O assassinato que chocou o Brasil: o caso Sol e Guilherme.
Ingrid Oliveira Bueno da Silva, com 19 anos, era jogadora profissional Call of Duty Mobile. Conhecida como na comunidade online como “Sol”, a residente da Zona Norte de São Paulo (SP) fazia parte do grupo FBI eSports e, no fim de janeiro deste ano, conheceu seu futuro assassino.
Sol encontrou Guilherme Alves Costa, de 18 anos, por meio de jogos online. Ele fazia parte da equipe Gamers Elite. Seus conhecidos o descreviam como um rapaz tímido, organizado e fechado. No âmbito familiar, eram quem apaziguava os conflitos, além de ajudar nas tarefas domésticas
Guilherme também cuidava regularmente das sobrinhas, a quem dizia amar – sentimento reciprocado pelas meninas. O jovem também era religioso, sempre se referindo a Deus como seu melhor amigo. Inclusive, fez um curso de teologia que durou cerca de um ano.
Contudo, a morte de um irmão por overdose abalou sua fé. Seu irmão abusava de entorpecentes e, embora Guilherme houvesse tentado o ajudar, acabou sucumbindo ao vício, e morreu em frente ao rapaz. Além de essa tragédia, ele tinha de lidar com o abandono afetivo por seu pai.
A mãe de Guilherme afirmou que o filho nunca se queixou sobre a ausência paterna; na verdade, ele passeava juntamente ao pai de seus irmãos com certa frequência. A Sol, entretanto, o jovem desabafava sobre as mágoas de não se relacionar com o pai e a morte do irmão.
Mesmo que se conhecessem a pouco tempo, Sol havia se tornado confidente de Guilherme. Conforme apontaram as investigações, a jovem queria ajudá-lo a lidar com seus traumas – e possíveis transtornos mentais. Segundo o pai dela, ele estava a manipulando desde o início.
Em carta aberta à imprensa, Luiz Silva, pai de Sol, disse que a filha mentiu para os genitores, informando que Guilherme era um amigo do trabalho. Silva afirmou que o rapaz teria usado a morte do irmão e o abandono pelo pai como pretextos para atrair a jovem.
“E esse monstro se fazia de ’migo’ e ‘confidente’, porque Ingrid estava passando ainda pelo término do relacionamento com seu ex-namorado e claramente sentia falta do ex-namorado”, comentou, afirmando que ela estava se preparando para reatar o namoro numa viagem.
“Ela foi como uma ovelha pro abate”, lamentou Silva. No dia 22 de fevereiro, embora Sol tivesse o informado que estava com suspeita de Covid-19, Guilherme insistiu que ela o visitasse. A jovem, por fim, aceitou, sem saber que seu novo “amigo” já havia premeditado sua morte.
Em fóruns online, Guilherme já havia mencionado a intenção de matar e, para a polícia, confessou ter planejado o crime duas semanas antes de o consumar. Sol chegou na residência no bairro de Pirituba por volta das 10h e até tomou café da manhã com a família Alves.
Após todos saírem para trabalhar, os dois ficaram sozinhos na casa. Aproximadamente às 14h30, Guilherme partiu para cima de sua vítima e, com uma faca e uma espada, a apunhalou diversas vezes. A acusação apontou que teria até tentado degolá-la.
A alegação da promotoria deriva de um vídeo postado após o homicídio: o jovem gravou o cadáver enquanto ria e postou nos status do WhatsApp. Além disso, filmou outro clipe em que reiterava que ele realmente a havia matado e que o líquido era, de fato, sangue.
Após o crime, Guilherme fugiu de casa com intenção de cometer suicídio; entretanto, seu irmão, depois de ver o cadáver no chão da residência, foi ao encontro do jovem e o convenceu a se entregar. Questionado pelo irmão, Guilherme disse que Sol “teria atravessado seu caminho”.
Mensagens enigmáticas também foram trocadas pelo agente e a vítima. Embora não haja confirmação sobre a extensão da relação dos dois, Guilherme disse que Sol “deve ser dele” e que isso faria parte do sacrifício. Por fim, afirmou que logo ela entenderia suas razões.
Guilherme realizou o “sacrifício”, mas sua motivação ainda não é clara. No vídeo viral em que ele está sendo preso, ele afirma, meio a expressões de euforia e desprezo, que a matou “porque quis”, e descartou transtornos mentais: “sanidade mental tá completamente ‘apta'”.
Todavia, outras de suas manifestações são contraditórias. Depois de confessar o delito, abertamente, Guilherme disse tanto aos advogados quanto em entrevista à Record que "não sabia o que estava fazendo, estava fora de si", e que não pensou nas consequências do ato.
O assassino chegou a afirmar que não se recordava de cometer o crime, além de mencionar, sem razão aparente, que Sol sofria de depressão. Guilherme está passando por exames para verificação de insanidade mental. A promotoria considera que se trata de estratégia da defesa.
O psiquiatra Isaac Efraim considera que Guilherme teria um quadro de loucura: “Ele tem cismas na relação dele com o mundo, onde ele se sente diminuído, humilhado, e a agressividade vem como uma forma de compensação a essa humilhação que ele sente que passa”, explicou.
A psicóloga criminal Rosângela Monteiro também acredita na possibilidade de o assassino ser acometido por psicopatia ou esquizofrenia paranoide, psicopatologias que explicariam seu comportamento peculiar, assim como o conteúdo de seu manifesto, “Meu Dicionário”.
No “livro” de 52 páginas, amplamente divulgado por Guilherme após cometer o crime, ele diz ser alguém que “efetuou um ataque contra o cristianismo” e que fazia parte de um grupo de soldados preparados para fazer o mesmo – informação que ele negou a seus advogados.
Ele discorre, de forma confusa e com português questionável, sobre tópicos como o amor, uso de drogas, abandono parental e relações familiares. Ele diz ser um “metamorfo”, que usa diversas máscaras conforme exigido pela ocasião, algo necessário para “alcançar seu propósito”.
Guilherme pessoalmente enviou os vídeos que gravou após o assassinato e seu livro à professora Lola Aronovich, que identificou, em entrevista ao Uol, o texto como explicitamente misógino e ressaltou as frustrações do jovem em relação ao amor e com o abandono pelo pai.
Guilherme foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel e aguarda julgamento preso. Ele poderá ser condenado até 30 anos de reclusão. No fim de maio, faltou à reprodução do crime por recomendação de sua defesa, e a simulação foi cancelada.
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