Thread by @dranandaananias

Vamos falar um pouco sobre uso off-label (fora da bula) em Medicina?
Há, hoje, um grande debate (único e exclusivamente) POLÍTICO sobre o uso off-label de remédios só porque o presidente da República teve a “audácia” de dizer que talvez a HCQ pudesse ajudar no tratamento da 👇

COVID-19. Desde então, nossa vida de médicos virou um inferno!
Muitos, por ideologia política, infelizmente torceram o nariz para essa abençoada medicação e fingiram que só prescrevem medicações cuja indicação esteja na bula e alegam não usar até hoje👇

por “não ter comprovação científica”.
Mas o que esses mesmos médicos podem falar sobre outras medicações rotineiras que prescrevemos que também são ou foram “fora da bula”?

1- Metronidazol, uma medicação anti-protozoária mostrou-se um ótimo antibiótico também e assim adotamos seu uso pra tratar infecções bacterianas diversas. 👇

2- Ácido acetil-salicílico, nosso famoso AAS, um analgésico muito popular que dispensa explicação para seu uso como preventivo de coagulação e trombos. O famoso “afina o sangue”, que previne infartos e outras doenças trombo-embólicas. 👇

3- Certamente não preciso nem falar sobre o Viagra. Acho que já é de conhecimento geral que foi criado para tratar hipertensão pulmonar, mas DEVIDO À OBSERVAÇÃO, viu-se que também servia para impotência sexual.
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4- Assim como a Bimatoprosta, colírio para tratar glaucoma, apresentou nos paciente um crescimento dos cílios acima do normal, e hoje, a mulherada usa para fins estéticos e aumentar seus cílios👇

(lembrando que mancha olhos claros irreversivelmente, então só para mulheres de olhos castanhos escuros ou pretos, ok?)
5- Obesidade... essa área, então!! Como tem uso off-label eficaz! Anti-depressivos, anti-convulsivantes, anti-diabéticos, remédios que tratam ansiedade,👇

transtorno de atenção, tabagismo, e por aí vai. Todos os tratamentos preconizados após observação.
6- Quem não fica com aquele soninho após tomar o anti-emético como Dramim e Plasil, o relaxante muscular ciclobenzaprina e alguns anti-alérgicos?👇

Então... ótimas opções para quem sofre de insônia mas não quer partir para a tarja preta.
Poderia citar mais exemplos de medicações usadas corriqueiramente sem os tais “estudos duplo-cego randomizados”, mas a lista é grande. 👇

O que importa aqui é mostrar que não há cabimento mais demonizar uma prática antiga e comum na medicina.
O uso off-label não é crime e nem pode ser considerado erro médico se não causa prejuízo ao paciente. 👇

Seu uso é desejável e até necessário quando não se há uma alternativa comprovada contra certa moléstia de que podemos lançar mão, principalmente em se tratando de doenças graves, surgimento de novos agentes infecciosos e novas doenças.
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É importante salientar que o uso off-label de medicações antigas e comprovadamente seguras em suas doses preconizadas pela bula é até mais seguro do que medicações recém-lançadas e que necessitam de anos ou décadas para saber o verdadeiro impacto destas sobre o indivíduo. 👇

Para finalizar, o uso off-label é de inteira responsabilidade de quem prescreve (médico, não jornalista e/ou políticos sem formação em medicina) e deve respeitar os princípios da autonomia, da beneficência e da não-maleficência. 👇

Sobre o ATO MÉDICO:

portal.cfm.org.br/noticias/ato-m…

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