1⃣À primeira vista, a escalada da pressão dos EUA contra a Venezuela parece uma má notícia para Moscou. Se Nicolás Maduro caísse, a Rússia perderia um aliado importante na América Latina, região onde tenta ampliar sua influência política e estratégica. 🧵👇
2⃣Mas, nos bastidores, a leitura é outra. Para a Rússia, a atuação americana no Caribe — sobretudo se evoluir para um bloqueio naval explícito ou ataques diretos — pode acabar sendo uma excelente notícia do ponto de vista geopolítico.
3⃣Isso porque essa estratégia não se apoia no direito internacional, mas na lógica das esferas de influência: a ideia de que grandes potências podem usar força ou coerção para moldar resultados políticos no seu “quintal”.
1⃣Trump is maneuvering himself into a credibility trap. If Maduro doesn’t buckle under the current low-cost pressure campaign, the U.S. president may find it difficult to pull back—raising the risk he engages in the very regime-change adventure he always vowed to avoid. 👇🧵
2⃣ Maduro lacks democratic legitimacy, and the US and Latin America would clearly benefit from his exit. Yet while removing a dictator is relatively easy for Washington, few supporters of a tougher approach acknowledge the basic rule: if you break it, you own it—often for years.
3⃣ A clean break is unrealistic. Chavismo has captured state institutions, and any transition would require its involvement for years. The U.S. would face a long, messy process of negotiation and stabilization—something Washington historically performs very poorly.
1️⃣ El Salvador’s Nayib Bukele is on a roll. At home, he enjoys approval ratings above 80 percent. Abroad, his profile is rising fast. His TikTok following—11 million—is bigger than El Salvador’s population, and much of his content is in English. 👇🧵
2️⃣U.S. right-wing figures see Bukele as an inspiration. After Tucker Carlson and Donald Trump Jr. attended his inauguration, Carlson wrote that Bukele “may have the blueprint for saving the world.” Trump called him “one hell of a president” during his White House visit.
3️⃣Since taking office in 2019, Bukele has turned El Salvador from one of the most dangerous countries in the Americas into one of the safest. In 2024, its homicide rate of 1.9 per 100,000 was lower than the U.S. rate. But his anti-crime strategy is hardly replicable elsewhere.
1⃣ A movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe nas últimas semanas reacendeu na América Latina um temor que muitos julgavam superado: a Doutrina Monroe. Anunciada em 1823 e reforçada em 1904, ela guiou intervenções e moldou a desconfiança regional. 🧵👇
2⃣ Ainda antes da chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford ao Caribe, Washington já havia realizado cerca de 20 ataques contra lanchas que alegou serem de “narco-terroristas”. Essas ações deixaram ao menos 80 mortos e levantam sérias dúvidas legais.
3⃣ Não houve comprovação de combate armado nem garantias de distinção entre alvos militares e civis. E permanece incerto se o objetivo é destruir infraestrutura de narcotráfico, forçar mudança de regime ou apenas exibir poder militar na região.
🧵1️⃣ Às vésperas da 80ª Assembleia Geral, a ONU enfrenta a crise mais grave desde sua criação. Trump suspendeu a participação dos EUA em várias agências, reduziu e atrasou contribuições financeiras. A ONU recorre a austeridade inédita para sobreviver.
2️⃣ O governo americano não só corta aportes, mas bloqueia avanços em áreas que chama de “woke” — gênero, clima e desenvolvimento sustentável. A estratégia de Trump é reduzir presença, mas manter o veto no Conselho de Segurança.
3️⃣ Em teoria, abre-se espaço para outras potências. Mas imaginar China e Rússia ocupando o papel dos EUA é ilusório. Pequim busca cargos, mas atrasa pagamentos; Moscou carece de recursos e enfrenta isolamento desde a invasão da Ucrânia.
1️⃣ As eleições na Bolívia no último domingo foram um verdadeiro terremoto político: após quase 20 anos de domínio do MAS sob Evo Morales e Luis Arce, os três primeiros colocados no 1º turno vieram da direita: Paz Pereira (32,1%), Tuto Quiroga (26,9%) e Doria Medina (19,9%). 🧵
2️⃣ O principal candidato da esquerda, Andrónico Rodríguez, teve apenas 8,1%. Logo após a divulgação dos resultados, tanto ele quanto Medina reconheceram a derrota — um sinal importante de amadurecimento político e respeito às instituições democráticas.
3️⃣ O contraste é evidente: nos EUA em 2020 e no Brasil em 2022, Trump e Bolsonaro não só rejeitaram o resultado, como mobilizaram apoiadores contra a legitimidade dos vencedores. Na Bolívia, Rodríguez afirmou: “Aceitamos com respeito esta decisão democrática.”