Também não é libertadora
Também não garante igualdade de oportunidades
E muito menos vai tirar o país do atoleiro do subdesenvolvimento e da dependência
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A educação é burguesa, racista, colonizada, opressiva e tecnicista, mas, ao mesmo tempo, é um campo de disputa aberto; uma das poucas áreas da divisão social do trabalho onde o explorado (professor) tem uma margem de manobra maior na execução do seu trabalho e, é claro,
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ainda tem papel central na formação das consciências e subjetividade das maiorias. Nesse momento de ofensiva burguesa contra a educação, e especialmente nesse dia do professor, reafirmo o que digo todos os anos: precisamos de um projeto radical de defesa da educação pública,
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mas que caminhe muito além disso, pautando uma transformação total do nosso padrão de ensino, pesquisa e formação, buscando construir uma universidade e escola popular como parte de um projeto maior da Revolução Socialista no Brasil.
Hoje essa Revolução parece longe.
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Mas só lutando por ela, já hoje, é que conseguiremos construir um futuro de verdade e manter o pouco que temos já conquistado.
Feliz dia do professor!
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A ativista Greta Thunberg, por convicção ideológica ou mero navegar na onda anti-China, disse que o presidente Xi é “líder de uma ditadura” e completou: "a democracia é a única solução para a crise climática”. Gostaria de expor duas questões sobre essa declaração.
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Greta, espero que você não considere democrático invadir outros países, praticar golpes de estado, mudanças de regime, bloqueios e sanções econômicas, financiar grupos, praticar assassinatos políticos e manter o maior aparato de guerra da história humana ameaçando todo globo
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Imagino, Greta, que você deve considerar desumano, cruel e inaceitável DURANTE A PANDEMIA aumentar os bloqueios e sanções econômicas contra país, usando o vírus como uma arma biológica contra os povos. É isso que os EUA estão fazendo contra Cuba, Irã, Síria, Líbano etc.
O Brasil tá uma merda, quase dois anos de pandemia, muita gente perdeu entes queridos etc. Tento processar isso para entender certas frustrações e ataques pessoais que recebo. Aliás, racionalizar isso é uma forma até positiva de pensar a coisa. Hoje mesmo, por exemplo, rolou +
algo engraçado. Publiquei mais cedo um texto do dia do professor falando que a educação não é libertadora. Nos compartilhamentos com comentários te gente mandando "tomar no cu" (??), falando do meu corpo e de academia (??), mando eu me "fuder" (?), dizendo que sou burro (?)
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Não teve um para escrever, argumentar, discordar da ideia de maneira fundamentada, citar um autor, livro, artigo, conceito. Nada. Absolutamente não. É só uma espécie de frustração, raiva. Não é nem arrogância. É outra coisa. É um tipo de frustração querendo sair.
Na Alemanha Ocidental no pós-Segunda Guerra, tinha uma piada falando que "vovô não era nazista". A piada ironizava um tipo de memória social onde o nazista era só o Outro, alguém estranho ao corpo social, quase um extraterreste
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A ironia era uma crítica a ocultação da ligação orgânica entre nazismo e sociedade alemã. Parecia que um belo dia, Hitler e seus amigos, sozinhos, subjugaram toda sociedade, enganaram todos, dominaram todos, todos foram vítimas de Hitler
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Essa narrativa, é claro, esconde o sucesso pré-nazista na cultura alemã (europeia e ocidental de forma mais geral) de teorias racistas e eugênicas, clamores imperialistas, a legitimidade de práticas antissemitas, os interesses econômicos e políticos em jogo
O debate sobre o marxismo ocidental enquanto uma conformação específica do marxismo é longo, antigo, com vastíssima produção e bem fundamentado. Não é caricatura de internet. Envolve Perry Anderson, Merleau-Ponty, Losurdo, Marcuse, Sartre etc.
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Na leitura de Domenico Losurdo, a conformação específica do marxismo ocidental é produto de condições materiais, políticas, geopolíticas e ideológicas específicas. Me parece óbvio que o marxismo de um país central do capitalismo não será igual a de uma colônia
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A realidade concreta da luta de classes na China era bem diferente que na França. O argumento de Losurdo é que o marxismo produzido na Europa Ocidental teve dificuldades de entender a configuração específica da luta de classes nas colônias, semicolônias e países dependentes
Quando alguém fala "era um homem do seu tempo" para justificar algo, é preciso cuidado nesse argumento. Por exemplo, os jacobinos aboliram a escravidão nas colônias. Depois ela foi restabelecida. Os defensores da escravidão no período pós-jacobino não era "homens do seu tempo" +
que não tinham ainda entendido a ideia de abolição, mas defensores da escravidão, homens escravagistas que conseguiram vencer e restabelecer a escravidão. Apelar para um suposto "espírito do tempo" para justificar isso, só nega o conflito e as posições políticas em jogo
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Aliás, ainda ficando nesse exemplo, desde o século XVI tínhamos abolicionistas! Se o abolicionismo só ganhou força hegemônica no século XIX, não dá para dizer que todos no século XVIII eram inocentes que só defendiam as "ideias do seu tempo", como se fosse tudo uniforme.
Grosso modo, e simplificando um pouco, temos duas grandes linhas de atuação política na esfera eleitoral: a) aqueles partidos que consideram a eleição prioridade absoluta e toda sua política gira em torno da institucionalidade
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b) e aqueles partidos que embora participem de eleições, consideram a esfera eleitoral um elemento tático e não vivem em função da institucionalidade burguesa. Claro que entre esses dois polos, temos gradações e não é tudo preto no branco.
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No programa, o PSOL não vê a eleição da mesma forma que o PT, por exemplo. Embora ambos sejam partidos que tem sua dinâmica centrada na disputa eleitoral. Desde a crise do socialismo, a vitória do neoliberalismo e o fim do terceiro-mundismo, temos uma situação política onde