula fúngica é eucariótica, assim como a nossa. Por isso, nossas células e as dos fungos compartilham muitas semelhanças genéticas, estruturais (em proteínas, por exemplo) e em processos celulares e moleculares.
Então é muito mais difícil achar um fármaco que tenha ação sobre um fungo, mas que não afete as nossas células. Por isso, muitos antifúngicos têm limitações, como efeitos colaterais, espectro reduzido, baixa penetração em alguns tecidos.
Nos últimos anos, a terapia antifúngica tem sido reformulada e novos agentes menos tóxicos têm sido desenvolvidos. E a toxicidade implica inclusive na forma de administração: uso tópico (para os mais tóxicos) ou sistêmico (toxicidade seletiva).
Além disso tudo, temos que nos preocupar com o desenvolvimento de resistência. Candida auris, por exemplo, é um patógeno fúngico de grande importância hospitalar, tem difícil identificação e é resistente a diferentes classes de antifúngicos!
Dentre os alvos para os quais direcionamos a busca de antifúngicos estão: 1. Síntese de proteínas 2. Síntese de ácidos nucleicos 3. Parede celular 4. Membrana celular (síntese e dano direto) 5. Inibição da divisão celular
E é por isso que a diversidade dos antifúngicos não é muito grande…
No próximo fio, vamos falar sobre os antivirais… fique de olho!
Referências
Madigan et al. (2016). Microbiologia de Brock – 14 ed.
Murray et al. (2021). Medical Microbiology – 9 ed.
Riedel et al. (2019). Jawetz’s Medical Microbiology - 28 ed.
Tortora et al. (2017). Microbiologia – 12 ed.
Trabulsi; Alterthum. (2015). Microbiologia – 6ed.
Como falamos acima, a parede celular dos fungos é um alvo pra as terapias antifúngicas... Veja o quanto ela pode ser explorada!
Quando falamos de agentes anti-infecciosos esperamos que eles tenham uma característica que chamamos de TOXICIDADE SELETIVA: o fármaco deve ser tóxico para o microrganismo, mas deve causar o mínimo de dados ao hospedeiro (no caso, a gente mesmo!).
Para isso, temos que buscar medicamentos que atinjam alvos importantes dos microrganismos que sejam diferentes dos presentes no hospedeiro. É aí que está o pulo do gato – e que explica não só a dificuldade em desenvolver novos fármacos, mas também os efeitos colaterais.