Vamos falar da B.1.1.529, uma variante descoberta pela primeira vez em Botsuana🇧🇼 e com seis casos de infecção confirmados na África do Sul🇿🇦, e que apresenta um número elevado de mutações. Devemos nos preocupar? O que sabemos sobre ela?
Bueno, 10 casos de infecção com essa variante foram confirmados em três países (Botsuana🇧🇼, África do Sul🇿🇦 e Hong Kong🇭🇰). A B.1.1.529 apresenta uma série de mutações, muitas delas localizadas na Spike, como mostra o tuíte de @PeacockFlu
A descrição dessa variante pode ser encontrada no link abaixo. Devido ao alto número de mutações na Spike, especialistas estão discutindo quanto a estabilidade dessa variante. Algumas dessas mutações não são comuns e algumas são extremamente raras
@Tuliodna , diretor do Centro para Resposta a Epidemias e inovação 🇿🇦 comentou que as mutações presentes na variante poderiam conferir um aumento na transmissão e na evasão imune, mas não temos indício de que seria algo maior do que já vimos
Essa afirmação acima é fruto de análises de predição, mas o impacto real dessa variante precisa ser, de fato, estudado. O que sabemos até o momento:
📍Não temos indicativo de que vacinas não funcionam contra essa variante, é bastante provável que as vacinas seguirão protegendo
Mas fica o aviso, especialmente pensando na manutenção de níveis de transmissão elevados, como comentei nesse fio:
📍Não há um indicativo de que ela "passe" em predominância a #Delta no mundo. Na verdade, pensando no número de mutações, existe a possibilidade de mesmo tendo um aumento importante de casos no início, a variante não consiga se sobrepor a #Delta pensando em 🌎
Porém, é uma preocupação na África do Sul🇿🇦 em que estamos vendo um aumento de casos dessa variante sobre outras ali presentes (dados atualizados com valores referentes a Novembro, no CoVariants temos até outubro)
Especialistas estão tentando entender rapidamente o comportamento dessa variante, em que os números oficiais de casos da nova variante saltaram de 22 para 100 - durante a hora em que o Ministério da Saúde apresentou suas descobertas. thesouthafrican.com/news/breaking-…
É possível que essa variante possa ter surgido a partir de infecções mais prolongadas em pessoas imunossuprimidas. Por isso a vacinação é TÃO relevante, principalmente em grupos de pessoas mais vulneráveis a infecção.
A vacinação é capaz de reduzir o risco de infecção e o tempo em que a pessoa permanece infectada, acelerando a eliminação viral. Isso faz com que o vírus tenha menos oportunidades de replicar e, com isso, acumular mutações.
Essa (e outras) variante precisa ser monitorada de perto, para podermos entender rapidamente seu comportamento e dinâmica. A @WHO fará uma reunião ainda hoje para discutir sobre a nova variante
Eu particularmente acredito bastante nesse raciocínio: se for de fato uma variante instável e que não perdurará frente a Delta, ainda temos a Delta como problema, mas teremos implementado medidas e cuidados que nos permitiriam ter evitado desfechos piores
Porém, se for realmente uma variante que está trazendo um alerta vermelho real, é justamente o momento atual que nos permitirá acionar medidas que nos ajudarão a evitar situações piores. Portanto, TODOS os olhos em cima dessa variante.
E por fim, façamos o que sabemos que funciona para todas as variantes até o presente momento:
📍Use máscara, sempre ao sair
📍Prefira ambientes abertos/ventilados e some ao distanciamento
📍Vacine-se (para a 1ª, 2ª dose e 3ª dose, se for do público-alvo)
Será que esse acúmulo de mutações (pensando em um número grante detectadas nessa variante) não poderia ser de um fenômeno de recombinação** a partir de alguma co-infecção nesse possível paciente imunossuprimido? @AndersonBrito_@LaroccaRA
Ontem o MS compartilhou uma nota técnica quanto ao processo de vacinação de reforço no país:
📍Vacinados com Janssen e Pfizer➡️ esquema homólogo (ou seja, recebem o reforço da mesma vacina)
📍Vacinados com AZ e CoronaVac ➡️ esquema heterólogo (preferencialmente Pfizer)
👇🧶
Sobre a Janssen:
📍 Intervalo mínimo para a dose de reforço de 2 meses, podendo ser de até 6 meses, cuja estratégia pontual dependerá do cenário epidemiológico local e adjacências e condições específicas da população que recebeu o imunizante da Janssen previamente
Segundo alguns dados recentes, Se a dose de reforço for aplicada após 6 meses, os níveis de anticorpos aumentam 9x após 1 semana. Esse índice segue aumentando em até 12x quatro semanas após a aplicação do reforço.
Sei que tá todo mundo cansado, que ninguém gosta de ouvir notícias preocupantes, mas pânico e indiferença não resolvem a situação. Achar que "não há nada que eu possa fazer" é estar enganado: é justamente o que podemos fazer que faz a diferença no individual e na sociedade.
Nós não temos escolha de "não vou passar por isso". Não é ignorar a situação que ela simplesmente desaparece. Estamos já na chuva, há tempos pessoal, ou a gente constroi um guarda chuva com uma boa base e material, ou nos molharemos ainda mais.
O que essa analogia quer dizer? Ou fazemos o que SABEMOS que funciona (vacina, máscara, distanciamento, ambiente aberto...), ainda que precise de um tempo para essa construção (ex.: alcançar altas coberturas vacinais), ou prolongaremos por tempo indeterminado a situação.
A partir de 06/12, um comprovante de vacinação será exigido na Itália para o acesso a restaurantes em locais fechados, cinemas e eventos esportivos. A 💉também ficará obrigatória para servidores da segurança pública, militares e funcionários de escolas
A Itália🇮🇹 com cerca de 73% da população completamente imunizada vê um avanço de casos, sem um acompanhamento de mesma proporção nos óbitos - impacto positivo das vacinas em reduzir o risco de doença grave
Outro ponto positivo nessa situação foi a manutenção de algumas das medidas não farmacológicas como a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. Isso tudo evitou situações alarmantes como a vivida pelo leste europeu, a exemplo Áustria🇦🇹
Recomendação da Anvisa para o MS quanto a reforço:
Tomou Pfizer? Reforço Pfizer
Tomou AZ? Reforço AZ
Tomou Janssen? Reforço Janssen
Tomou coronavac? Reforço Pfizer
É recomendação ao MS, enquanto a agência avalia a necessidade do reforço. O MS tem autonomia para seguir ou não
Se tu tomou um reforço diferente, ou um regime heterologo: não tem problema, pessoal. É uma recomendação da Anvisa ao MS, o MS pode adotar outra proposta. A Anvisa recomenda dessa forma por ainda estar analisando dados de reforço enviados pelas farmacêuticas.
Temos um conjunto de dados, além de aprovações no exterior para regimes heterologos e combinações. Vamos aguardar as novas manifestações do MS e as futuras análises que a Anvisa irá divulgar. Vacinem-se, o reforço é muito importante!
Reunião da @anvisa_oficial sobre reforço:
📍Inclusão da dose de reforço na bula da @pfizer para maiores de 18 anos com 6 meses (pelo menos) da 2ª dose
📍Para as outras 💉: a agência segue analisando a necessidade, mas se o MS quiser dar seguimento, que seja com a mesma 💉recebida
Ou seja, a agência recomenda que, se o MS quiser aplicar reforço independente da 💉 recebida pela pessoa, que prefira aplicar um regime homólogo
- Se recebeu Janssen --> Janssen
- Se recebeu AZ --> AZ
Isso é uma *recomendação* da @anvisa_oficial ao MS, importante lembrar
- Para vacinas de vírus inativado --> preferencialmente a adoção do regime heterólogo, com a vacina de RNA para reforço (1h40min47s)
@anvisa_oficial aprova inclusão da dose de reforço na bula da vacina da @pfizer para maiores de 18 anos após pelo menos 6 meses do recebimento da dose 2
Importante destacar que a @anvisa_oficial não está aprovando, neste momento, o reforço para Janssen ou AstraZeneca aqui, pois esses processos ainda estão sendo avaliados pela agência (1h40min34s do vídeo acima)