Após 36 anos, polícia reabre o caso de Marco Aurélio. O escoteiro que desapareceu misteriosamente pode ter sido assassinado.
No dia 08/06/1985, um grupo de 4 escoteiros, liderado por Juan Bernabeu Céspedes, foi ao Pico dos Marins, de 2420m. A montanha é situada na Serra da Mantiqueira - SP.
Pela manhã, montaram um acampamento na base do pico e iniciaram a escalada ao cume. Durante a trilha, porém, um dos garotos, Osvaldo Lobeiro, machucou a perna e ficou com a mobilidade reduzida.
Assim, Céspedes pediu que Marco Aurélio Simon, à época, de 15 anos, retornasse ao acampamento e, no caminho, deveria fazer marcações para guiar o grupo. Após alguns minutos, a equipe perdeu o monitor – cargo para o qual Marco fora eleito na noite passada – de vista.
Ao chegarem numa bifurcação, Céspedes optou pelo caminho da direita, pois o escolhido pelo jovem, o da esquerda, seria repleto de obstáculos.
O líder acreditava que os caminhos se juntariam novamente, mas este não foi o caso. Chegaram ao acampamento no dia seguinte, às 5h da manhã, para encontrar a mochila de Marco Aurélio, mas não o rapaz em si. Então, reportaram o desaparecimento e as buscas foram iniciadas.
Por ser filho do jornalista Ivo Simon, a repercussão midiática do caso foi estrondosa. Durante cerca de um mês, uma equipe de centenas de pessoas, incluindo policiais, bombeiros, militares e voluntários, assim como helicópteros e aviões, vasculharam a região.
Céspedes foi alvo de incessantes investigações. Grande parte dos envolvidos nas buscas acreditavam que ela era o culpado pelo desaparecimento e tentaram o imputar algum crime que o responsabilizasse pelo fato.
Especula-se que ele foi até mesmo torturado em interrogatórios. Além disso, muitas outras controvérsias cercaram o caso, incluindo um incêndio no terceiro dias de buscas, que alguns acreditam ter sido proposital.
Também foram formuladas teorias que “explicariam” o sumiço. Um delegado especulou que poderia ser obra de alienígenas, enquanto outra informa que o cadáver de Marco estaria numa cova escavada no terreno da casa de uma família da região.
De toda forma, as investigações foram oficialmente encerradas em 8 de abril de 1990, quando foi judicialmente ordenado que o caso fosse arquivado; contudo, o caso está sendo reaberto a pedido da Polícia Civil do município de Piquete - SP.
A requisição foi deferida pela Justiça.
Segundo Fábio Cabett, delegado da Polícia Civil, uma testemunha alegou que seu pai, que sofreria de transtornos mentais, teria matado e enterrado o garoto dentro de sua propriedade, conforme já era especulado previamente.
“As informações trazidas são, aparentemente, fidedignas. Foram confirmadas por outras pessoas, então a gente precisa investigar”, afirmou a juíza Rafaela D’Assumpção Cardoso Glioche, que deferiu a reabertura da investigação. O trabalho de reconhecimento já foi iniciado.
“Provavelmente teremos que escavar lá para ver. Na área tem uma casa, que era uma igrejinha, e já fomos autorizados pelo proprietário a fazer a busca. Teoricamente, temos dois lugares para pesquisar: essa casa e o terreno”, informou Cabett.
Além da investigação da propriedade, também serão colhidos os depoimentos das duas filhas do antigo proprietário do imóvel, que moram em Minas Gerais, assim como serão apurados relatos que apontam que Marco ainda pode estar vivo.
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