Mais um estudo de combinação heteróloga (uso de vacinas de plataformas diferentes) da Tailândia🇹🇭 num contexto populacional: combinação de vacina de vírus inativado (CoronaVac) + vacina adenoviral (AZ)!
Acompanhe! 🧶👇
O estudo avaliou a resposta imunológica induzida pelas combinações de imunizantes:
🔹CoronaVac (D1) e CoronaVac (D2)
🔹AZ (D1) e AZ (D2)
🔹CoronaVac (D1) e AZ (D2)
Os dois primeiros sendo regimes homólogos, e o terceiro, um regime heterólogo
Abaixo, temos uma tabela com os dados dos participantes. Importante destacar que os participantes que receberam AZ/AZ eram um pouco + velhos do que CoronaVac/CoronaVac e CoronaVac/AZ
Essa discrepância ocorreu por conta da priorização inicial na campanha de vacinação, e por conta disso, alguns imunizantes foram mais aplicados em populações mais velhas do que outros
Ao contrário dos intervalos homólogos, houve variação de intervalos na aplicação do regime heterólogo: algumas pessoas receberam a 1ª e 2ª dose num intervalo de 14-35 dias, e outras num intervalo de 36-72 dias
Todos os participantes, após a 2ª dose e independente do regime recebido, tiveram presença de anticorpos contra regiões específicas da proteína Spike do SARS-CoV-2 (RBD). A combinação heteróloga (CoronaVac/AZ) teve os níveis mais altos do que os dois regimes homólogos avaliados
Ao avaliar atividade neutralizante, a combinação heteróloga apresentou valores maiores contra a cepa original de Wuhan e a variante B.1.351 (#Beta), comparado aos dois regimes homólogos
Em relação a B.1.1.7 (#Alfa), o regime heterólogo teve valores maiores do que o homólogo de CoronaVac, mas muito similares em relação ao homólogo de AZ
Fazendo uma estimativa, observou-se que, comparado com a cepa original de Wuhan, a atividade neutralizante foi menor contra a variante #Alfa e #Beta , sendo que essa redução foi menor para o regime heterólogo comparado com os dois homólogos
Esses dados são interessantes, especialmente com tantos estudos acontecendo investigando combinação de vacinas, e agora com as doses de reforço, é interessante observar que essas combinações podem gerar resultados interessantes
O estudo tem várias limitações:
🔹80,5% dos indivíduos receberam o regime heterólogo com intervalo entre 14-35 dias, e as diretrizes recentes apontam um intervalo mínimo de 28
🔹O tempo de coleta das amostras após a completude dos regimes foi diferente entre os regimes homólogos e o heterólogo, e isso faz bastante diferença num contexto imunológico: a resposta muda (melhora) ao longo do tempo
🔹Diferenças importantes na idade dos indivíduos entre os grupos, como apontado lá no início do fio. A campanha de vacinação da 🇹🇭 priorizou a AZ para a população mais velha. Sabemos que idosos sofrem de imunosenescência, e isso deve ser considerado na interpretação dos valores
RESUMINDO: mais uma evidência bacana de que combinação heteróloga gera uma boa resposta imunológica, agora observando a combinação de vacina de vírus inativado + vetor adenoviral.
Naturalmente, precisamos de mais estudos para ampliar esse entendimento com esse e outros regimes!
Curtiu o fio? Tem mais em bit.ly/fiosmell !
Uma seção inteirinha só de combinação heteróloga!
MAS ESPERE! 🚨🚨
Tem várias outras seções de outros assuntos hehe confira!
Casos de Oropouche em SC: pela primeira vez na história do estado, casos foram registrados em Botuverá (Vale do Itajaí).
A Febre do Oropouche é causada por um vírus (OROV), transmitida por mosquitos e é mais uma doença que pode estar sendo agravada por mudanças climáticas🔻
Três pacientes em Botuverá (entre 18 e 40 anos, sem histórico de deslocamento para fora do estado) foram confirmados até o momento.
A febre do Oropouche foi isolada pela 1ª vez no Brasil nos anos 60, com surto recente na região norte do país g1.globo.com/ac/acre/notici…
A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados. Entre os vetores, o mosquito-pólvora ou maruim (Culicoides paraenses) é o principal, mas em centros urbanos, o Culex quinquefasciatus pode ser um potencial vetor
Covid-19 pode aumentar riscos por até um ano após a infecção para desfechos psiquiátricos como:
- transtornos psicóticos, de humor, de ansiedade, por uso de álcool e do sono
Riscos maiores em pessoas hospitalizadas, e menores entre vacinados 🔻
a Covid-19 pode também trazer um risco aumentado de o indivíduo precisar de prescrição de medicamentos psiquiátricos por conta dessas alterações persistentes, comparado com aqueles sem evidência de infecção mas que passaram por estressores parecidos relacionados à pandemia
Mesmo em quem teve Covid-19 leve, esses riscos estavam presentes. Apesar de riscos serem ainda maiores para quem teve Covid-19 mais séria, não se pode subestimar o impacto de uma infecção leve considerando as sequelas pós-Covid
Desde Jan/22, o CDC estima que mais de 82 milhões de aves foram afetadas pela gripe aviária (H5N1), em 48 estados, nos EUA. Com casos do vírus avançando entre mamíferos, fica a pergunta: hoje, o risco global é baixo, mas será que saberemos a tempo, quando não ser?
O fio 🔻
O dado de cima foi tirado do monitoramento do H5N1 pelo CDC, pode ser conferido aqui:
Hoje foi publicado um texto que preparei para o @MeteoredBR sobre os casos de gripe aviária em rebanhos leiteiros no Texas, Michigan e Kansas.
Alterações no sistema imunológico podem estar presentes 8 meses após a infecção, mesmo em pessoas com Covid-19 leve a moderada.
Essas alterações podem manter a inflamação de forma contínua e sustentada nessas pessoas, levando a danos em diferentes tecidos 🔻
O estudo recente analisou o sangue de pacientes com Covid longa (CL), e comparou as amostras com:
- Indivíduos recuperados de mesma idade e sexo sem CL;
- Doadores não expostos;
- Indivíduos infectados com outros coronavírus.
O que os pesquisadores encontraram?
A Covid Longa leva a uma ativação anormal das células da imunidade inata (primeira linha de defesa do organismo, que respondem a qualquer invasão ou lesão, de forma inespecífica)
Estudo com 56 indivíduos com ~10 anos, com COVID longa (vs. 27 sem COVID Longa) mostrou alterações importantes relacionadas à função autonômica do coração, que também podem ser vistas em adultos com COVID longa.
COVID longa em crianças NÃO DEVE ser minimizado🧵
Os autores apontam que essas alterações poderiam levar a um fluxo sanguíneo anormal aos órgãos, contribuindo para sintomas como fadiga, dores musculares, intolerância ao exercício e dispneia, sintomas cognitivos (ex.: confusão mental)
Em adultos, essa disfunção autonômica pode estar presente e ligada a sintomas e condições da COVID longa relacionados ao sistema cardiovascular e respiratório, como a síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), fadiga e distúrbios das vias aéreas, por exemplo
Estudo interessante da @VirusesImmunity e colegas, mostra diferenças em como a COVID longa afeta homens e mulheres: mulheres são mais propensas a apresentar COVID longa, com uma carga maior de sintomas afetando diferentes órgãos, e hormônios podem ser preditores da condição 🧵
O grupo de pesquisadores investigou como o perfil imunológico na COVID longa pode diferir entre homens e mulheres e se isso poderia nos ajudar a entender como essa condição afeta ambos.
165 indivíduos (com ou sem COVID longa) foram avaliados.
O estudo identificou que alguns sintomas relacionados à COVID longa são mais presentes em mulheres (como inchaço, dores de cabeça, dores musculares, cãibras, queda de cabelo) e outros, mais em homens, como a disfunção sexual