💉Artigo novo na área! Dados sobre a resposta imunológica induzida pela vacina da @AstraZeneca considerando 3 intervalos ampliados entre dose 1 e dose 2 e considerando uma 3ª dose!
Boa noite e vamos entender juntos! 🧶👇
👥Participantes de 18-55 anos que receberam 1 ou as 2 doses da AZ foram convidados para fazer parte desse novo estudo. Foi observada a resposta imunológica:
🔹Com intervalos ampliados entre dose 1 e dose 2
🔹Com uma 3ª dose, após 28-38 dias da 2ª dose
Quais intervalos ampliados foram avaliados, considerando o primeiro ponto?
🔹8-12 semanas
🔹15-25 semanas
🔹44-45 semanas
Desses 90 participantes inscritos no subestudo de reforço da 3ªdose:
🔹80 (89%) foram avaliados para reatogenicidade
🔹75 (83%) foram avaliados para avaliação de anticorpos
🔹15 (17%) foram avaliáveis para respostas de células T.
Para o estudo dos efeitos de intervalos ampliados para D1 e D2:
🔹321 participantes que tinham dados de reatogenicidade (83% desses 321 para o intervalo 8–7% para 5–25 semanas e 9% para 44–45 semanas
🔹261 que tinham dados de imunogenicidade (44% deles para intervalo de 8–12 semanas, 44% para 15–25 semanas e 11% 44–45 semanas
Ainda, teve um grupo de participantes que recebeu somente 1 dose (480 participantes) e foram avaliados para imunogenicidade até 44-45 semanas após a vacinação.
Ufa! Vamos para os resultados, finalmente!
REATOGENICIDADE: 7 dias após uma segunda dose, as reações relatadas foram principalmente leve a moderadas, independentemente do intervalo entre as doses, sendo as reações da D2 mais brandas que a D1 para os grupos
A 3ª dose foi ainda menos reatogênica que as duas anteriores
Em relação àqueles que receberam somente 1 dose, as quantidades de anticorpos após 1 dose única (medida aproximadamente 320 dias após a vacinação) permaneceram mais altos do que os títulos medidos no início do estudo, e um declínio é visto ao longo do tempo
Em relação à resposta celualr após 1 única dose, viu-se um padrão parecido com o acima para anticorpos: mesmo vendo uma diminuição, se mantem muito acima dos níveis no início do estudo.
Os níveis de anticorpos 28 dias após uma 2ª dose da vacina foram maiores entre aqueles com intervalos mais longos entre as doses do que entre aqueles com intervalos mais curtos entre as doses.
Não se viu diferenças em relação as idades, mas não temos +60 incluídos no estudo
6 meses após a segunda dose da vacina, os níveis de anticorpos permaneceram significativamente mais elevados no grupo com um intervalo de 15–25 semanas entre as doses em comparação com um intervalo de 8–12 semanas (figura acima)
DADO RELEVANTÍSSIMO: O perfil de ligação dos anticorpos foi testado para todas as quatro variantes testadas (#B1, #Alfa, #Beta e #Gama) e foram significativamente maiores ✨após a segunda dose✨do que após a primeira dose
VAI TOMAR TUA SEGUNDA DOSE, CHÊ
Dados em relação à 3ª dose: As respostas de anticorpos após uma 3ª dose da vacina foram avaliadas em 75 participantes que receberam suas primeiras duas doses com um intervalo de 8–16 semanas, e que posteriormente receberam sua 3ª dose 28–38 semanas após a 2ª dose
Os níveis de anticorpos após 28 dias da 3ª dose foram significativamente maiores do que após a 2ª dose (comparação com o período de 28 dias após a 2ª dose)
Anticorpos de ligação em relação à variante #Beta aumentaram após uma 3ª dose. Em relação aos anticorpos neutralizantes, após uma 3ª dose, foram maiores do que aqueles após a 2ª dose contra variantes #Alfa , #Beta e #Delta
Para a resposta celular após a 3ª dose, somente 15 indivíduos foram avaliados nesse estudo. Esses indivíduos receberam suas primeiras duas doses com um intervalo de 8 semanas e, subsequentemente, receberam sua terceira dose 37-38 semanas após a segunda
Os dados indicam que a resposta aumentou após 14 dias e 28 dias da 3ª dose, porém o pico da resposta 28 dias após a 3ª dose não foi diferente do observado em 28 dias após a 2ª dose
Outro trabalho, discutindo sobre memória celular, havia comentado que uma 3ª dose pode ajudar e muito a manter os níveis circulantes de anticorpos da 1ª onda formada por mais tempo, mas ainda poderíamos ver a resposta celular permanecendo lá da 2ª dose
Em resumo: esses dados são muito relevantes para a gente entender a resposta gerada usando intervalos mais amplos entre D1 e D2 de vacinas, como a @AstraZeneca . É o caso do Brasil, que usa um intervalo ampliado (8-12 semanas).
Além disso, o trabalho também trouxe dados em relação às variantes, o que mostra que a ampliação desses intervalos gera proteção contra elas também!
A resposta celular foi reforçada após a 3ª dose, mas mantem a mesma magnitude vista após a completude de 2 doses!
Os autores discutem que não viram nenhum indicativo de resposta contra o vetor adenoviral de chimpanzé (ChAdOx1) utilizado na vacina que pudesse impactar na geração da resposta protetora. Isso é algo que tá sendo discutido sobre quais combinações poderíamos fazer para 3ª dose
A combinação heteróloga (combinar vacinas diferentes num mesmo regime) é algo que tem levantado resultados muito positivos e alguns países já vem adotando. Aqui no BR, teremos 3ª dose heteróloga, priorizando a Pfizer como D3
O estudo tem várias limitações, e é importante reconhecê-las:
🔹Não é um estudo de efetividade, portanto é importante levar isso em conta para decisões de saúde pública
🔹Número pequeno de participantes para alguns grupos/análises
🔹Um acompanhamento por 6 meses após as doses está planejado para ver a duração dessas respostas induzidas
🔹As populações foram específicas, portanto generalizações não devem ser feitas
🔹Falta dados de idosos!
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.