1⃣ El Salvador virou a “Cuba da direita”. Bukele é ídolo de parte da direita latino-americana, mas seu modelo autoritário oferece poucas lições a países como o Brasil. Prometer a adoção do “modelo Bukele” é, em geral, só discurso de campanha. 🧵
2⃣ Pesquisas de opinião sugerem que Bukele tem mais de 80% de aprovação em El Salvador e 11 milhões de seguidores no TikTok – mais do que a própria população de El Salvador. Reduziu homicídios e transformou o país, antes violento, em um dos mais seguros da região.
3⃣“Há cinco motivos pelos quais, contrariamente ao que preveem alguns analistas, o ‘modelo Bukele’ dificilmente será copiado por outras sociedades que gostariam de combater o crime organizado e reduzir a violência. A direita na América Latina não passará por uma ‘bukelização’.”
1️⃣ A Suprema Corte dos EUA decidiu por 6 a 3 limitar o poder de juízes federais de suspender nacionalmente ordens executivas — uma vitória significativa para Trump. A decisão não trata da legalidade da medida sobre cidadania por nascimento, mas adia sua aplicação por 30 dias.
2️⃣ A decisão, redigida pela ministra Amy Coney Barrett, pode mudar — mesmo que temporariamente — a forma como a cidadania é concedida nos EUA. A ordem de Trump visa barrar a cidadania automática para filhos de imigrantes sem documentos nascidos em solo americano.
3️⃣Com isso, juízes federais de primeira instância perdem o poder de emitir liminares com efeito nacional. Essa prática vinha sendo usada por anos para bloquear políticas tanto de governos republicanos quanto democratas. Agora, só valerá para os autores do processo.
1⃣O avanço da AfD na Alemanha reabre o debate sobre os limites da tolerância democrática — e evoca as trágicas consequências da hesitação diante do nazismo nos anos 30. O que fazer quando um partido com apoio crescente representa uma ameaça à ordem democrática? 🧵
2⃣A AfD ficou em 2º lugar nas eleições de fevereiro, com 20,8% dos votos. Em maio, foi classificada como “comprovadamente extremista de direita” pelo órgão de inteligência interna da Alemanha. A medida permite vigilância ampliada sobre o partido.
3⃣Segundo o relatório do BfV, a AfD promove um conceito étnico e hereditário de povo, incompatível com a Constituição alemã. Defende “remigração” em massa — o que incluiria expulsar migrantes e seus descendentes, mesmo com cidadania alemã.
A possibilidade de que ex-aliados dos EUA busquem um guarda-chuva nuclear próprio, diante da crescente imprevisibilidade de Washington, deixou de ser tabu e passou a integrar o debate político em países como Alemanha, Polônia, França, Japão e Coreia do Sul. 🧵👇
Essas nações renunciaram ao desenvolvimento de armas nucleares em troca da proteção prometida por Washington, mas a credibilidade desse compromisso — base da dissuasão americana — nunca esteve tão abalada.
Na Alemanha, o debate sobre o papel do país em uma eventual dissuasão nuclear europeia ganhou força após a volta de Trump.
🧵A União Europeia está distribuindo celulares descartáveis e notebooks básicos a autoridades que viajam aos EUA — medida antes reservada apenas para missões em países como China. 👇
2️⃣ A orientação vale para os comissários que irão a Washington entre 21 e 26 de abril, para as reuniões do FMI e do Banco Mundial. A ordem é clara: nada de equipamentos eletrônicos convencionais, por medo de espionagem.
3️⃣ Segundo o FT, há receio real de que os EUA tentem acessar os sistemas da Comissão Europeia. Isso marca uma deterioração significativa nas relações desde o retorno de Trump ao poder, em janeiro.
🧵 Para entender os fundamentos “científicos” por trás da estratégia tarifária de Trump, é importante conhecer uma figura central — Ron Vara. O detalhe curioso? Ele não existe. Mas isso nunca foi um problema para Peter Navarro, arquiteto do protecionismo trumpista. 👇
2️⃣ Ron Vara era frequentemente citado por Navarro como especialista em comércio e China. O nome aparece em livros, artigos e apresentações. Sempre com frases de efeito, argumentos fortes e previsões catastróficas sobre Pequim.
3️⃣ Em 2019, um professor de Harvard descobriu que Ron Vara não existia. Era um anagrama do próprio Peter Navarro — “Ron Vara” = “Navarro”. Ou seja, Navarro citava a si mesmo sob pseudônimo, criando a ilusão de consenso acadêmico.