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Sep 22, 2021 8 tweets 3 min read Read on X
À primeira vista, George Simion é um político da direita populista como qualquer outro: xenófobo, nacionalista, contra o “politicamente correto”.

Mas tem uma diferença entre o parlamentar da Romênia e os demais:

Ele é produto de um estádio de futebol. É um ultra aposentado. George Simion discursa com ...
Simion é o criador de dois coletivos de ultras que apoiam a seleção da Romênia, o Honor et Patria e o Unidos sob a Tricolor. A cultura ultra o fascina tanto que criou até uma revista sobre o tema.

E, claro, o pensamento desses grupos reflete os valores políticos de Simion. Ultras com a bandeira que d...
Não à toa, o Unidos sob a Tricolor publicou texto em 2020 defendendo, por exemplo, que se impedisse a naturalização e convocação pra Romênia do defensor Mario Camora.

Nascido em Portugal, ele defende o clube romeno CLUJ há 10 anos.

A campanha dos ultras não teve sucesso. O defensor Mario Camora, na...
Mas Simion defende que “os princípios do ultra” devem ser utilizados em todas as instâncias da vida.

Em 2019, ele ganhou fama nacional ao participar de uma briga generalizada num cemitério de heróis de guerra, numa região romena de maioria húngara, como uma briga de futebol. George Simion é detido pela...
A fama lhe deu condições de fundar o partido Aliança pela União dos Romenos, ou AUR, no mesmo ano.

1 ano depois, num crescimento explosivo, a AUR já conseguiu 2 assentos no parlamento da Romênia, radicalizando o discurso sobre quem e o que é verdadeiramente romeno. George Simion discursa em n...
É um partido surgido de um coletivo de ultras nacionalistas.

Você deve se lembrar que, em dezembro de 2020, uma partida da Champions League entre PSG e Istambul Basaksehir foi abandonada depois de um ato de racismo do 4º árbitro, um romeno.

Quem saiu em defesa dele? Sim, a AUR. Joadores de PSG e Istambul ...
A história de George Simion é a síntese perfeita da união entre discursos radicais de racismo, xenofobia e nacionalismo e o futebol, tão comum hoje no leste europeu (mas não apenas lá, é claro).

Esse é o tema do novo episódio do Copa Além da Copa:
open.spotify.com/episode/4YcWCR…
Falamos sobre esse e outros temas por lá.

E, se você gostou do que leu e/ou ouviu, lembre-se que, para ajudar esse projeto que fala sobre futebol, história, política e sociedade, você pode se tornar um assinante com a partir de R$ 5 por mês em apoia.se/copaalemdacopa

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Nov 14
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:

Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias. Image
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.

A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga. Image
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Oct 18
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.

De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio. Imagem mostra um lance da partida entre Zeta e Njegos, pela terceira divisão de Montenegro.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.

Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.

Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia. Imagem mostra Milan Knezevic sentado em uma cadeira azul à frente de uma bandeira de Montenegro.
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Oct 17
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.

Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos. Image
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.

Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail. Image
O futebol de seleções é um teste entre escolas, uma queda de braço de países para mostrar ao mundo quem usa melhor os recursos de que dispõe.

Com somas vultuosas (às vezes de fontes antiéticas), ingleses montaram a liga mais rica do mundo, mas não conseguiram produzir técnicos. Image
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Oct 15
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.

É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.

Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto. Image
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.

Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano. Image
A intenção é óbvia: seguir o exemplo do PSG e criar uma marca forte no futebol da cidade.

Arnault é CEO da LVMH, maior marca de bens de luxo do mundo, e em setembro a Forbes o classificou como 5° homem mais rico do planeta. Acaba de assinar um contrato com a Fórmula 1 também. Image
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Aug 27
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.

No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês. Mbappé, Macron e o emir do Catar num jantar no palácio presidencial francês em março
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.

Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG. Kylian Mbappé chega ao Palácio do Eliseu, em Paris, para jantar com Macron. Ao fundo, músicos de uma fanfarra recebem os convidados
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari. Microfone da BeIN Sports com o logotipo da Ligue 1, primeira divisão francesa
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Aug 14
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.

O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural original, com Egonu representada em ação com uma medalha de ouro no peito
A versão vandalizada com a pele de Egonu trocada pra branca e com a bola e suas mensagens contra o preconceito pintada
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.

Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.

A obra se chamava "italianità" (italianidade). Egonu sorri pra câmera e faz um sinal de paz com os dedos, exibindo sua medalha de ouro com a outra mão
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.

Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.
Myriam Sylla gritando em quadra, em ação pela Itália
Loveth Omoruyi posando para foto com a camisa da Itália
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