À primeira vista, George Simion é um político da direita populista como qualquer outro: xenófobo, nacionalista, contra o “politicamente correto”.
Mas tem uma diferença entre o parlamentar da Romênia e os demais:
Ele é produto de um estádio de futebol. É um ultra aposentado.
Simion é o criador de dois coletivos de ultras que apoiam a seleção da Romênia, o Honor et Patria e o Unidos sob a Tricolor. A cultura ultra o fascina tanto que criou até uma revista sobre o tema.
E, claro, o pensamento desses grupos reflete os valores políticos de Simion.
Não à toa, o Unidos sob a Tricolor publicou texto em 2020 defendendo, por exemplo, que se impedisse a naturalização e convocação pra Romênia do defensor Mario Camora.
Nascido em Portugal, ele defende o clube romeno CLUJ há 10 anos.
A campanha dos ultras não teve sucesso.
Mas Simion defende que “os princípios do ultra” devem ser utilizados em todas as instâncias da vida.
Em 2019, ele ganhou fama nacional ao participar de uma briga generalizada num cemitério de heróis de guerra, numa região romena de maioria húngara, como uma briga de futebol.
A fama lhe deu condições de fundar o partido Aliança pela União dos Romenos, ou AUR, no mesmo ano.
1 ano depois, num crescimento explosivo, a AUR já conseguiu 2 assentos no parlamento da Romênia, radicalizando o discurso sobre quem e o que é verdadeiramente romeno.
É um partido surgido de um coletivo de ultras nacionalistas.
Você deve se lembrar que, em dezembro de 2020, uma partida da Champions League entre PSG e Istambul Basaksehir foi abandonada depois de um ato de racismo do 4º árbitro, um romeno.
Quem saiu em defesa dele? Sim, a AUR.
A história de George Simion é a síntese perfeita da união entre discursos radicais de racismo, xenofobia e nacionalismo e o futebol, tão comum hoje no leste europeu (mas não apenas lá, é claro).
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Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.
No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês.
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.
Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG.
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari.
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.
O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.
Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.
A obra se chamava "italianità" (italianidade).
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.
Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.
Surgido no seio da cultura hip-hop nos EUA, o breaking fará sua estreia como esporte olímpico em Paris.
É um grande passo pra uma dança urbana com origem nos bailes do Bronx, em Nova York, expressão da comunidade negra.
Mas alguns temem a transformação da sua arte em esporte.
Apelidado "pai do hip-hop", o DJ Kool Herc fazia sucesso nas festas do Bronx na década de 70.
Ao perceber que as pessoas dançavam mais nas "quebras" das músicas, quando só se ouvia a percussão, ele passou a ampliar essas quebras usando dois toca-discos. Nascia aí o breaking.
Se o DJ Kool Herc não teve tanto sucesso comercial, ícones do hip-hop como Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash ajudaram a ampliar o alcance dessa arte, que chegou aos banlieues, a periferia de Paris, na década de 80.
Hoje, a França é o 2º maior mercado de hip-hop do mundo.
Nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Cuba registrou sua melhor performance a história: 14 ouros, 6 pratas e 11 bronzes, com a quinta colocação no quadro de medalhas.
Às vésperas do fim dos Jogos de Paris, os cubanos só têm dois ouros. O que aconteceu?
Após a Revolução Cubana, em 1959, o esporte foi estabelecido como um dos pilares da sociedade. Houve integração direta com o sistema educacional público.
O modelo cubano foi inspirado no soviético, com escolas especializadas no desenvolvimento de atletas de elite.
Cuba teve sucesso na sua empreitada educacional com um dos menores níveis de analfabetismo do mundo, enquanto desenvolveu um grande número de atletas de elite.
Apesar do embargo econômico liderado pelos EUA, os subsídios soviéticos mantinham a engrenagem.
O rapper Flavor Flav, um dos fundadores do Public Enemy, tem seus grandes relógios pendurados no pescoço como marca registrada. Mas pode trocá-los em breve por uma medalha.
Ele está em Paris como torcedor número 1 do time de polo aquático feminino dos EUA.
Em maio, Maggie Steffens, capitã do time feminino dos EUA na modalidade, fez um post no Instagram sobre a dificuldade dela e de suas suas colegas de terem visibilidade e patrocínio para competir nas Olimpíadas.
Isso mesmo com os EUA sendo atuais tricampeões olímpicos.
Steffens, que esteve em todas as conquistas e é considerada uma das maiores da história do polo aquático, afirmou que todas elas precisam de outros empregos pra se sustentar.
O post chegou até Flavor Flav, que escreveu que, como pai de menina, queria apoiar o esporte feminino.
Os EUA deixaram atletas pegos no doping continuarem competindo, mesmo contra as regras da Agência Mundial Antidoping (WADA), para que pudessem servir como "agentes infiltrados" e recolher informações sobre outros que estivessem trapaceando.
EUA e WADA estão numa queda de braço.
Os EUA acusam a WADA de proteger nadadores chineses que também foram pegos no doping e ameaçam investigar a agência por conta própria, desdobramento de uma lei aprovada recentemente.
Segundo a Reuters, a agência antidoping dos EUA (USADA) autorizou atletas estadunidenses que estavam se dopando a continuar participando de competições normalmente.
Mas a USADA diz que isso é um trabalho de inteligência: em troca, eles ajudariam a identificar outros trapaceiros.