Nesta terça-feira, a CPI da Pandemia vai ouvir a médica Nise Yamaguchi. A sua participação no gabinete paralelo precisa ser esclarecida. Mas, para além de episódios como a mudança de bula da cloroquina, é importante falar sobre IMUNIDADE DE REBANHO. Vejam só a opinião dela👇🏼
Essa combinação entre tratamento precoce – visto como uma “cura” – e imunidade de rebanho é o ponto que mais chama a atenção na entrevista ao programa “Impressões”, TV Brasil, que a recebeu em 02/07/2020.
Aliás, a transmissão do programa contou com Carlos Wizard no início, que esclarece como formou um time de médicos que estaria “vencendo a Covid-19”. Vale lembrar que Wizard deixou a Saúde em 07/07, após o apagão de dados, quando disse que o Governo recontaria o número de óbitos.
O discurso da dra. Nise sobre imunidade de rebanho não é um caso isolado. Ela participou de um evento para debater a imunidade de rebanho organizado pela Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados, no dia 28/10/2020, a pedido da liderança do Governo.
Também foram ouvidos outros dois negacionistas: Anthony Wong e Paolo Zanotto. Os três estavam alinhados e, na transmissão, falaram absurdos sobre vacinas, tratamento precoce e, claro, imunidade de rebanho.
O dr. Anthony Wong nos deixou no início deste ano, mas era referência para Carlos Wizard. Já o dr. Paolo Zanotto foi citado ao lado da dr. Nise por Arthur Weintraub.
Uma última observação: assistindo às entrevistas da dra. Nise Yamaguchi, fica aqui uma singela recomendação aos senadores para que se inteirem sobre estudos que atestam a eficácia do isolamento, bem como à essa fake news sobre o caso de Nova Iorque: gauchazh.clicrbs.com.br/coronavirus-se…
O PL 1904/24 é também uma isca da direita pra esquerda:
O que os direitistas mais querem é que a oportunidade seja usada pra defender o aborto sob qualquer hipótese, esta sim uma pauta muito impopular no Brasil.
Por isso, a narrativa “PL do Estuprador” tem funcionando tão bem.
Mas, em termos de debate público, é importante nos cuidarmos pra que sigamos nessa – independentemente dos argumentos.
O Código Penal já prevê uma pena pro crime de aborto, mas mesmo assim querem uma lei equiparando a prática do procedimento, após 22 semanas, a um HOMICÍDIO.
E sim, é comum que crianças, com o corpo ainda em desenvolvimento, demorem mais para descobrirem a gravidez;
É verdade que vítimas de violência sexual, justamente por muitas vezes estarem cercadas pelo seu agressor – ou seus agressores – podem demorar para recorrer à ajuda;
Dar ministérios pro União Brasil, pro PP, tem adiantado de quê? Nada. O presidencialismo de coalizão morreu. As vitórias do Governo foram aquelas com pressão do mercado para rolarem também.
Estou num momento pessimista. Não tem articulação semanal do Lula que resolva o problema.
Tenho pensado inclusive que o Planalto podia começar a pensar seriamente em um Governo mais reativo se andarem ainda mais com as pautas reacionárias.
Tirar esses partidos do Ministério, colocar pessoas notáveis, e comprar uma briga pública com o Legislativo, dando nome aos bois.
Os caras vão emplacar um monte de CPIs contra o governo? Deixava clara a chantagem, a reação de quem quer emenda, e deixa os caras chupando o dedo. Brigar contra o “sistema” podia até render alguma popularidade no fim da linha. E pelo menos teria gente competente nos ministérios.
Algo relevante da denúncia da PGR no caso Marielle é que, ao explicar a motivação do crime, mostra-se a relação direta do assassinato com a atuação do PSOL como um todo, que entrava em rota de colisão com os Brazão e as milícias.
Mostra que enfrentar eles faz a diferença. Fio 🧵
O objetivo dos Brazão com a execução seria “impedir que a vereadora continuasse a prejudicar os seus interesses” e “dissuadir outros integrantes do PSOL que pudessem adotar a mesma postura”.
Eu iria até além: serviria para dissuadir qualquer um que deseja fazer o certo no Rio.
Fato é que a denúncia diz: “Os confrontos que Marielle teve com os irmãos Brazão só podem ser precisamente dimensionados se estiverem contextualizados pelo histórico de desavenças que os denunciados tiveram com o PSOL, notadamente com Marcelo Freixo”.
É curioso como muitas pessoas parecem querer que as relações internacionais do Brasil sejam conduzidas por razões morais, mas como poucas refletem sobre o que seria melhor estrategicamente para o país.
Quais alianças, por exemplo, fazem o Estado projetar a sua liderança melhor?
Qual alinhamento faria com que os interesses do Brasil sejam mais ouvidos no exterior, como para reformar organizações internacionais? E o que é melhor comercialmente?
Se a ideia é discutir a política externa do nosso país, isso deveria estar bem mais na cabeça de quem a pensa.
Tem quem ache que o Brasil deveria se manter equidistante entre os polos, pois pode ser uma ponte entre grupos como o BRICS e a OCDE.
Outros creem que o país deveria brigar pela liderança do Sul Global e negligenciar o Ocidente. Mais alguns vão preferir o alinhamento com os EUA.
Ouvindo o Foro de Teresina – que, repito, está ÓTIMO –, queria fazer um comentário sobre a comparação entre as milícias e o PCC, quando se falou da questão da licitação de ônibus.
Em dado momento, comparou-se ambos. Foi dito que o PCC tenta “legalizar o crime”, a milícia não. 🧶
“Há uma intenção do PCC de legalizar o crime, então você entra nas licitações públicas, você entra no setor financeiro (…)
Os postos de gasolina são muito usados como forma de lavagem (…)
No caso da milícia, ela usa o gatonet, o gás, mecanismos ilegais para se financiar”.
Então, pra falar de milícias: desde os primórdios desse modelo de organização criminosa, era preciso diversificar as fontes de receita, já que – embora hoje existam essas “narcomilícias”, que rivalizam com as antigas – os tradicionais não arrecadavam com tráfico, muito lucrativo.