Orí é sem dúvidas alguma a divindade mais importante do panteão Ioruba. Ori, a cabeça, é a primeira coisa a entrar no Aye, ori é domicílio de todas as escolhas, uma pessoa sem Orí é uma pessoa sem direção.
Para os iorubas a cabeça vai além de um membro, ela é uma divindade que origina do próprio Eledumare, Ori é o receptáculo de ideias, opiniões, sorte, emoções, do destino escolhido, da divindade escolhida, e da sorte que teremos ou não na terra. A integração de pensamento e emoção
Irão resultar na qualidade de nosso Ori. Essa cabeça é dividida em 2 partes, Ori Inú a cabeça interna onde esta nosso destino e Ori Òdé que é a cabeça física. Nela irá residir a personalidade e o intelecto do indivíduo que irá desdobrar a forma com que interagirá com Ori Inú.
Já em Ori Inú é onde reside nossa personalidade divina,o verdadeiro eu, nossa alma em seu amplo entendimento como já expliquei em um post. Orí é soberano, toda e qualquer divindade respeita a vontade e o livre arbítrio de Ori, com esse entendimento inclusive se desmistifica
Muitas narrativas construídas a fim de manipular, falaremos disso mais a frente. Orí é o Deus que possui a individualidade humana, representa o íntimo de cada ser é a expressão do sopro divino que origina a vida. Se Orí é uma divindade ele precisa ser cultuado, tratado e zelado.
Uma das incríveis facetas que Ori possui é receber o Axé do Òrìsà, e atrair para o indivíduo as principais características dessa divindade que se faz necessária para uma melhor jornada desse indivíduo na terra. E é exatamente nesse ponto que esbarramos no quesito iniciação.
Quando uma pessoa está em desalinho com seu destino, e está entregue a fortes Osobos e Ajoguns, aquele momento que muitos iniciados ou futuros iniciados conhecem: Doença, perdas, descontrole da vida, falta de progresso, perturbações variadas que se resume na famosa “cobrança”
É o Òrìsà que está cobrando? Causando toda esse desequilíbrio? NÃO, Não é! Suas ações diretas, indiretas ou ainda questões ancestrais te direcionaram para esse momento, e seu Ori entendeu que para vocês retomar o cumprimento do bom destino,
Do destino escolhido no Orun, você precisa de uma intervenção severa que é a iniciação, você precisa morrer para uma vida, para então renascer imbuído de axé e então ter todo Osobo deixado para traz, e sobretudo ter a força daquela divindade plantada em seu Ori, para que com ela
Você aprenda, e não repita os processos que lhe entregaram a degradação. Dessa forma, é nosso Orí que sinaliza iniciação e escolhe qual a divindade irá melhor nos compor para o melhor cumprimento do destino aqui na terra. Então, Não Òrìsà não irá matar você caso não se inicie!
Mas, o processo de Osobo e os Ajoguns que estão influenciando sua vida e seu destino podem sim piorar ou até interromper sua vida, e a iniciação será a única se não a mais eficaz solução para esse momento.
Voltando a Orí propriamente dito, sabemos a grandiosidade dessa divindade que é a única que nos apoia incondicionalmente e nos acompanha para o além mundo, então precisamos nutri-la de forma positiva, precisamos criar intimidades além do Borí ou da quartinha do Igba Ori cheia
Devemos assumir uma prática diária e individualizada de cultuar nosso Orí, afim de criar essa intimidade e colher os bons frutos. Então, ao acordar deve-se criar o costume de conversar com Orí, louvar Orí através de Ofós e Orikis, despertando-o com Omi tùtù( água fresca).
É nesse momento que devemos falar a Ori o que esperamos para aquele dia, ou aquele momento em que estamos inseridos, é momento de dizer a Orí nossas metas e o que queremos vencer! Orí deve ser louvado diariamente e em jejum, criando essa rotina e disciplina estaremos criando
Uma poderosa relação com essa divindade, despertando-a para sua vida, para que realmente seu Orí lhe apoie a todo tempo.Dessa forma Orí se ocupará de trazer novas oportunidades, novas pessoas para sua vida que te ajudaram a caminhar rumo ao destino escolhido!
Orí Olóore orí jè o!
A Cabeça do vencedor vencerá!
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