Em meio aos ataques ao povo Yanomami e as ameaças ao povo Munduruku, o ministro do desmatamento transferiu o gabinete dele, do IBAMA e do ICMBio para o Pará. O que isso quer dizer?
Segue o fio🧵👇🏾
Na semana que passou, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, transferiu temporariamente o seu gabinete, junto com os do Ibama e do ICMBio para as cidades de Altamira, Uruará, Placas, Rurópolis e Itaituba. A transferência não se dá por acaso. (1/11)
O governo Bolsonaro promove um dos maiores projetos de devastação da Amazônia brasileira já visto desde a época dos nefastos programas de colonização da região Norte empreendidos pela ditadura militar. (2/11)
Em sua gestão, Bolsonaro já atuou pra esvaziar as entidades de fiscalização, seja aparelhando-as, atacando a seus sevidores ou as desmontando. Alem disso, há o incentivo explícito para ações ilegais na Amazônia. (3/11)
No último mês, Salles visitou o Pará p/ fiscalizar a maior apreensão de madeira ilegal já ocorrida na história. Na ocasião, defendeu a prática de garimpos nas terras indígenas e, numa canetada, classificou a e madeira apreendida pela polícia federal como madeira legal. (4/11)
Com Salles, os ataques a terras indígenas e as ameaças de garimpeiros se materializaram em violência e destruição. Em Jacareacanga a sede de mulheres indígenas Munduruku foi destruída. Foi nesse município onde Salles defendeu a prática de garimpo em terra indígena. (5/11)
Ao fincar os pés no Pará, Salles confirma o que afirmei na audiência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, quando questionei a presença constante do ministro em encontros com madeireiros, pecuaristas e garimpeiros na Amazônia: ao invés de fiscalizar, Salles vem negociar. (6/11)
Sua vinda ao Pará é a espetacularização de uma operação que é um grande faz de conta. Afirma que virá fiscalizar ações ilegais de desmatamento e queimadas mas, ao publicizar a data e os horários do que seriam os "flagrantes", viola a regra de ouro da fiscalização. (7/11)
Dessa forma, com os detalhes da operação escancarados, possibilita aos infratores tomarem medidas que mascaram suas ações nessas regiões, sem eficácia alguma e inviabilizando qualquer possibilidade de flagrante. (8/11)
Enquanto isso, o Congresso segue fiel ao projeto de destruição desse governo, pautando legislações de desmontes e grilagem de terras, como a aprovação do PL 3.729/2004 que, na prática, representa o fim do licenciamento ambiental no país. (9/11)
Conhecendo o projeto ecocida desse governo, toda a atenção p/ estadia de Salles no Pará é importante. Cabe a nós denunciarmos suas tentativas de prosseguir passando a boiada sobre o meio ambiente em prol de criminosos que não medem esforços pelos seus próprios interesses. (10/11)
Não temos tempo a perder. O combate que empreendemos no presente é a garantia do futuro dos povos da Amazônia. Em defesa dos povos Yanomami, Munduruku e de todos os demais, #ForaSalles#ForaBolsonaro (11/11)
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