Mais de 57 mil pessoas foram evacuadas de suas casas em Maceió, pelo risco de desabamento de bairros inteiros.
Desde 2010, o solo da região começou a apresentar rachaduras, algo intensificado em 2018.
As áreas mais críticas afundaram de 1,5m - 2m, uma média de 25 cm por ano.
A previsão é que a região possa afundar mais 3 - 6m nas próximas décadas.
Até 2022, podem aparecer crateras de 50 - 80m de diâmetro, mas não muito profundas.
Isso ocorreu devido a extração de sal-gema pela petroquímica Braskem desde 1976.
A empresa possuía 35 minas subterrâneas de sal-gema em 5 bairros diferentes de Maceió, desativadas em 2019.
O sal-gema é utilizado na cozinha e em processos industriais, como para produzir PVC e soda cáustica.
A Braskem não admite oficialmente ter causado o problema, mas já concordou, na Justiça, em pagar mais de R$ 12 bilhões para indenização de moradores e comerciantes, além de realocação escolas e hospitais.
Hoje, 14 mil casas foram já abandonadas.
Os bairros mais atingidos são o Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto, Mutange e parte do Farol próximos do Lago Mundaú.
A perda também é histórica, pois prédios como o Asilo das Órfãs Desvalidas, construído em 1877 para as órfãs da Guerra do Paraguai, está na área instável.
A Igreja de Santo Antônio de Pádua, inaugurada em 1873 com azulejos vindos de Portugal, está com a mesma vulnerabilidade.
Hoje, muitas famílias ainda não receberam indenização, com valores em média 20% menores do que o mercado imobiliário.
Alguns moradores também passam dificuldade para transferir seus parentes falecidos do Cemitério de Santo Antônio para outros cemitérios.
Muitas casas tiveram suas janelas e portas vendidos pelos proprietários, também pichados em sinal de protesto.
O CSA, um dos clubes de futebol mais tradicionais do estado, teve de abandonar sua sede que ocupou por 97 anos.
Geólogos e profissionais não vêm uma possível recuperação da área nos próximos 20 anos, mesmo que as minas estejam desativadas.
Em chuvas fortes, o risco do solo ceder é maior, podendo ainda expandir-se para bairros próximos.
Fontes:
Boa parte das fotos e infos vieram dessa matéria do @Metropoles: