As 💉 contra a COVID-19 podem reduzir a transmissão do SARS-CoV-2 (vírus) atuando em 4 principais pontos:
1⃣Infecção
2⃣Replicação viral
3⃣Limiar para a transmissão 🧍-🧍
4⃣Grau de intensidade dos sintomas
O que define esses pontos?
1⃣Quando o vírus entra nas células-alvo no local de exposição
2⃣Quando o SARS-CoV-2 prolifera dentro das células infectadas
3⃣Se o vírus se replicar em níveis altos o suficiente em seu hospedeiro, passamos um "limiar" em que poderá ocorrer a transmissão de 🧍para 🧍
Ainda, as vacinas podem reduzir ainda mais o grau de transmissibilidade, 4⃣diminuindo a sintomaticidade (por exemplo, tosse e espirros).
Existe uma relação entre a carga viral e um risco para sintomas mais sérios - e vacinas protegem nisso
Pensando na perspectiva imunológica, as vacinas podem, teoricamente, suprimir SARS-CoV-2 em todos esses estágios para prevenir a transmissão, que é exemplificado por aquela primeira figura que postei acima
Quando somos expostos a aerossois ou gotículas com a presença do vírus, as células do nosso trato respiratório superior (👃, nasofarínge...) são expostas a esse agente infeccioso. O vírus é capaz de driblar as defesas que esse tecido naturalmente tem, infectando-as
As primeiras células de defesa a responder são as céls. do sistema imunológico inato, isto é, células que vão responder a quaisquer agentes estranhos ao corpo, inespecificamente. Se essa resposta for insuficiente, uma defesa específica começa a ser recrutada
E para esse recrutamento, temos as células dendríticas, que apresentarão pequenos pedaços do vírus para tipos específicos de células do sistema imunológico.
Essas células amadurecerão e passarão a se tornar linfócitos especialistas em reconhecer e mediar uma resposta imunológica específica e robusta contra o agente infeccioso em questão
Essa detecção de padrões moleculares associados a patógenos virais, migrando para os linfonodos de drenagem e ativando a diferenciação de células T e B "naive", ou ainda não "amadurecidas".
Uma vez diferenciadas, as células T específicas para SARS-CoV-2 organizam uma resposta imune adaptativa, eliminando as células infectadas e ajudando as células B a gerar respostas IgG e IgA (importante para a defesa das mucosas/tecidos) específicas para vírus
Durante a infecção, a memória imunológica é gerada através da produção de céls. T auxiliares foliculares específicas do vírus, céls. B de memória e céls. T de memória circulantes,que demonstraram persistir por pelo menos 8 meses após o início dos sintomas em indivíduos infectados
Essas populações de céls. de memória de longo prazo são necessárias para montar uma resposta rápida à reinfecção, principalmente servindo como uma fonte de linfócitos específicos do vírus, capazes de resposta imediata e dando origem a uma resposta de anticorpos de maior afinidade
Ainda, céls. plasmáticas geram anticorpos IgA, e essa geração desses anticorpos neutralizantes robustos na mucosa é um mecanismo efetor potente capaz de fornecer imunidade esterilizante contra a reinfecção
Um dado interessante aqui: Mesmo se os anticorpos (AC) neutralizantes sozinhos forem insuficientes, a reinfecção com SARS-CoV-2 pode ser limitada por anticorpos não neutralizantes e células T!
Acho que é um mantra que precisa ser repetido: a resposta não é só AC neutralizantes!
Os anticorpos não neutralizantes ativam vias imunológicas que levam a destruição de células infectadas, e células T de memória local e sistêmica proliferam, reconhecem essas porções do vírus (antígenos) e secretam moléculas, como IFNγ, para induzir respostas antivirais
Assim, as infecções subsequentes são eliminadas rapidamente, geralmente com sintomas mínimos ou até mesmo assintomáticas :)
Agora, pensando nas vacinas💉como elas modificam essas vias?
A vacinação é uma estratégia eficaz para induzir anticorpos neutralizantes que podem limitar a infecção, a replicação e, potencialmente, a transmissão. Dependendo da vacina, anticorpos podem ser transportados para a superfície da mucosa, impedindo mecanicamente a entrada do vírus
Se a infecção das células hospedeiras for evitada, a imunidade esterilizante será alcançada. Ainda estamos investigando afundo o quanto as vacinas tem o potencial de induzir tal imunidade, mas alguns dados mostram que AC foram detectados em saliva, por ex. medrxiv.org/content/10.110…
Mas, se as concentrações de AC neutralizantes forem insuficientes para induzir imunidade esterilizante, o vírus pode infectar células epiteliais da mucosa e gerar muitas cópias de si (replicar) no hospedeiro.
A imunidade induzida por vacinas, incluindo anticorpos neutralizantes, anticorpos não neutralizantes e células T de memória, limita a replicação do vírus, reduzindoa gravidade da doença, bem como a produção de vírus transmissíveis
Na seção VACINAS, tenho alguns fios de diferentes imunizantes mostrando essa capacidade ➡️ bit.ly/fiosmell
Se a imunidade não bloquear a infecção e a replicação, a carga viral aumentará e o vírus poderá se espalhar para outros indivíduos.
As respostas imunes que podem reduzir potencialmente a disseminação do vírus 🧍-🧍 incluem:
🔹 aquelas que reduzem o nº de partículas virais capazes de infectar emitidas pela pessoa infectada imunizada e
🔹 a capacidade de infecção das partículas virais emitidas
Sabemos que a tosse (trato respiratório inferior), espirros (trato respiratório superior) e a liberação de gotículas pela parte oral tem um papel relevantíssimo na transmissão. Se a imunidade da 💉 reduzir carga viral nesses locais, o nº vírus será ⬇️e a transmissão também será⬇️
Muitas evidências foram levantadas de que as vacinas reduzem a carga viral nas vias respiratórias superiores e inferiores de estudos com modelos animais. Ainda, pessoas vacinadas podem produzir vírus menos "infecciosos" doi.org/10.1101/2021.0…
[FIO CONTINUA]
Sem dúvidas as 💉surpreenderam em mostrar grande eficácia na prevenção da infecção sintomática e do COVID-19 grave a letal. Mas a capacidade de vacinados em transmitir requer um entendimento maior. Mas indivíduos sintomáticos e assintomáticos podem fornecer uma pistas
Em comparação com indivíduos assintomáticos, os indivíduos sintomáticos parecem ter cargas virais mais altas por mais tempo e, portanto, são infecciosos (podem transmitir a o ag. infeccioso) por mais tempo ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P…
Sabendo que a 💉diminui o risco de infecção sintomática, a fração de tempo em que o indivíduo vacinado fica transmitindo, mesmo que um pico de carga viral semelhante seja alcançado, pode ser diminuída também doi.org/10.1101/2021.0…
Portanto, tendo em vista que a 💉 pode atuar em 1⃣reduzir a infecção inicial
2⃣reduzir a replicação viral em indivíduos infectados; 3⃣reduzir as partículas virais emitidas por indivíduos infectados e, naquelas emitidas, uma infecciosidade potencialmente diminuída
4⃣reduzir os sintomas, impactando ainda mais a eliminação do vírus de qualquer indivíduo infectado
A soma dos efeitos dessas quatro etapas pode contribuir substancialmente para a redução da transmissão viral em nível populacional.
E dados de mundo real nos mostram isso! Algumas evidências epidemiológicas estão emergindo de que a infecciosidade de indivíduos vacinados com teste positivo é reduzida, com as 💉Pfizer e AstraZeneca fornecendo prevenção moderada da transmissão após o recebimento das doses
Alguns desses dados podem ser conferidos aqui [1] e aqui [2]
E se tratando de variantes, estamos vendo que as vacinas seguem protegendo contra a doença grave, e potencialmente também impactando na transmissão. Mas considerando a #Delta, que é muito mais transmissível, a combinação com as máscaras reforça ainda mais a proteção
Como abordagens futuras, a investigação de vacinas voltadas para as mucosas (porta de entrada do vírus), aumentando a proteção nesses locais, pode ser importante para um controle da transmissão.
Os autores concluem essa revisão de vários dados e conhecimentos ao longo do tempo que as 💉são agentes cruciais para suprimir a transmissão, e a medida que o nº de pessoas vacinadas aumenta globalmente, vemos isso nos dados de mundo real
Temos dados mostrando eficácia significativa na prevenção da transmissão de algumas vacinas, como as vacinas Pfizer, Moderna, AZ e Janssen, e mais estudos devem ser conduzidos para entendermos o impacto de outras vacinas nisso também! E estão sendo feitos!
Embora nenhuma variante de preocupação tenha escapado completamente da imunidade derivada da vacina, precisamos estar atentos para a manutenção da transmissão elevada. Precisamos reduzir a transmissão para evitar o surgimento de uma variante potencialmente mais preocupante
Fios maravilhosos foram feitos contando todos esses achados, a citar
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.