Os mamutes estão voltando!
Embora pareça coisa de ficção-científica, nunca estivemos tão perto de ter espécies extintas andando pelo planeta, e o mamute deve ser o primeiro!
Sege o fio
Arte por @JuliotheArtist
#paleontology #paleonto #BioThreadBR
A chamada desextinção consiste no processo de clonar um organismo extinto. Ao gerar um embrião viável, ele é implantado em uma espécie geneticamente próxima daquela a ser clonada, e, em teoria, isso poderia trazer uma espécie de volta.
Surpreendentemente, isso foi realizado em 2009, quando o íbex-dos-pirineus foi clonado. A espécie, extinta em 2000, foi clonada com sucesso uma única vez, mas, infelizmente, o filhote morreu apenas 10 minutos após seu nascimento. Essa é a única espécie extinta duas vezes.
Na teoria, o processo é muito simples. Uma amostra de tecido da espécie original (no caso a Capra pyrenaica pyrenaica) teve seu núcleo retirado e implantado em um óvulo sem seu material genético de um íbex-ibérico.
Na prática, após 439 tentativas, 57 embriões foram gerados e implantados em cabras, mas apenas 7 engravidaram e um único filhote nasceu. Como podem imaginar, é um processo extremamente custoso e com uma enorme taxa de falhas.
A clonagem de mamutes é estudada há muitos anos, mas essa técnica se mostrou praticamente inviável após mais de uma década de pesquisas. É aí que entra a @ItIsColossal , uma empresa anunciada hoje que promete revolucionar a ciência da conservação para sempre
Com o objetivo de clonar espécies ameaçadas e desextinguir seres extintos pelo ser humano, sua primeira missão será trazer os mamutes de volta ao planeta, em um projeto de mais de 15 milhões de dólares. Eles pretendem restaurar ecossistemas extintos e frear o aquecimento global
Utilizando o material genético de mamutes encontrados preservados no gelo, os cientistas pretendem editar o genoma de embriões de elefantes-asiáticos (Elephas maximus), a espécie vivente mais próxima do mamute
Foto por @joelsartore
Utilizando a técnica inovadora do CRISPR-CAS9, eles vão modificar as regiões do DNA do elefante que são diferentes das do mamute, criando uma espécie de híbridos que, pelo menos em aparência, serão virtualmente idênticos aos extintos mamutes-lanosos.
Recomendo fortemente esse vídeo para quem não está familiarizado com o CRISPR (legendas disponíveis)
Ok, já entendemos que é muito legal brincar de Jurassic Park. Mas PRA QUE?
A resposta é muito complexa e tem implicações surpreendentes
Em primeiro lugar (e o ponto mais importante), o ponto principal não é o mamute. Ao estudar como fazer isso com uma espécie extinta a mais tempo, a empresa pretende entender como proteger a diversidade genética de espécies atuais e salvar animais da extinção, como a saiga
O mamute é um excelente organismo modelo. Centenas de carcaças congeladas já foram encontradas, algumas em ótimo estado de conservação. Mesmo caso não exista mais carne presa ao corpo, seus ossos preservados no gelo guardam informações genéticas raras em animais extintos
Um outro ponto importante é que, embora os cientistas não pretendam soltar esses animais no ambiente, testes em progresso demonstram que a extinção do mamute foi responsável pelo colapso de um dos ecossistemas mais complexos do planeta nos últimos milhares de anos
Com uma densidade de megafauna comparável com a África subsaariana de hoje, a chamada "estepe dos mamutes" se modificou drasticamente nos últimos milênios, tendo hoje uma baixíssima densidade animal
Artes por @BZaiken
Os mamutes provavelmente atuavam como engenheiros ecossistêmicos, revirando o solo (impedindo seu congelamento completo) e derrubando árvores e, consequentemente, eram a base para ecossistemas diversos na região. Sua extinção representou a extinção local de centenas de espécies
Iniciativas como o Pleistocene Park tentam recriar o ecossistema da Estepe dos Mamutes através da reintrodução da megafauna ou da introdução de animais que desempenham o mesmo papel ecossistêmico a análogos extintos (em uma área restrita). A mudança na paisagem é surpreendente
A empresa responsável pela clonagem do mamute teoriza que, caso o processo funcione, a soltura desses animais em locais estratégicos auxiliaria no combate ao aquecimento global, uma vez que os animais do Pleistocene Park têm efeitos inclusive na temperatura do local
A meta da ONU de nossa década é a restauração de ecossistemas. Será que conseguiremos restaurar também ecossistemas extintos?
Artes por @JuliotheArtist
Por fim, tivemos um papel significativo na redução populacional de mamutes. Esses animais desapareceram dos continentes há cerca de 10 mil anos, enquanto populações isoladas sobreviveram em ilhas até 4 mil anos atrás, quando já existiam as pirâmides do Egito
@JuliotheArtist
Mesmo com a polêmica por trás desse assunto, é muito interessante pensar em todas suas implicações para o futuro. Através desse plano de 15 milhões de dólares, a Colossal promete mudar o planeta para sempre e como lidamos com a extinção e protegemos nossas espécies.
Espero MUITO que tenham gostado. Para saber mais, leiam direto do site da empresa
Ninguém sabe o porquê, mas grandes felinos amam o cheiro do Obsession For Men da Calvin Klein e os cientistas usam eles em armadilhas para conseguir capturar sobretudo tigres e guepardos
Alguns zoológicos borrifam eles em regiões específicas para manter os felinos distraídos como uma forma de enriquecimento ambiental.
Pesquisadores também borrifam o perfume em armadilhas fotográficas para atrair onças e leopardos-das-neves para perto das câmeras
Muitos animais apresentam interações homossexuais, seja através de displays sexuais, cópula, pareamento de casais, interações afetivas ou a criação de filhotes, geralmente chamado de "same-sex sexual behavior" (SSSB), ocorrendo em mais de 1.500 espécies.
Em alguns casos, é um padrão comum na espécie. A maioria dos indivíduos vão praticar comportamentos homossexuais em algum ponto. Em outros, é algo do indivíduo. 8% dos carneiros machos de algumas espécies, por exemplo, só copulam com outros machos, tendo até um componente 100% genético em algumas espécies.
Você sabia que nas profundezas do oceano existem tubarões pré-históricos gigantes, tóxicos, cegos, que vivem por mais de 500 anos, com uma gravidez que pode durar 18 anos e que comem até ursos-polares e alces?
Venha conhecer os maiores tubarões carnívoros do planeta nesse fio!
A família Somniosidae contém diversas espécies de tubarões que vivem em regiões profundas do oceano, caçando peixes, crustáceos e até lulas-gigantes. Nessa mini thread, vamos focar nas espécies do gênero Somniosus, que vivem entre 0-3000 metros de profundidade
Existem 6 espécies descritas, e pelo menos uma sétima espécie existente, sem uma descrição científica precisa. Em vez de falar de cada espécie separadamente, falarei do gênero como um todo e dos fatos que apresentei no primeiro tweet do fio
Resposta curta: Não existia ovelha assim antes do ser humano
Resposta longa: A maioria dos animais domésticos são extremamente diferentes dos seus ancestrais selvagens. Venha conhecer nesse fio um pouco da história desses animais produtores de lã!
Como já contei aqui anteriormente, a domesticação é um processo lento no qual selecionamos características específicas que nos beneficiam através da seleção artificial, com diferenças marcantes (genéticas e morfológicas) entre os indivíduos naturais e domesticados
No caso dos animais, a maioria deles foi domesticado com funções específicas mas, ao longo do tempo, raças específicas foram sendo criadas para desempenhar diferentes funções.
Falei sobre os diferentes papeis das raças de cães aqui
O Amarelo Indiano era um pigmento utilizado em tintas durante o século XIX. Feito exclusivamente na Índia, ele era supostamente produzido a partir da urina de vacas alimentadas exclusivamente com manga, que faziam uma urina extremamente concentrada devido a uma sobrecarga renal
Ao longo da história, vários pigmentos e tintas caíram em desuso. Alguns se tornaram muito caros e outros foram proibidos, seja por sua toxicidade ou por questões éticas. O pigmento mummy brown, por exemplo, era feito originalmente a partir de múmias moídas
Pigmentos de lapis lazuli foram usados em muitos momentos da história, sobretudo no Egito Antigo. 100 gramas do pigmento hoje pode custar até 13.000 reais