Thread by @MottaTarcisio

Ômicron, passaporte da vacina, proposta da Prefeitura, o que propomos, debate sobre elitização. Segue mais um fio sobre os dilemas do Carnaval 2022. 👇

1) ÔMICRON/PASSAPORTE

A variante trouxe a necessidade de se repensar uma série de protocolos. O passaporte da vacina continua sendo uma medida essencial, mas não está sendo suficiente para barrar a propagação do vírus, que aumentou sua circulação exponencialmente.

2) A vacinação diminui as chances de casos graves e mortes, mas a pressão sobre o sistema de saúde já começa a aparecer em vários lugares. Isso nos força a reavaliar todos os eventos que geram aglomeração, incluindo jogos de futebol e shows.

3) SOBRE PROPOSTA DA PREFEITURA

A prefeitura decidiu manter eventos em locais fechados, mesmo sabendo dos limites do passaporte vacinal nesse momento.

4) Ao mesmo tempo, decidiu cancelar o carnaval de rua, afetando escolas da Intendente Magalhães, agremiações da Avenida Chile, bate-bolas, blocos e camelôs. Soluções assim colocam a cidade em risco e não apresentam solução para muitos trabalhadores do carnaval.

5) NOSSAS PROPOSTAS

A prefeitura deve se reunir com as agremiações carnavalescas para avaliar a possibilidade de adiar o carnaval para meados de 2022, quando os índices apontarem que há segurança sanitária.

6) A prefeitura deve executar uma política imediata de auxílio emergencial para os trabalhadores do carnaval de modo a amenizar o impacto do seu adiamento. Vale lembrar que nós defendemos esse auxílio há dois anos, e a Prefeitura, mesmo prometendo que iria garanti-lo, não o fez

7) No final de 2020, Paes prometeu auxílio aos trabalhadores dos barracões. Essa proposta foi elaborada pela Riotur mas jamais foi tornada pública ou executada, mesmo com todas as cobranças que fizemos nas audiências da Comissão do Carnaval.

8) Muitos ambulantes também ficaram de fora de qualquer amparo e os trabalhadores dos blocos tiveram que se virar com um edital de fomento muito tímido.

9) ELITIZAÇÃO

Primeiro, cabe dizer que esse não é o debate central nesse momento, embora ele seja importante. Avaliar se há ou não condições sanitárias e que protocolos são seguros para cada tipo de evento são os debates prioritários agora.

10) Segundo, ao cancelar os eventos carnavalescos onde não é possível cobrar o passaporte vacinal e manter festas em eventos fechados, corremos o risco de contribuir para um carnaval onde só quem paga o ingresso pode participar do baile.

11) Não consideramos em nenhum momento a Sapucaí um "carnaval de elite" e os blocos como "carnaval popular". Essa falsa contraposição não faz sentido. Todas as propostas que produzimos ao longo dos últimos 5 anos demonstram q sabemos q o perigo da elitização é muito + complexo.

12) O problema da elitização, privatização e mercantilização do carnaval se coloca há décadas e nós enfrentamos esse debate nos relatórios da Comissão de Carnaval, construídos a partir de audiências com agremiações, especialistas no tema e o poder público.

13) As difíceis soluções para o carnaval em tempos de pandemia passam necessariamente pelo olhar para a saúde pública (em primeiro lugar) e para a garantia de que nossa maior manifestação cultural ocorra em sua diversidade.

14) JOGO RÁPIDO

Ter festa fechada em algum lugar da Zona Sul, por exemplo, é seguro sanitariamente? Tudo indica que não. Não ter desfile na Intendente Magalhães é democrático? Certamente não. O desfile das escolas de samba é popular? Sim.

15) O passaporte vacinal, apesar de necessário, é suficiente para garantir segurança sanitária diante da Ômicron? Tudo indica que não. Ter milhares de pessoas aglomeradas em um evento, por exemplo, na Marina da Glória é seguro sanitariamente? Tudo indica que não.

16) Ter evento em lugares assim e não ter o desfile do Bola Preta, Cacique de Ramos etc é democrático? Sabemos que não. A solução é adiar o carnaval e garantir auxílio aos seus trabalhadores.