#Eletricidade 💡 O #Mibel passou de um recorde de €216 por MWh esta sexta para "apenas" €173 por MWh este sábado 💡Vale a pena uma análise com os dados que encontramos em omie.es (1/10)
Primeiro, há um efeito (habitual ao sábado) de redução do consumo, que tende a contribuir para a redução do preço grossista da eletricidade. 2/10
Mas há também uma redução drástica no recurso às centrais alimentadas a gás natural de sexta para sábado, fruto, sobretudo, de maior recurso eólico no mercado ibérico. 3/10
Mas depois temos dois dias radicalmente distintos no perfil de preço horário: estável (e muito alto) na sexta; muito volátil (muito alto, muito baixo e muito alto novamente) no sábado. 4/10
Com efeito, apesar da variação da hídrica na sexta, o volume das centrais a gás é (além de elevado) relativamente constante. O mesmo não sucede sábado, em que o gás passa de um contributo mínimo na madrugada e manhã para nulo no resto do dia. 5/10
Poderemos questionar o porquê de, com muita eólica, na noite de sábado o preço grossista voltar aos píncaros (€200 MWh). Coincide com um pequeno pico de hídrica + gás (apenas 200MW) para responder à procura noturna, após a saída do sistema da energia solar. 6/10
E aqui se vê como a hídrica marca preço em muitas horas. Na verdade, a hídrica (HI e BG) marca o preço de fecho do Mibel em + horas que o gás (TCC). E se em parte do sábado nem sequer há gás para marcar preço (expulso pela eólica abundante), na sexta houve gás todo o dia... 7/10
O facto de ser a hídrica a marcar preço não significa que todas as barragens vendam a sua energia + cara que todas as centrais a gás: basta haver uma só barragem a vender + caro, e sendo essa a responder aos últimos MWh de consumo em dada hora é essa que marca o preço. 8/10
Este é o mercado marginalista a funcionar, com os produtores livres para pedir o que queiram para produzir. Mas a quantidade de horas de preço marcado por hídricas (sem bombagem, que é o que +encarece a hídrica), acima do preço pedido por centrais a gás, é no mínimo curiosa. 9/10
Pode ser que tenhamos nos próximos meses oportunidade para discutir de forma construtiva o funcionamento do mercado e a concorrência na produção de #eletricidade na Península Ibérica ⚡ E entretanto... Bom fim-de-semana! ⚡ (10/10)
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Há já algum tempo que se debate a competitividade (ou falta dela) da União Europeia 🇪🇺 O relatório agora apresentado por Draghi é um contributo relevante para reflexão e tomada de decisão 💡 A #energia é parte essencial desta discussão ⚡️ Aqui ficam algumas notas.
Na versão aprofundada, o #draghireport tem como primeiro capítulo... a energia 💡 O documento também enfatiza a importância das indústrias com consumo intensivo de energia e as tecnologias limpas 💡 A energia não é tudo, mas atravessa boa parte do relatório 💡 Vamos ao início.
São definidas três áreas de ação para o crescimento da UE:
1⃣ A 🇪🇺 precisa de apostar na #inovação e reduzir a distância face a 🇺🇸 e 🇨🇳
2⃣ É necessário um plano e ação de #descarbonização e competitividade;
3⃣ É preciso aumentar a #segurança e reduzir a dependência externa;
Olá, #energia ⚡ A DGEG atualizou a estatística das #renováveis, que mostra que em maio foram adicionados em 🇵🇹 138MW de capacidade #solar 🔅 Desde o início do ano foram adicionados 692MW fotovoltaicos (média de 138/mês). Em 2023 foram 1218MW (102/mês) 🔅 O que significa? ⚡ 1/14
A capacidade #fotovoltaica 🔅 é a que + cresce em Portugal. Com isso o país diminui o recurso às hídricas 💧 e às centrais a gás 🔥. No primeiro semestre a #energia #solar abasteceu 8,5% do consumo de #eletricidade 🇵🇹 e em junho chegou a 12%, segundo a @REN_PT ⚡ 2/14
Parte desta expansão #solar tem sido feita com grandes centrais, e outra com pequenas instalações. Em maio, segundo a DGEG, de quase 4,6GW fotovoltaicos no país, 2,1GW eram descentralizados 🔅 É + que a potência desativada com o fim do carvão (1,25GW Sines, 0,63GW Pego). ⚡ 3/14
A importação de #eletricidade por Portugal voltou nas últimas horas a ser tema dos media. Infelizmente nem sempre com a precisão e enquadramento que se exige. Na TV há pouco ouvi "é uma verdadeira crise energética" e li "descontrolo na energia" ⚡️Deixo o meu contributo.
1. Não há crise energética quando falamos do sistema elétrico nacional: importamos de Espanha como historicamente importámos num mercado comum chamado #Mibel. Não há descontrolo: o mercado funciona, as interligações funcionam nos dois sentidos, os preços sobem e descem.
2. É apontado o recorde de €1659 milhões de importações líquidas de eletricidade em 2022, numa sequência com dados desde 2016 (DGEG), ano que teve saldo exportador. Omite-se que de 2000 a 2015 Portugal teve sempre (sempre!) saldo líquido importador na eletricidade.
#Energia 🔥 É saudável debater as opções políticas e avaliar o interesse que este ou aquele acordo possa ter para os cidadãos. Mas vale a pena analisarmos também as reações mais sonoras que têm chegado sobre o acordo 🇵🇹🇪🇸🇫🇷 para as interligações 🔥 E aqui deixo algumas notas.
Portugal sempre seria um beneficiário de segunda linha do acordo (quer nos moldes agora firmados, quer nos de 2014, defendidos nos últimos dias por notáveis figuras do PSD), já que o reforço de interligações (sobretudo gás) sempre beneficiará mais Espanha.
Espanha tem + espaço para + projetos de energia renovável (incluindo H2 🟢), + rede pela qual transitará eletricidade e gás e + terminais de GNL pelos quais pode receber gás do exterior e exportar para o resto da Europa.
Mudar para o mercado regulado de #gás natural? Algumas questões foram surgindo por aqui. Tentando ajudar a esclarecer, ainda que várias dúvidas possam subsistir, aqui fica um contributo 🔥 #Thread
O Governo anunciou que passaria a ser possível às famílias e pequenos negócios voltar às tarifas reguladas de gás natural, opção que, ao contrário do que sucede na eletricidade, estava vedada a quem já é abastecido no mercado liberalizado (excepto os elegíveis para tarifa social)
Já podemos mudar? Ainda não. É necessário o Governo publicar o diploma que de facto determina a mudança legislativa. E depois disso será necessário que os comercializadores regulados de gás natural estejam preparados para contratar novos clientes.
Bom dia, #energia 💡Em versão rápida, sobre a polémica que se instalou a propósito da entrevista do presidente da @Endesa Portugal 💡Ora então:
1. O mecanismo ibérico que arrancou em Junho agrava a fatura da luz? Não. Cria um preço de referência para as centrais a gás que faz baixar o preço grossista médio da eletricidade. A compensação a pagar às centrais a gás é inferior ao custo que o sistema teria sem medida.
2. A compensação cria défice tarifário? Não. A compensação é liquidada pelos comercializadores em função dos volumes que declarem como expostos ao mercado e cobrada ao cliente final no mês seguinte.