O "desaparecimento" de Peng Shuai é uma situação complicada para duas instituições que mantêm relações estreitas com a China: a WTA e o COI.
Mesmo que a tenista já tenha "aparecido", ainda há muita desconfiança no Ocidente sobre a sua segurança e bem-estar.
Vídeos mostram Peng Shuai em um jantar com amigos e autografando bolas em um torneio infantil. Eles foram publicados, porém, em contas de autoridades chinesas.
Especialistas estranharam a grande quantidade de vezes que a data é falada em tais vídeos, como se algo fosse ensaiado.
Para quem não conhece a história, explicamos melhor aqui: Peng Shuai teria desaparecido depois de fazer denúncias de abuso sexual contra um político do alto escalão chinês em uma rede social, gerando até uma campanha entre tenistas e atletas.
A UE exigiu que apareçam provas "verificáveis" do bem-estar de Shuai, em que seja possível confirmar que ela não está sob coação ou sequestro.
Segundo o presidente do COI, Thomas Bach, a tenista disse em videoconferência estar bem e desejar ter a sua privacidade respeitada.
Mas, afinal, qual é o interesse do COI no assunto?
Em fevereiro, acontecem as Olimpíadas de Inverno de Pequim. Pela primeira vez em um longo tempo, o "desaparecimento" de Peng levou a uma série de ameaças de boicotes.
Até mesmo o chefe do comitê organizador de Paris 2024, Tony Estanguet, já se manifestou sobre a situação.
Dois dias atás, a notícia era de que Joe Biden considerava um "boicote diplomático", ou seja, os atletas participariam, mas sem qualquer oficial norte-americano na China.
Uma piora da situação envolvendo Peng Shuai, porém, pode levar ao escalonamento da situação. Isso seria muito negativo tanto para o COI, que veria a desvalorização de seu produto, quanto para a China, que não quer perder a oportunidade de fazer propaganda através do esporte.
A WTA, organização que rege o tênis feminino internacional, também tem grandes ligações com a China.
Desde que o tênis voltou a ser esporte olímpico, em 1988, a China passou a se interessar por ele. O investimento deu frutos principalmente entre as mulheres.
O auge do retorno de investimento veio em 2011, quando Li Na ganhou Roland Garros, a primeira chinesa a conquistar um Grand Slam.
Em 2018, a WTA assinou um contrato bilionário para hospedar o Finals, torneio com as oito melhores tenistas da temporada, por dez anos em Shenzhen.
A construção de um complexo com capacidade para 12 mil pessoas e o prêmio em dinheiro de 14 milhões de dólares para distribuição entre as tenistas foram os principais atrativos de Shenzhen.
Foi o maior acordo financeiro da história do tênis feminino.
Nós não sabemos o quanto é possível confiar nem na mídia ocidental falando sobre a China, nem na mídia chinesa. O fato é que a tensão no esporte, sobretudo no COI e na WTA, é enorme enquanto dúvidas sobre o bem-estar de Peng Shuai continuam existindo.
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O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:
Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias.
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.
A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga.
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.
De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.
Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.
Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia.
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.
Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos.
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.
Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail.
O futebol de seleções é um teste entre escolas, uma queda de braço de países para mostrar ao mundo quem usa melhor os recursos de que dispõe.
Com somas vultuosas (às vezes de fontes antiéticas), ingleses montaram a liga mais rica do mundo, mas não conseguiram produzir técnicos.
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.
É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.
Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto.
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.
Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano.
A intenção é óbvia: seguir o exemplo do PSG e criar uma marca forte no futebol da cidade.
Arnault é CEO da LVMH, maior marca de bens de luxo do mundo, e em setembro a Forbes o classificou como 5° homem mais rico do planeta. Acaba de assinar um contrato com a Fórmula 1 também.
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.
No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês.
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.
Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG.
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari.
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.
O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.
Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.
A obra se chamava "italianità" (italianidade).
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.
Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.