Ateeeeenção!
Na edição de hoje do ”Atacadão do thread”, os 15 anos do dia em que o general Pinochet pegou o ferry-boat de Caronte para atravessar o Aqueronte:
Há exatamente 15 anos, no dia 10 de dezembro de 2006, o ex-ditador Augusto José Ramón Pinochet abotoava o paletó de madeira. Ou ia bater alcatra na terra ingrata. Ou, ainda, bateu com as canelas.
A então presidente Michelle Bachelet não fez um funeral de Estado, já que o defunto não havia sido presidente pelas vias legais, pois era um ditador.
O general deu um golpe de Estado em 1973 e comandou o país com mão-de-ferro até 1990, época na qual seu antigo aliado, os Estados Unidos, já o consideravam um peso morto, que atrapalhava.
Entre 1973 e 1990 (a maioria entre 1973 e 1980, a fase mais dura) o regime de Pinochet deteve e torturou pelo menos 40.280 civis.
Desse total, segundo o relatório da Comissão Valech (equivalente a uma comissão da verdade), 3.225 civis foram assassinados. E 200 mil chilenos partiram em exílio durante o regime.
A ditadura pinochetista foi especialmente cruel com as prisioneiras: a Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, indicou que, de um total de 3.621 mulheres detidas, 3.399 foram estupradas de forma individual ou coletiva pelos militares.
Estupros feitos, segundo a lógica do regime “contra o comunismo e em defesa dos valores cristãos”.
Destas, pelo menos treze mulheres ficaram grávidas. E delas, 6 deram à luz aos filhos indesejados de seus torturadores.
Os militares chilenos também colocaram ratos vivos dentro das vaginas das prisioneiras. Além disso, utilizaram cachorros (pastores alemães e mastins) para violar as prisioneiras.
Nos últimos anos, com a revisão dos crimes de Pinochet e seus oficiais, mais de 700 ex-integrantes da ditadura foram processados na Justiça.
No entanto, com a volta da democracia, Pinochet continuou interferindo na política, já que permaneceu como comandate em chefe do Exército até 1998.
E na sequência tomou posse como senador vitalício, junto com outros 9 senadores designados pelas forças armadas que bloquearam todo tipo de reformas até que esses cargos foram eliminados em 2005
Terrorista em Washington – Al Qaeda? A KGB? A inteligência cubana? O regime comunista da Coreia do Norte? Não, o primeiro atentado terrorista internacional com bomba e saldo de mortos na História da capital dos EUA não foi da autoria desses grupos ou serviços secretos….
O autor foi o ditador chileno Augusto Pinochet, que derrubou o presidente Salvador Allende em 1973.
Em 1976 Pinochet ordenou o assassinato do ex-chanceler de Allende, Orlando Letelier – que estava no exílio - com uma bomba sob seu carro a menos de 20 quarteirões da Casa Branca, no Sheridan Circle, em Washington. Na explosão também morreu a secretária de Letelier, Ronni Moffit.
A rede de pedofilia nazista autorizada por Pinochet: Em 1961 o alemão Paul Schaefer, um pregador evangélico pedófilo que havia integrado o partido nazista em Sieburg nos anos 30 e 40, fugiu da Justiça alemã e migrou para o Chile,...
... onde, acompanhado por dezenas de seguidores, criou a “Sociedade Beneficente Dignidade” na região de Maule.
Schaefer fez da “Colônia Dignidade” seu feudo pessoal, um espécie de pequeno país-igreja que continha em suas 17 mil hectares uma escola, padaria, um hospital, moradias,...
...áreas de plantação, cinco empresas (que funcionaram fora da legislação trabalhista e tributária do Chile durante décadas), além de uma rede secreta de túneis e bunkers.
A colônia, protegida por cercas de arame farpado, havia ficado de fora de todos os censos realizados no Chile. Os habitantes tinham um contato mínimo com o exterior e eram doutrinados constantemente.
As relações sentimentais estavam controladas por Schaefer e só podiam acontecer após sua autorização.
Crianças dos camponeses da área de fora da Colônia eram entregues a Schaefer, que prometia a seus pais que seus filhos teriam “educação gratuita”. Mas, em vez de educação, eram sodomizados pelo ex-cabo nazista.
A partir do golpe de 1973, protagonizado pelo general Augusto Pinochet, amigo de Schaefer, o lugar transformou-se em um centro clandestino da DINA (o serviço secreto do regime).
Ali foram detidas e torturadas centenas de prisioneiros.
O estabelecimento também foi usado para a fabricação clandestina de gás sarin, que a ditadura utilizava em pequenas doses para realizar atentados contra exilados políticos no exterior.
Em 1990 o governo Pinochet acabou e também acabou a proteção de Schaefer, que anos depois foi julgado e condenado à cadeia.
Genocida cultural: Pinochet ordenou a queima de dezenas de bibliotecas, ação que nos últimos anos os historiadores começaram a classificar de “genocídio cultural”.
O próprio regime, em 1988, admitiu a queima de 15 mil livros, mas especialistas sustentam que foi muito mais.
Um dos casos mais emblemáticos foi a queima de livros sobre o estilo da pintura “cubismo”, pois os militares achavam que tinha a ver com a “Cuba comunista”.
isto é, a jecada no poder
Privatizações para todos (menos para os militares): Em 1980 Pinochet privatizou as aposentadorias dos chilenos, incluindo a dos funcionários públicos. Pinochet,...
....que além disso havia feito várias privatizações de empresas estatais, despontava como um emblema do neoliberalismo na região.
O regime prometia que os aposentados receberiam o equivalente a 70% dos salários que tinham quando ainda estavam em atividade.
Mas a realidade é que os aposentados recebem em média 37% dos salários que recebiam antes de aposentarem-se...
..(e por esse motivo, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, as pensões chilenas são uma das mais baixas da região).
Pinochet foi neoliberal...”pero no mucho”, já que manteve estatizadas as pensões dos militares e dos policiais, que recebem 100% dos seus último salários.
Os privatizados civis chilenos se aposentam entre os 35 e 40 anos de trabalho. Os estatizados militares, aos 28 anos de serviço.
Em 1971 Salvador Allende havia estatizado as empresas de cobre, o principal commodity do Chile. Pinochet derrubou Allende argumentando, entre outos motivos, a estatização feita.
No entanto, Pinochet manteve a estatização do cobre. E, além disso, unificou todas as estatais desse metal em uma única empresa, a mega-estatal Codelco.
....E é essa estatal que produz, até hoje, os maiores lucros das exportações chilenas.
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Mais uma sessão de nosso clássico ¨O Atacadão do Thread¨:
Hoje, aproveitando que o 10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos (e também o dia da volta à democracia em 1983), vamos com a thread "Ditadura Militar argentina 1976-83"
Em 1976, iniciava na Argentina um período de 7 anos da ditadura militar mais sangrenta da História do século XX na América do Sul (uma ditadura q até ressuscitou o uso do empalamento para torturar e assassinar aqueles q consideravam seus opositores)
E agora, ateeeeeenção!!!!
Nossa sessão “O Atacadão do Thread”, hoje em edição especial sobre as delirantes fakenews Made in Brazil sobre o resto da América Latina:
Marinha de alto-mar da Bolívia bombardeia Ulan-Bator.
Ou, uma breve antologia das mais delirantes e ilógicas fakenews emitidas por autoridades brasileiras sobre a Argentina e o resto da região.
Coluna no @labs_news: labsnews.com/pt-br/artigos/…
@labs_news Ex-ditadores argentinos em mode Walking Dead e outras fake news que no Brasil circularam (e circulam) sobre a Argentina e o resto da região.
Parte 2 das colunas no @labs_news sobre fake news na região: labsnews.com/pt-br/artigos/…
O Chile entrou hoje em sincronia com o século 21:
O Senado aprovou (até com votos de senadores da direita) o projeto de lei de casamento entre pessosas do mesmo sexo.
21 votos a favor, 8 contra, 3 abstenções.
E minutos depois, a Câmara de Deputados, que já havia debatido o assunto recentemente, não perdeu tempo e - em uma sessão sem discurseira nem blá-blás - aprovou a lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo:
82 votos a favor
20 contra
2 abstenções
Desta forma, na América do Sul o Chile se junta à Argentina e Uruguai, países onde a lei foi aprovada pelos Parlamentos. Portanto, é algo sólido.
O líder da Nicarágua, Daniel Ortega não é, desde a virada do século, o revolucionário marxista de outrora.
Nos 80 fez uma reforma agrária, dando terras para camponeses e indígenas. Mas, ao voltar ao poder, em 2007, confiscou parte dessas terras para dá-las a empresários chineses que prometiam construir um mega-canal na Nicarágua para competir com o canal do Panamá
Ortega, na contra-mão do progressismo, implementou uma das leis mais draconianas contra o aborto na América Latina. ...ah, ele é categoricamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um clássico dos reacionários.
-Militar, oficial para-quedista
-Nascido no interior do país
-Eleito com 56,2% dos votos, derrotando partidos tradicionais
-Se apresentava como salvador da pátria, anti-establishment
-Costumeiras afirmações-esperneios-histerias do tipo “querem violar nossa soberania!!!!”
- Obsessão contra a imprensa, criador de fake-news sobre jornalistas
O líder da Nicarágua, Daniel Ortega não é, desde a virada do século, o revolucionário marxista de outrora.
Nos 80 fez uma reforma agrária, dando terras para camponeses e indígenas. Mas, ao voltar ao poder, em 2007, confiscou parte dessas terras para dá-las a empresários chineses que prometiam construir um mega-canal na Nicarágua para competir com o canal do Panamá
Ortega, na contra-mão do progressismo, implementou uma das leis mais draconianas contra o aborto na América Latina. ...ah, ele é categoricamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo