Há 76 anos, em 11 de janeiro de 1946, nascia em Salvador, BA, Stuart Angel Jones, revolucionário e mártir da luta armada contra a ditadura militar.
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Filho do empresário estadunidense Norman Jones e da estilista mineira Zuzu Angel e irmão da jornalista Hildegard Angel, Stuart passou a infância com a família no Rio de Janeiro. Na adolescência, tornou-se atleta do Clube de Regatas Flamengo e foi bicampeão carioca de remo.
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Posteriormente, ingressou no curso de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Stuart iniciou sua militância política como membro da Dissidência Estudantil do Partido Comunista Brasileiro (antigo PCB) na Guanabara.
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Após o golpe militar de 1964, Stuart deixou o PCB, contrariado pela decisão do partido de não integrar a luta armada contra a ditadura. Ingressou então no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), onde tornou-se dirigente.
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Conforme informações do inquérito policial, Stuart teria participado do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, que teve sua soltura negociada em troca da libertação de quinze presos políticos.
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Monitorado pelos órgãos de repressão da ditadura militar, Stuart foi preso em junho de 1971 na Zona Norte do Rio. Foi levado para o Centro de Informações da Aeronáutica, na Base Aérea do Galeão, onde foi interrogado sobre o paradeiro de Carlos Lamarca, líder do MR-8.
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Stuart se negou a revelar a localização de Lamarca, sendo submetido a espancamentos e sessões de tortura. O guerrilheiro Alex Polari, preso no mesmo local, assistiu de sua janela as torturas às quais Stuart foi submetido.
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O estudante foi amarrado a um carro e arrastado por todo o pátio do quartel. Depois, foi obrigado a aspirar os gases tóxicos que saíam do escapamento do veículo. Como seguiu se negando a colaborar com os militares, foi morto na mesma noite. Tinha 25 anos na ocasião.
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Os restos mortais de Stuart nunca foram encontrados. Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa relatam no livro "Desaparecidos Políticos" que o corpo teria sido levado para uma unidade militar na região da Restinga da Marambaia e então jogado em alto mar por um helicóptero da Marinha.
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Os responsáveis por sua tortura e morte teriam sido os brigadeiros João Paulo Burnier e Carlos Afonso Dellamora, os tenentes "Abílio Alcântara" e Muniz, os capitães Lúcio Barroso e Alfredo Poeck, o major Pena e os agentes do DOPS Mário Borges e Jair Gonçalves da Mota.
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Em 2013, descobriu-se que "Abílio Alcântara" era na verdade o codinome utilizado pelo sargento Abílio Correa de Souza, um suboficial da aeronáutica treinado em contraespionagem na Escola das Américas, em Forte Gulick, no Panamá.
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A Escola das Américas é um instituto subordinado ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos que tem por objetivo a "formação de contra-insurgência anticomunista".
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A Escola das Américas treinou boa parte dos militares latino-americanos em técnicas de tortura durante a Guerra Fria, incluindo nomes acusados de genocídio e crimes contra a humanidade como Leopoldo Galtieri e Manuel Noriega.
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Abílio Correa de Souza foi o principal torturador de Stuart e a última pessoa a vê-lo com vida em sua cela. A mãe de Stuart, Zuzu Angel, foi informada sobre o que ocorrera com o filho por meio de uma carta escrita por Alex Polari.
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Começou então a pressionar os militares, cobrando explicações sobre o ocorrido e informações sobre o paradeiro do corpo de Stuart.
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Bem relacionada no mundo da moda, Zuzu conseguiu criar uma campanha de impacto internacional, organizando desfiles-protestos com roupas manchadas de vermelho, atraindo a atenção da imprensa e contando com a adesão de figuras como Joan Crawford, Liza Minnelli e Kim Novak
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Baseando-se na dupla cidadania do filho, que também era cidadão estadunidense, Zuzu Angel tentou levar o assunto até o congresso dos Estados Unidos apelando ao senador Ted Kennedy.
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Também tentou obter a intervenção do secretário de estado, Henry Kissinger, entregando-lhe um dossiê sobre Stuart. Apoiador do regime militar brasileiro, o governo dos Estados Unidos apenas a ignorou.
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A pressão internacional, entretanto, fez algum estrago sobre a imagem do regime militar, forçando os generais a trocarem todo o alto comando da Aeronáutica.
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Zuzu Angel morreu em 14 de junho de 1976, num atentado disfarçado de acidente de automóvel, no bairro carioca de São Conrado, sem jamais descobrir o paradeiro do corpo do filho.
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A esposa de Stuart, Sônia de Moraes Jones, foi igualmente assassinada pelos militares, desaparecendo em junho de 1973. Em 1998, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu o envolvimento direto do Estado brasileiro na morte de Zuzu Angel.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.