Assim como há uma construção exigente a respeito do sexo e de como ele molda toda a sociedade, existe uma norma se impondo sobre relacionamentos e romance.
A arromanticidade vai de encontro a esse modelo perfeito do amor passional, acolhendo orientações definidas por diferentes níveis de atração romântica.
Por que o amor romântico é tão importante?
Em uma sociedade onde tudo sofre um “processo” de pré-julgamentos, o amor romântico é, infelizmente, mais uma das coisas nesta lista de erros.
Em programas de TV, livros, e outras maneiras de informação, há propositalmente a imposição de que se atrair romanticamente por alguém, em algum momento da vida, é algo extremamente necessário. E, quando uma pessoa se afasta desse núcleo, ela certamente se torna alvo de pena.
O nome disso é amatonormatividade, em que um cenário sem romance passa a ser distópico apenas por este detalhe supostamente crucial.
Mas o que muitos destes veículos, e pessoas que fazem parte deles, ignoram é que existem pessoas assexuais e/ou arromânticas, e elas podem viver totalmente felizes sem relacionamentos deste tipo.
Grande parte dessa exigência também é vinda de um pensamento primitivo de que a atração humana é uma coisa só, quando, na verdade, é um grupo.
Um grupo? Atrações separadas?
A atração romântica é um dos 5 principais tipos de atrações comentadas entre as comunidades assexual e arromântica. São elas: atração platônica, estética, sensorial, sexual e romântica.
E o que a caracteriza é, em poucas palavras, como essa atração conversa sobre a vontade de se relacionar romanticamente com alguém — podendo envolver o desejo de incluir ou não experiências sexuais a essa relação.
Nem sempre as atrações podem ser condizentes: há pessoas arromânticas gays, arromânticas lésbicas, arromânticas bissexuais, arromânticas pansexuais, arromânticas assexuais e até arromânticas heterossexuais. Isso não as torna menos arromânticas.
Então, o que é a arromanticidade?
A arromanticidade é o espectro que agrupa os diferentes tipos de orientações românticas, seja ela nula, parcial ou condicional.
Dentro deste espectro, podemos encontrar a arromanticidade estrita — para pessoas que não se sentem romanticamente atraídas por ninguém, em nenhum nível ou circunstância; +
e a área cinza — onde várias outras orientações românticas acolhem as distintas maneiras de vivenciar este tipo de atração. Uma identidade na área cinza é descrita pela possibilidade de experienciar a atração romântica por alguém, mas nunca como alguém alloromântique.
Ela pode existir por um período condicional; estar presente constantemente, mas em baixa intensidade; em picos momentâneos; e se tornar inexistente por um longo tempo.
A partir do momento em que entendemos a definição de arromanticidade, podemos reconhecê-la como um termo guarda-chuva. Independentemente de onde se encontram no espectro, todas as pessoas arromânticas são igualmente válidas.
Pessoas arromânticas podem namorar!
Estar no espectro arromântico não impede uma pessoa de buscar um relacionamento, seja ele romântico ou não. Assim como não a impede de transar ou beijar e não a transforma em alguém sem coração ou sem sentimentos.
Uma coisa comum entre pessoas na comunidade arromântica (e assexual) é o relacionamento queerplatônico, no qual há uma ligação profunda entre as partes, além de uma amizade e a não-necessidade da atração sexual e/ou romântica.
Cada relacionamento discute seus próprios termos.
Este tipo de relação é mais comum entre pessoas da comunidade aroace (arromântiques e assexuais), mas também pode acontecer entre alloromântiques e allosexuais.
Confira este, e outros textos completos, em nosso perfil do medium, Link:
O termo gay, muitas vezes utilizado para tratar da comunidade Lgbtq+ como um todo, envolve, na verdade, um grupo mais seleto de pessoas.
Sua definição se dá por homem ou pessoa de gênero não-feminino (não-bináries de alinhamento masculino, neutro ou nulo) que se atrai apenas por homens e pessoas de gênero não-feminino.
A ideia de cancelamento pode ser explicada como a cobrança de conserto que acontece após o reconhecimento de alguma atitude considerada problemática, tendo por exemplo os discursos de ódio. O seu objetivo é não dar palco para pessoas
de caráter duvidoso.
Na teoria, o cancelamento é ótimo, levando em conta a importância de defender determinadas pautas; mas na prática a tão conhecida e temida “cultura do cancelamento” não passa de linchamento virtual, cyberbullying e engajamento não apenas para o lado
Ariel Fernando Hitz, trans e panssexual, é o escritor de As cores primárias, A gravidade de Júpiter, Camomila e outras obras que estão disponíveis, majoritariamente, na Amazon.
Para instigar um pouquinho mais a conhecer a obra dele, trouxemos uma mini-entrevista com o mesmo:
•Quando você começou a escrever?
Eu tinha 12 anos na época. Comecei escrevendo fanfic, mas eu não sabia que o que eu fazia era chamado de fanfic, aprendi só depois.
Candy Cane Bisexual — ou Bissexuais da Bengala Doce — é um termo utilizado por pessoas Bissexuais, pertencente à categoria de grupos que prezam pela inclusão e tendo como objetivo opor-se a grupos com retórica exclusivista, tais quais Battle-axe Bisexual (BAB).
O termo foi criado no tumblr, em 25 de maio de 2020, pêle user mogai-ladies, tendo como princípios:
- Suporte a panssexualidade, omnissexualidade, polissexualidade e a outras identidades do espectro multi;