sabe aqueles filmes do Tarantino com impasse mexicano, onde mais de duas pessoas estão apontando as armas uma para as outras? É mais ou menos isso que estamos passado. Bolsonaro mira em Alexandre de Moraes e Rodrigo Pacheco, mas não pode confiar totalmente em Arthur Lira+
2/Moraes mira em Bolsonaro, mas também em Lira, cujos processos no STF pode ressuscitar em breve. Lira, por sua vez, só ganha se Bolsonaro sair ferido do tiroteio e precisar da sua ajuda. Rodrigo Pacheco só viabilizaa candidatura se Bolsonaro estiver morto+
3/A única certeza é que, como nos filmes de Tarantino, haverá sangue.
4/Resumo dos capítulos anteriores:Bolsonaro não tem, neste momento, força para um golpe militar, mas não vai desistir. O 7/9 foi só um ensaio para mostrar que ele vai escalar por qualquer meio, legal ou ilegal, para se manter no poder+
5/ A oposição é desorganizada demais para afastar Bolsonaro do poder, mas sabe quais são os pontos fracos do presidente: ele tem no máximo 1/3 do eleitorado e se preocupa mais com a prisão de seus youtubers de estimação que com problemas reais+
6/ Arthur Lira, é poderoso a ponto de aprovar uma reforma tributária tosca, mas Rodrigo Pacheco vai engavetar o projeto. Muito pouco do que o Senado faça a partir de agora terá aval da Câmara e vice-versa+
7/O Congresso pode aprovar o Orçamento de 2022 que quiser, mas o Supremo não vai autorizar uma saída extra-legal para descumprir a Lei do Teto de Gastos. Vai sobrar menos dinheiro para o novo Bolsa Família (se é que haverá algum projeto novo) e para as emendas parlamentares+
8/O País que já anda devagar pode parar de vez. Parar de decidir, porque o dólar vai seguir instável, os investimentos serão adiados, a inflação vai subir ao menos até abril e o risco de racionando segue no horizonte. Meu artigo para a @VEJAveja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1/E se depois de ameaçar tomar Panamá, a Groelândia e o Canadá, Trump anunciar uma intervenção na Amazônia ? Mais que retórica, afinal ninguém é capaz de prever qual será o novo alvo trompista, a pergunta deveria ser o ponto de partida de como o governo Lula deve se preparar +
2/É patética a ideia de alguns assessores de Lula de que ele pode repetir a química c/ W. Bush, poderá também surpreender com Trump. Bush e Lula se identificaram porque ambos diziam se sentir menosprezados pela elite de seus países+
3/Trump, por sua vez, teve uma relação calorosa com Bolsonaro, e vê em Lula tudo o que rejeita: relação especial com a China, apoio à regulação estatal no ambiente de negócios, primeira-dama woke, histórico de sindicalista e declaração de voto em Kamala +
1/Desde o Datafolha de março, o Rio Grande sofreu um dilúvio, o governo sofreu derrotas em série no Congresso, o dólar subiu 9,5%, Tarcísio se consolidou como herdeiro do bolsonarismo, o Congresso tentou aprovar uma legislação medieval contra as mulheres que abortam e... nada +
2/A pesquisa mostrou que nesses três meses de tantas polêmicas e notícias relevantes, a aprovação do governo Lula apenas variou de 35% para 36%, a reprovação oscilou na margem de erro de 33% para 31%, enquanto o regular passou de 30% para 31% +
3/Essa estabilidade é um dos sintomas da calcificação levantada no livro "Biografia do Abismo", que escrevi com @profFelipeNunes. A disputa que até 2006 se dava em torno dos partidos passou a ser um identidade geográfica, renda, gênero, idade, religião e raça+
1/ O governo Lula não completou um mês e já sobreviveu à uma horda de bárbaros que atacou os símbolos do poder da República, interveio na segurança do Distrito Federal e trocou o comandante do Exército.
2/Em 25 dias, Lula enfrentou mais turbulência institucional do que em 2 mandatos. Mas se conseguir virar a página do golpismo _ o que Lula acha ter conseguido com a nomeação do general Tomáz Paiva _, Lula terá de enfrentar a sua nêmesis, a possibilidade de uma recessão+
3/Há um consenso que a economia está desacelerando. Na pesquisa do Banco Central, a previsão é que o PIB feche o ano em 0,79%, vindo de um crescimento =~3% em 2022. Vários bancos estimam que o Brasil terá crescimento zero no 2.o e 3.o trimestres, podendo ser negativo no 4.o.
1/Para entender os discursos de Lula sobre o BC é precisar aceitar a premissa: há um consenso que a taxa de juros reais de 8% é obstáculo instransponível para o sucesso do governo. Não há como Lula devolver “o Brasil do domingo dos pobres com picanha e cerveja” com essa Selic.
2/A pressão sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não pode ser entendida como um debate econômico. É político.+
3/O fato de Campos Neto ter permanecido até 11 de janeiro num grupo de WhatsApp com o nome “Ministros do Bolsonaro” azedou a possibilidade de uma relação suave com Lula. Campos disse que saiu do grupo, mas a nódoa ficou
1/Governar é escolher adversários. Depois de uma campanha demonizando Arthur Lira, Lula da Silva logo que eleito ordenou ao PT que apoiasse a reeleição do presidente da Câmara e disse publicamente que seu governo depende mais do Congresso do que o contrário+
2/A mídia está sendo tratada com profissionalismo. As Forças Armadas, mesmo depois da postura ambígua na Intentona do 8 de janeiro, têm no ministro da Defesa um amigo dos militares. Adversários mesmo, Lula escolheu dois: Bolsonaro, por motivos óbvios, e o mercado financeiro+
3/A primeira entrevista de Lula como presidente, concedida à repórter @NatuzaNery, pode ser repartida em duas. Nos primeiros 40 min, ele foi incisivo ao defender a democracia, a punição aos vândalos de 8 janeiro e urgência da despolitização das Forças Armadas. Acertou no tom.
2/embora movimentem as emoções de dezenas de milhões de brasileiros, Bolsonaro e Lula estão disputando apenas o voto de 7%, aqueles que no Datafolha admitem serem volúveis.
3/Entre esses votos que ainda podem ser conquistados, 59% disseram na pesquisa que tendem a anular o voto ou votar em branco, outros 21% pendem para Bolsonaro, 15% para Lula e 5% dizem não saber o que fazer.