Ontem foi publicado um estudo na @TheLancet Microbe de um grupo de pesquisa da Unicamp! O pessoal do @BlogsUnicamp fez um texto maravilhoso, e vou fazer um fiozinho pra complementar :)
Ação de anticorpos neutralizantes de vacinados com CoronaVac e a variante Gama (P.1)! 🧶👇
Tudo, inclusive a forma como os autores fizeram o ensaio, tá super explicadinho nesse texto do pessoal do @BlogsUnicamp e por conta disso, vou comentar os resultados a partir de então blogs.unicamp.br/covid-19/antic…
Na imagem abaixo, vemos células com diferentes cores: cada cor é um alvo diferente que estamos visualizando: em vermelho, a proteína do nucleocapsídeo; em verde, a Spike; e em amarelo, as duas proteínas juntas (o que chamamos de merge)
E como consigo fazer essa marcação? Usamos anticorpos, que vão reconhecer especificamente cada uma dessas proteínas, só que esses anticorpos tem um marcador fluorescente neles! Como se tivessem um sinalizador, cada um de uma cor para a gente não se confundir hehe
Três dias após a infecção dessas células, já observamos os efeitos citopáticos
Que isso Mell? Consistem em alterações na célula, desorientação, inchaço, morte, destacamento da superfície, etc. Muitos virus induzem apoptose (morte celulas programada) nas células infectadas
Além disso, os pesquisadores confirmaram a presença do RNA viral na amostra
Enquanto que os anticorpos marcaram bem a proteína do nucleocapsídeo, os autores observaram uma redução da ligação para a Spike, nas amostras infectadas com a Gama, comparadao com a linhagem B
Amostras de plasma de 21 pessoas recuperadas de COVID-19 foram testadas quanto a neutralização dos anticorpos para a variante Gama, comparando com os dados da linhagem B.
A neutralização foi mais menor (8,6x) para a Gama
Após, foram testadas amostras de pessoas (média de idade = 29 anos) vacinadas com a CoronaVac:
🔹18 indivíduos, 20-23 dias após a 1ª dose
🔹20 indivíduos, 17-38 dias após a 2ª dose
Comparado com a linhagem B, a neutralização foi menor para a Gama.
Amostras de 15 participantes que receberam a 2ª da CoronaVac cerca de 134–260 dias antes da coleta da amostra foram avaliados. Também se observou uma redução dessa ação por parte da Gama, comparado com a linhagem B
Depois, os autores testaram as amostras de recuperados e de vacinados com CoronaVac para investigar a presença de anticorpos capazes de neutralizar o vírus.
Nos dois grupos, houve redução para a variante Gama comparada com a linhagem B
Alguns pontos a considerar: esse estudo analisou um componente que compõe a resposta imunológica. Sabemos que além de anticorpos neutralizantes, temos anticorpos não-neutralizantes, células especialistas de defesa... Então isso é importante de lembrar
Da mesma forma que comentei para o estudo do Chile🇨🇱, que investigou parâmetros envolvendo anticorpos neutralizantes, houve uma redução para a Gama e isso não significa necessariamente perda de eficácia/proteção
Na verdade, um estudo recente de efetividade do Chile🇨🇱 com mais de 10 milhões de pessoas demonstra que a vacina é capaz de gerar uma proteção contra a doença
Nesse fio, @marfcg mostra os efeitos visíveis da vacinação, especialmente na faixa etária +60, muitas dessas pessoas receberam a CoronaVac. A queda nas hospitalizações de idosos também é visível
Mas como o próprio @marfcg fala, temos que fazer nossa parte. Sabemos que a vacina evita doença grave, mas num cenário de alta transmissão, ainda é possível adoecer, ainda que com um risco menor para vacinados.
Ainda temos um percurso para entender se a CoronaVac impacta na transmissão. Mas os autores destacam a relevância da imunidade celular (células B e T), que tem um papel crucial em evitar agravamentos
O mais importante nesse momento é: todos seguirem se cuidando, usando máscara, fazendo distanciamento, mesmo aqueles vacinados
E obter mais dados de vacinas, como a CoronaVac, e sua proteção frente a variantes.
Dados contra a variante Delta precisam ser levantados, dado que essa variante tem predominância global atualmente.
Da mesma forma, estudos como o de Serrana podem nos ajudar a entender mais detalhes da proteção da CoronaVac - libera pa nóis @butantanoficial 🥺
O mais importante nesse momento é SE VACINAR. As vacinas claramente (todas) estão mostrando seu potencial protetor em evitar a doença, e precisamos somar à essa estratégia o #useMascara e distanciamento físico, além da preferência por ambientes abertos e ventilados
E lembre-se: tem meu compiladão de fios caso tu queira ver se eu escrevi algo sobre alguma vacina, alguma vacina x variante, enfim, muitos assuntos e tudo organizado! bit.ly/fiosmell
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.