Esta cerca sanitária em Odemira está a fazer o País inteiro descobrir as sombras do nosso interior, como aconteceu nos incêndios de 2017. Interior envelhecido, populações a migrarem para os centros urbanos, e as grandes explorações agrícolas a explorarem mão de obra escrava.
Nunca houve vontade política de resolver isso, ou regular, porque ninguém quer perturbar a cadeia que faz aparecer comida barata nos supermercados. A questão dos trabalhadores em condições abjectas, não se resolve com a expropriação do Zmar.
E para resolver a emergência sanitária tenho sérias dúvidas que a expropriação de propriedades privadas seja a melhor medida. No pico da pandemia tivemos hospitais de campanha instalados em estruturas já existentes (pavilhões) ou tendas do exército.
Se estruturas desta natureza iriam servir, e serviram, para hospitalizar e albergar doentes, podem perfeitamente ser utilizadas neste caso actual. Ou se não o podem ser, que se justifique porquê. É que há exactamente um ano essa estruturas existiam e estavam a ser preparadas.