Passou um pouco despercebido por causa da Euro, mas, na semana passada, o Tottenham cogitou a contratação de Gennaro Gattuso como treinador. No entanto, boa parte da torcida dos Spurs se opôs por uma série de declarações do italiano consideradas machistas, racistas e homofóbicas.
A contratação já foi descartada pelo presidente Daniel Levy, mas não sem antes a torcida lançar e bombar a campanha #NoToGattuso nas redes sociais.
Então, quais seriam as declarações de Gattuso que provocaram revolta na torcida do Tottenham? Vamos a algumas delas.
“Não vejo lugar para mulheres no meio do futebol. Não gosto de dizer, mas a verdade é essa”: em 2013, quando Adriano Galliani, CEO do Milan, teve de dar espaço a Barbara Berlusconi, filha de Silvio, na administração do clube, Gattuso se saiu com essa crítica à presença dela.
Quando Kevin-Prince Boateng sofreu ofensas racistas e se retirou de campo, seguido pelo restante da equipe do Milan, num jogo na comuna de Busto Arsizio, Gattuso defendeu os torcedores locais, de uma região onde já morou. De acordo com ele, as vaias a Boateng não eram racistas.
“Quantas vezes jogadores brancos também não foram vaiados? Já aconteceu comigo, mas eu não dei importância”, garantiu, ainda em 2013.
Gattuso afirmou que ali havia muitos estrangeiros, mas que a Itália não era um país racista. As vaias, portanto, eram culpa de uns "imbecis".
Antes disso, em 2008, Gattuso se disse defensor da “família tradicional”.
“O casamento na igreja precisa ser entre um homem e uma mulher”, afirmou.
“Para alguém religioso”, disse, “isso [casamento entre duas pessoas do mesmo sexo] é muito estranho”.
Embora tudo isso tenha acontecido no passado, o que incomodou muita gente é que Gattuso não parece ter feito qualquer tipo de reflexão sobre o que disse. Vai na contramão da imagem institucional do Tottenham, um dos primeiros clubes a adotar o gesto de se ajoelhar antes dos jogos
Além disso, o Tottenham é identificado com a comunidade judaica, que também é uma minoria que historicamente sofre com perseguições.
“A história sugere que parte do DNA do clube [...] é dar as boas-vindas e abraçar torcedores marginalizados”, escreveu Dustin George-Miller.
Miller escreve sobre assuntos do Tottenham no site Cartilage Free Captain, uma comunidade dedicada aos Spurs.
Importante dizer que não são apenas as declarações de Gattuso que lhe custaram uma chance no Tottenham.
Na Champions League de 2011, o então jogador do Milan discutiu feio com Joe Jordan, assistente técnico dos Spurs, e chegou a colocar a mão em seu pescoço.
Parte da torcida do Tottenham, porém, é bem politizada.
Em 2018, as declarações de Lucas Moura de apoio a um candidato racista, machista, homofóbico e defensor da tortura nas eleições do Brasil pegaram bastante mal:
Agradecemos muito à inestimável @mari_vantine, pesquisadora de políticas econômicas no futebol na Universidade de Milão, sem a qual essa thread não poderia ter sido feita.
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Seu time tem um patrocinador que paga muito. Mas é um Estado que está cometendo um verdadeiro massacre em outro continente. É possível abrir mão dele?
Arsenal, Bayern e PSG atualmente recebem dinheiro de Ruanda, país que financia o caos na República Democrática do Congo.
Segundo a ONU, é a Ruanda do presidente Paul Kagame que está por trás do grupo rebelde armado M23.
Há anos, o grupo causa instabilidade na região leste do Congo, mas as coisas escalaram nesse início de 2025, com o M23 tomando Goma, uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes.
Na semana passada, uma fuga de presos em Goma resultou em mais de 100 prisioneiras estupradas e queimadas vivas, segundo documento interno da ONU publicado pela BBC. O episódio ilustra a escala das atrocidades geradas pelo M23 na região.
Tudo que Gianni Infantino e a FIFA queriam pra 2026 era uma Copa do Mundo numa sede mais estável e menos problemática do que o Catar em 2022.
O retorno de Donald Trump complicou essa expectativa.
O primeiro problema está na questão da dificuldade nos vistos pra visitar os EUA.
Obter um visto estadunidense nunca foi fácil e o tempo de espera para consegui-lo aumentou com Joe Biden, chegando a até 330 dias em algumas embaixadas e consulados.
É um problema, porque os ingressos pra Copa começarão a ser vendidos só nos meses finais de 2025.
Cidadãos de 42 países, entre os quais França, Japão e Austrália, podem visitar os EUA por 90 dias sem vistos. Mas brasileiros e colombianos, por exemplo, que estiveram no top 3 de países que mais compraram ingressos pra Copa da Rússia, precisam de visto.
Escândalo na NFL: uma série de e-mails vazados revelou que a diretoria do New Orleans Saints esteve em contato direto com a arquidiocese da cidade e auxiliou na defesa de diversas acusações de abuso sexual contra menores.
New Orleans sedia no domingo o Super Bowl.
Os e-mails indicam que, sabendo que nomes de vários clérigos envolvidos em abuso sexual infantil seriam divulgados pela imprensa, a arquidiocese de New Orleans pediu ajuda à diretoria dos Saints.
Os membros da diretoria treinaram líderes da igreja em como lidar com a imprensa.
Membros da diretoria também tiveram acesso à lista de nomes antes dela chegar à imprensa, da qual removeram alguns clérigos "importantes".
O presidente do time, Dennis Lauscha, treinou um arcebispo com várias perguntas que ele deveria estar preparado para responder.
Um quarteto improvável apareceu junto em uma foto tirada em Roma, no último sábado.
Veronica Berti, esposa do cantor Andrea Bocelli, Kimbal Musk, irmão mais novo de Elon, Matteo Salvini, ministro dos transportes italiano, e Gianni Infantino.
A princípio, o que mais nos interessa na imagem é Kimbal Musk e Gianni Infantino.
Infantino esteve na posse de Donald Trump, onde disse que "juntos, faremos não só a América grande de novo, mas todo o mundo, porque o futebol une as pessoas".
Kimbal Musk se encontrou com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, mas não falou quais assuntos foram tratados.
Depois, ele e Matteo Salvini ganharam flâmulas personalizadas das mãos de Infantino.
4 de dezembro de 1935. White Hart Lane, o estádio do Tottenham, clube com muitos torcedores judeus, recebe um visitante indigesto: a Alemanha nazista.
O amistoso entre Inglaterra e Alemanha daquele dia teve muitas suásticas e muitos protestos.
A Alemanha já tinha proibido em 1935 casamento e relações sexuais entre judeus e "pessoas com sangue alemão", e as intenções de Adolf Hitler já começavam a ficar claras.
O conhecimento de que o esporte era uma ótima ferramenta política crescia rapidamente.
A FA, Federação Inglesa de Futebol, afinal, acreditava que o futebol nunca deveria se misturar com a política.
A situação política da Alemanha não interessava, apenas o que acontecesse dentro das quatro linhas.
Estados Unidos e Venezuela se enfrentam amanhã em um amistoso em Fort Lauderdale, na Florida.
Não estamos em uma data FIFA, o que torna o jogo ainda mais político.
O 2024 da seleção venezuela foi uma montanha russa.
A equipe chegou a ficar na zona de classificação direta para a Copa do Mundo de 2026 e fez brilhante campanha na Copa América, disputada também nos EUA. Caiu invicta, nas quartas de final.
Na Copa América, a seleção foi seguida por uma legião de torcedores. Há muitos venezuelanos que moram nos EUA, e a maioria é opositora de Nicolás Maduro.
Assim, seguir a seleção também era algo muito político às vésperas da eleição presidencial.