As árvores são capazes de manter o solo permeável e estável ao mesmo tempo: Quando a chuva cai, as raízes permitem que a água penetre no solo e abasteça o lençol freático ao invés de escorrer superficialmente, como ocorre em solos compactados. Em estradas e áreas de pasto, p.ex.
Enquanto isso, as raízes também seguram o solo e impedem que a água o leve embora. Impede, portanto, a erosão. Sem as raízes, os grãos de areia e a matéria orgânica daquele solo estão soltos, então a água é capaz de levar o solo relevo abaixo.
Ou seja, quando há árvores no entorno dos rios, a água penetra no solo e alimenta os rios “por baixo”, escoando lentamente abaixo da superfície para as áreas mais baixas do relevo, preenchendo os rios. Quando não há, a água escoa superficialmente, lavando a terra.
Conforme a terra vai sendo “lavada”, esta massa chega aos rios, causando o assoreamento deles. Isto é, preenchendo seus leitos com sedimento, tornando-os mais rasos e diminuindo o fluxo d’água.
Além disso, durante seu processo de respiração e fotossíntese, a água funciona quase como um “canudo”, puxando, através da pressão (como se chupássemos o canudo, trazendo o líquido do copo para cima), água de áreas profundas do solo para a superfície.
Isto permite que a água aflore na superfície, criando nascentes que continuam alimentando os rios. Se o solo é compactado e não possui vegetação arbórea/arbustiva, este processo fica bastante dificultado ou até inviável.
Durante a respiração e a fotossíntese, as árvores também liberam grande quantidade de água na atmosfera, irrigando-a. Este fenômeno fica bastante evidente quando pensamos nos rios voadores vindos da Amazônia:
Com este ciclo perturbado, é difícil que os rios continuem saudáveis e fluindo. É mais difícil ainda quando a água dos rios é desperdiçada e exportada na irrigação das commodities, poluída profundamente durante a mineração, abastecida constantemente de agrotóxicos, etc.
Os rios nos fornece diversos serviços ecossistêmicos, como produção de energia, abastecimento, irrigação e outros. Ainda assim, nós os tratamos tão mal.
Comentei os diversos usos que se pode dar aos rios aqui:
Então, pessoal, quando falamos sobre a crise hídrica e energética que estamos vivendo e nos aprofundando cada vez mais, não é porque o IBAMA e a ANA “decidiram” racionar. Eles não criaram essa crise. extra.globo.com/economia/gover…
A crise se aprofunda porque destruímos nossos biomas.
Nossos biomas são destruídos porque baseamos nosso PIB na exportação de commodities.
O povo passa fome porque commodity não é alimento. É só mercadoria.
Por fim,
Nossas crises ambiental, política, econômica, social, sanitária e humana são parte da mesma crise.
Obrigado por chegar aqui!
Dá aquele RT pra dar uma força na divulgação e qualquer dúvida comenta aí!
Deixo abaixo alguns textos indicados e as referências das imagens.
Vamos discutir um pouco sobre Ecologia da Antártica?
Segue aí que eu já conto pra vocês no que nos aprofundaremos na #BioThread dos #Cetáceos de hoje...
Hoje começamos falando sobre Ecologia Antártica e alguns de seus componentes biológicos, como as algas e o Krill Antártico (Euphausia superba), e contando o que as baleias tem a ver com tudo isso!
Vamos lá?
Nas águas antárticas, a variação de gelo é sazonal:
-No inverno, grande parte da superfície das águas circumpolares antárticas estão congeladas;
-No verão, parte disso descongela, deixando a superfície descoberta e causando inúmeras consequências ambientais e ecológicas...