Boa noite. Prometi postar aqui a sequência de slides sobre iniciativas do campo popular e de esquerda que estão ocorrendo para construir um projeto político para o Brasil, alguns deles focados na contribuição à campanha de Lula. Vamos lá:
1) O primeiro deles é o Projeto Brasil Popular da frente já conhecida que envolve PT, PCdoB, Consulta Popular, MST etc. São 32 grupos temáticos criados há dois anos. No site (projetobrasilpopular.org) é possível encontrar cadernos, por tema, com a produção acumulada
2) A segunda iniciativa é do Outras Palavras, liderado pelo Antonio Martins. No site (outraspalavras.net ) é possível acessar a sequência de reflexões e produções temáticas, principalmente na seção "Resgate". São 14 temas centrais.
3) A terceira experiência é do BR Cidades. Nasceu da Frente Brasil Popular, mas ganhou autonomia, embora não tenha rompido com a Frente. Entre os vários líderes desta iniciativa, gostaria de destacar a militância de Ermínia Maricato, ex-secretária de Habitação do governo Erundina
4) A quarta iniciativa é do grupo Unidade na Diversidade. Eu sou um dos coordenadores desta articulação que envolve mais de 250 organizações e lideranças sociais. A intenção é produzir uma contribuição de um projeto de esquerda para o país a ser discutido com coletivos
5) Há ainda, iniciativas como o do canal Resistentes que, recentemente elaborou um projeto global definido pela garantia da soberania nacional.
6) Há articulações temáticas em curso, como o da Articulação Brasileira do Pacto Educativo Global (ABPEC). A ABPEC está chamando um encontro nacional em abril para definir uma plataforma progressista para a educação brasileira.
7) Finalmente, muitos coletivos e organizações do campo de esquerda decidiram lançar candidaturas fortes para o Congresso Nacional, caso do MST, Consulta Popular e Frente
8) Quem é de esquerda tem a obrigação de acompanhar essas iniciativas. Tem hora para se queixar e tem hora para se engajar. É isso. (FIM)
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Bom dia. A pesquisa AtlasIntel divulgada antes revela uma cultura conservadora nas favelas do Rio de Janeiro. Alguns se assustaram. O fio de hoje é uma tentativa de análise. Lá vai:
1) As pesquisas realizadas pelo Data Favela e pelo instituto de pesquisa Locomotiva não deixavam dúvidas: havia um forte sentimento de autodeterminação e de superação individual das mazelas que seus moradores viviam.
2) O estilo “self made man” dos morros brasileiros é enfeixado no papel protetor e na educação que as mães assumem nessas porções territoriais do país. As mães se constituem na figura principal de coesão familiar nas favelas.
Bom dia. Prometi um fio sobre o modo sindicalista de negociar que, parece, é o que Lula está adotando às vésperas do encontro com Trump. Lá vai:
1) Nos últimos dias, os analistas da Globonews bateram cabeça ao avaliar os movimentos de Lula, às vésperas do encontro com Trump. Uma parte nitidamente mais liberal e alinhada à cartilha empresarial, condenava Lula pelo que cravaram ser arroubos discursivos desnecessários.
2) Outros, sugeriam que se tratava de um estratagema pré-negociação. Chegaram a afirmar que Lula parecia adotar um movimento similar ao do próprio Trump que, na medida em que o dia do encontro se tornava mais próximo, aumentava o tom belicoso para chegar à mesa com mais força.
Bom dia. O fio de hoje é sobre o escárnio que foi o prêmio dado à extremista de direita Corina Machado. Lá vai:
1) A história é conhecida. Alfred Nobel, o criador da dinamite, se atormentava com o apelido de “mercador da morte”. Para contornar esta fama, criou o prêmio que leva seu nome. Em resumo: desde o início, o prêmio buscava aprovação pública.
2) Não por outro motivo, este prêmio é mais conhecido que aqueles que laureia. Dificilmente nos lembramos os nomes de quem ganhou um Nobel em química ou literatura dois anos depois da premiação.
Bom dia. Acabo de ler “O Projeto”, de David Graham, jornalista do Atlantic, dos EUA. Graham dissecou o documento “Projeto 2025”, elaborado por extremistas alojados na Heritage Foudation, tendo à frente os ultraconservadores Russel Vought e Paul Dans. Lá vai fio:
1) O livro é fácil de ler e descreve ações para destruir a estrutura básica da gestão pública moderna. Declaram explicitamente a politização de todos os órgãos de Estado, a extinção de muitos deles e a redução drástica do número de funcionários de carreira
2) Seus autores fazem uma miscelânea entre cristianismo e nacionalismo, entre reacionarismo e defesa dos trabalhadores, entre oposição frontal à cultura “woke” e o ataque aos carros elétricos porque querem conter a China e a dependência das terras raras.
Bom dia. Foi muito esclarecedora a mensagem que Eduardo Bolsonaro enviou ao seu pai. Um misto de desrespeito e ressentimento. Imediatamente, veio à memória a pesquisa de Adorno sobre as personalidades fascistas. O fio é sobre esta pesquisa:
1) Publicada em 1950, nos EUA, a pesquisa liderada por Adorno (da Escola de Frankfurt) envolveu 2 mil pessoas e procurou identificar traços de indivíduos que apresentavam inclinação aos ideais fascistas.
2) O traço principal verificado foi a relação autoritária que esses indivíduos foram submetidos na sua infância, verticalizada e de uso. Tal relação se transferiu, na vida adulta, para a esfera do poder e dominação, baseada no uso do parceiro sexual.
Bom dia. Estava assistindo uma minissérie quando, em determinado momento, o personagem principal, em meio a um caos instalado, sugere que todos somos movidos por sonhos. De fato, ninguém deseja ser desiludido. Este é o fio.
1) Ouvi esta frase numa palestra, acho que de Nilson José Machado, o idealizador do ENEM ( que originalmente foi inspirado na teoria das inteligências múltiplas). Ele falava da origem da palavra ilusão, que é "illudere", e que significa "brincar com".
2) E lascou esta conclusão: "a questão é que ninguém deseja ser um desiludido". A questão deste fio, conduto, é uma derivação dessa conclusão que não há como um ser humano viver sem utopia, sem "brincar com a realidade". Daí a necessidade da arte e até da bondade.