O Patolli foi um dos jogos mais populares praticados pelos povos mesoamericanos, sabemos em especial, sobre a maneira na qual os Astecas o jogavam.
Segue o fio para entendermos melhor como o jogo funcionava e seu papel na sociedade Mexica!👇
O Patolli foi um jogo de tabuleiro e aposta, podendo ser jogado em pares ou em grupo.
O objetivo principal do jogo era ser o primeiro a mover um conjunto de seis pedras de uma extremidade do tabuleiro (que podia ser estendido sobre um tapete ou marcado no chão) para a outra.
O tabuleiro era marcado com 52 casas para as pedras, tais casas tinham 4 diferentes direções, com efeitos distintos no progresso das pedras.
Os movimentos dependiam do resultado do lançamento de dados, geralmente usados com feijões secos marcados com um buraco ou pontos brancos.
Cada jogador deveria ter 6 peças e 6 itens de aposta. Durante a partida, os jogadores se revezavam jogando os feijões, e para ganhar um marcador no tabuleiro era necessário que um dos feijões caísse com o buraco voltado para cima e todos os outros para baixo.
O jogador poderia então, dependendo de sua jogada, mover seus marcadores para frente, mas não poderia mover as peças para os espaços já ocupados por outra peça, sua ou do oponente.
De acordo com o andamento e as regras do jogo os movimentos iam sendo alternados até o fim dele.
Quanto as apostas, elas iam desde comidas, safras, joias e pedras preciosas, até, em casos mais extremos, suas casas ou até mesmo sua liberdade pessoal, tendo de exercer servitude ao vencedor, mas é constado que a opção de participar da aposta era uma decisão de livre arbítrio.
Mas o que incentivava a tais apostas?
Os registros mostram que homens eram os mais aptos a apostar os riscos, e que, sem dúvidas, o álcool, que era acompanhamento nas partidas, certamente minavam a cautela dos Astecas, assim como a visão de que o jogo era um teste de ‘destinos’.
O jogo tinha conotações astrológicas, notável nos tabuleiros com as 4 direções com 13 espaços cada, totalizando 52, o número sagrado de anos para completar uma era completa na roda de calendário Asteca, ou seja a combinação dos calendários de 260 (ritual) e 365 (anual) dias.
Macuilxochitl era associado a sorte, jogos de azar, diversão, e arte; antes do Patolli ser jogado, os participantes invocavam essa entidade para os trazerem sucesso, e era entendido que ela participava como uma terceira pessoa no jogo, podendo mudar a sorte de um participante.
Quando os espanhóis chegaram em Tenochtitlán, rapidamente proibiram o jogo de Patolli, alegando ser um jogo de idolatria a ‘falsas divindades’, chegando a queimar as mãos de quem jogasse.
Muito do que sabemos sobre o jogo atualmente vem dos registros do frade Diego Durán.
Fontes:
Mexicolore; Nicholas James; Barbara Voorhies; Ian Mursell.
Alfonso Caso; “Un antiguo juego mexicano: el patolli.”
Diego Durán; “Book of the Gods and Rites and the Ancient Calendar.”
Arqueología Mexicana.
Artes autorais da thread: Steve Radzi.
Esse resumo não aborda tanto das regras e da jogabilidade do jogo em si, mas pretendo um dia fazer um pdf com as informações que a gente tem do jogo da maneira mais fidedigna possível e anexar aqui embaixo depois pra quem quiser e tiver interesse em jogar algum dia!
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Os Mochicas, apesar de serem uma sociedade ágrafa, ou seja, sem escrita, nos deixaram uma certa forma de linguagem que pode ser compreendida através de suas…cerâmicas? 🤔🏺
Segue o fio para entender um pouco sobre o tridimensionalismo Moche!👇🧵
Um dos estilos artísticos mais utilizados nas cerâmicas mochicas ficou conhecido como “pinturas de linha fina” e nelas são retratadas diversas cenas do mundo mitológico, ritual e cotidiano Moche.
Muitas dessas cenas se repetem e são classificadas em grupos de narrativas:
Pela grande quantidade de cerâmicas e o difícil acesso popular às mesmas, Donna McClelland e Christopher B. Donnan, juntos, construíram um importantíssimo arquivo de desenhos reproduzindo tais imagens.
Hoje, todos eles podem ser consultados virtualmente:
Um sistema de centros urbanos Pré-Colombianos foi encontrado no Vale Upano, na Amazônia equatoriana.
Pesquisadores, com a ajuda do LIDAR, revelaram uma paisagem antrópica com aglomerados de plataformas monumentais, praças e ruas seguindo um padrão específico entrelaçado com drenagens e terraços agrícolas, bem como estradas que percorrem grandes distâncias.
A ocupação data de cerca de 500 AEC até entre 300-600 EC, sendo mais antiga do que a grande maioria das sociedades amazônicas.
Escavações no Vale Upano já ocorrem há 30 anos e desde então foram encontrados montes organizados em torno de praças centrais, cerâmicas decoradas com tinta e linhas incisas e grandes jarros contendo restos de chicha, mas com o LIDAR, foi possível ter uma noção geral da região.
A equipe identificou 5 grandes assentamentos e 10 menores em 300 km2 no Vale Upano, cada um densamente repleto de estruturas residenciais e cerimoniais.
As cidades são intercaladas com campos agrícolas retangulares e cercadas por terraços nas encostas onde plantavam safras, incluindo milho, mandioca e batata-doce, encontradas em escavações anteriores.
Estradas largas e retas ligavam as cidades umas às outras e as ruas passavam entre as casas e os bairros dentro de cada povoado.
Esse é mais um dos inúmeros exemplos de que a Amazônia Pré-Colombiana ainda tem muito a nos revelar e que, com novas tecnologias não-hostis, como o LIDAR, tais revelações tem sido, e vão continuar sendo, cada vez mais frequentes.science.org/doi/10.1126/sc…
Conhecidos por suas cerâmicas, os Moche retrataram, em pinturas de linha fina, diversas cenas de humanos, animais e seres mitológicos em atividades que foram categorizadas como temas narrativos.
Segue o fio pra conhecer os principais temas da arte Mochica:
As cerimônias de sacrifício (tema da apresentação) é considerada a principal narrativa, frequentemente aparecendo na arte desta sociedade.
Nela, encontramos personagens recorrentes da cosmologia mochica envolvidos em uma cerimônia que culmina na oferenda de um cálice com sangue.
A narrativa do enterro aparece em diversas cerâmicas de modos diferentes, mas apresentam um padrão de atividades, separadas por linhas paralelas.
Entender tal iconografia nos possibilitou compreender melhor os ritos funerários desta sociedade.
Em 12 de julho de 1562, o frade espanhol Diego de Landa, em um ato único, queimaria livros e artefatos Maias em praça pública na cidade de Maní em uma tentativa de “remover o demônio do coração dos nativos”.
O que o levou ao ato e o que foi perdido?
Segue o fio!👇📖
Diego de Landa nasceu na cidade de Cifuentes, na Espanha, em 1524; em 1541 ele ingressou na Ordem do Frades Menores, uma ordem religiosa e franciscana em Toledo.
Em 1549, de Landa desembarcou em Mérida para trabalhar no convento de San Antonio de Padua em Izamal, Yucatan.
Ele perambulava pelas comunidades a pé e, com isso, aprendeu a língua iucateque e as relações nativas sobre a terra, as pessoas e os costumes, sendo inicialmente acolhido em muitas comunidades, o que o ajudou a compreender melhor o povo e fomentar a sua missão religiosa.
As áreas de floresta amazônica foram conhecidas pelos Incas como ‘Antisuyu’ e, ao contrário do que se é pensado, as regiões andina e amazônica sempre estiveram bastante interligadas.
Como se deu a relação entre os Andes e a Amazônia no período Pré-Colombiano?
Segue o fio!👇🌳
Os Andes e a Amazônia no período Pré-Colonial não foram separados culturalmente, estavam ligados por extensas redes de comércio que também conectavam línguas, costumes e histórias entre diversos grupos sociais nestas regiões, gerando dinâmicas políticas de influência mútua.
Tal influência é vista na cultura Chavín com iconografias típicas da selva tropical (), com os Chachapoyas na divisão geográfica (), com as narrativas de origem do povo Yanesha, no período colonial com o Manuscrito de Huarochirí, etc.
O El Niño é um fenômeno que consiste no aquecimento incomum das águas do Pacífico Equatorial, alterando a temperatura e aumentando o índice pluvial nas regiões costeiras.
Qual foi o impacto deste fenômeno nas sociedades Pré-Hispânicas na Costa Norte do Peru?
Segue o fio!👇🌧
A Costa Norte do Peru é caracterizada por ser um deserto árido, assim como uma planície aluvial, cortada por rios que descem dos Andes e desaguam no Oceano Pacífico.
Há milhares de anos, os povos locais construíram canais para extrair água destes rios e direciona-las aos campos.
Culturas costeiras como a Moche, Chimú, Cupisnique, e etc, dependiam da irrigação para além da subsistência, já que a água canalizada, o milho, o algodão e outras safras desempenhavam papéis importantes, também, na vida social, ritual e econômica destas sociedades.