Há 61 anos, em 17 de janeiro de 1961, o revolucionário congolês Patrice Lumumba era assassinado por paramilitares apoiados pelos governos da Bélgica e dos Estados Unidos.
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Patrice Lumumba nasceu em Onalua, Congo Belga, em 2/07/1925. Intelectual autodidata, iniciou sua tumultuada carreira política na década de 1950, após observar as práticas exploratórias e opressivas levadas a cabo no Congo, quando o país ainda estava sob domínio belga.
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Em 1958, Lumumba reuniu um grupo de intelectuais e dirigentes locais e fundou o Movimento Nacional Congolês (MNC), o primeiro partido político nativo do Congo. No mesmo ano, participou da Conferência Pan-Africana do Povo, onde travou contato com líderes nacionalistas.
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Em pouco tempo, Lumumba tornou-se um dos principais representantes dos ideais pan-africanistas e da ideologia anticolonial, defendendo a solidariedade entre os povos da África e encorajando o diálogo entre os países do continente.
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Sob sua liderança, o MNC uniu as etnias congolesas em prol da reivindicação da independência do Congo, resultando em uma onda de grandes protestos pró-autonomia na colônia.
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Reagindo à pressão popular, as autoridades belgas anunciaram um plano de eleições locais e um projeto de transição gradual para a independência, a ser cumprido em cinco anos.
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Ciente de que o governo belga pretendia ganhar tempo para instalar lideranças fantoches na administração local, Lumumba convocou novas manifestações e iniciou uma campanha de desobediência civil. Em represália, as autoridades belgas ordenaram sua prisão.
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Não obstante, a comoção gerada pela prisão do líder do MNC teve um efeito contrário para os interesses belgas nas eleições, com a legenda nativa conquistando mais de 90% dos votos e fortalecendo a causa autonomista. Em 1960, iniciaram-se as negociações pró-autonomia.
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Lumumba foi libertado a tempo de participar das reuniões em Bruxelas. Em 30 de junho do mesmo ano, era declarada a independência da nação africana. O MNC venceu as primeiras eleições livres do país e Lumumba tornou-se primeiro-ministro da República Democrática do Congo.
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Poucos dias após a declaração de independência, entretanto, um rebelde chamado Moïse Tshombe, apoiado pelo governo da Bélgica e empresários do setor de mineração, passou a liderar um movimento separatista na província de Katanga.
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Lumumba solicitou apoio das potências ocidentais para debelar a rebelião, mas foi ignorado. Aproximou-se então da União Soviética, que lhe ofereceu ajuda com o envio de suprimentos e armamentos para combater o levante.
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A aproximação de Lumumba com o bloco comunista ocasionou a imediata reação das nações ocidentais, com Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica passando a articular sua deposição.
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Lumumba neutralizou uma primeira tentativa de derrubá-lo, obtendo voto de confiança do Senado para evitar a dissolução do seu governo. Poucos dias depois, entretanto, ele seria deposto por um golpe de Estado conduzido pelo coronel Joseph Mobutu.
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Apesar dos apelos da URSS e da comunidade internacional, as tropas da ONU, pressionadas pelo governo dos EUA, não intervieram para libertá-lo. Em 17 de janeiro de 1961, Lumumba foi executado por um pelotão de fuzilamento comandando por Tshombe e oficiais belgas.
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No início dos anos 2000, o governo da Bélgica apresentou um pedido de desculpas formais à família de Lumumba e ao povo congolês pelo assassinato do primeiro-ministro.
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Documentos tornados públicos pelo governo norte-americano em 2007 confirmaram a participação dos Estados Unidos na captura de Lumumba e a existência de planos secretos da CIA para assassiná-lo.
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Em 2013, o governo do Reino Unido também admitiu ter participado secretamente da conspiração que derrubou seu governo.
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