A diferença entre o padrão de mobilidade feminino e o masculino é complexa e não abrange apenas as viagens encadeadas que as mulheres fazem durante o dia.
Para visualizá-lo e entender as idiossincrasias, é preciso conceber que existe uma profunda e enraizada diferença social baseada no gênero e, consequentemente, nas construções históricas e culturais em torno dessa relação.
Com a divisão sexual do trabalho, a herança herdada pelas mulheres foi arbitrariamente estipulada.
Ainda hoje, o debate sobre economia do cuidado, bem como seus impactos na organização dos espaços públicos e privados, não coloca em relevo os problemas e necessidades específicos de gênero.
Mesmo atualmente, quase que invariavelmente, todo o trabalho do cuidado social e familiar fica com as mulheres, cuja produção dos deslocamentos envolve a prole, como levar filhos à escola ou à creche, fazer compras para casa, levar os pais ou os sogros ao médico.
Dessa forma, o padrão feminino de mobilidade possui especificidades, que dizem respeito à similaridade no seu modo de movimentação. Além da diferença nos modos de deslocamento, as mulheres precisam lidar com situações que o outro gênero não lida da mesma forma: o medo.
Medo de se locomover, medo de esperar sozinha no ponto de ônibus, medo de estar sozinha com um motorista de aplicativo na madrugada, dentre outros.
Muitas mulheres não vão deixar de se deslocar por isso, mas certamente este é um fator que impacta a ponto de ser capaz de alterar o caminho que elas percorrem rotineiramente.
A depender do horário, ao invés de subir uma ladeira que dá acesso mais rápido a sua moradia, é bem comum que as mulheres optem por seguir por outra rua, ampliando assim a distância em função da segurança; ou prefiram pegar um ônibus a mais ao invés de caminhar um certo trecho.
Por isso, é preciso incluir um questionamento: se os padrões de mobilidade são atravessados por questões de gênero, como isso pode afetar as mulheres no seu dia a dia, sendo um agregador de estresse, drenando consideravelmente a nossa saúde, o bem-estar e a qualidade de vida?
Sendo assim, o planejamento de transporte tem a atribuição de contemplar estas usuárias, para elas poderem se deslocar com qualidade, de forma segura e inclusiva, pelos diversos espaços da cidade.
É comum confundir verticalização com densidade. Como os prédios de hoje em dia são mais altos do que os de cem anos atrás, muitas pessoas pensam que as cidades estão cada vez mais densas.
Na verdade, as regiões centrais das metrópoles têm perdido densidade. Isso ocorre por vários motivos, entre eles:
Aumento da renda média. A sociedade de hoje é, em média, mais rica que a do passado. O padrão de vida das famílias melhorou, e elas passaram a demandar imóveis maiores. Ou seja, cada pessoa passou a ocupar uma quantidade maior de metros quadrados na cidade.
Preparamos uma grande surpresa para vocês! A partir desta segunda-feira, teremos colunistas regulares no Caos Planejado.
A nova seção de Colunistas do Caos Planejado terá como objetivo trazer textos de opinião de especialistas convidados, em um formato mais curto, com frequência regular e liberdade editorial dos colunistas.
O objetivo é fomentar o debate urbanístico em escala nacional, com um quadro de especialistas diversos cobrindo diferentes ângulos da cidade. Estamos inaugurando a seção com 15 nomes fantásticos que toparam estrear este projeto, que planejamos expandir ao longo do tempo.
Aprendendo com os fracassos de 6 projetos de transporte, segue o fio🧵:
1. Minhocão – São Paulo:
A Via Elevada Presidente João Goulart, mais conhecida como Minhocão, foi inaugurada em 1971. Além de não resolver o problema dos engarrafamentos, o viaduto isolou os bairros Campos Elísios e Santa Ifigênia, acelerando o seu processo de degradação.
Hoje há um movimento para desativar o Minhocão, demolindo-o ou transformando-o em um parque.
A maioria da população brasileira não possui acesso ao mercado imobiliário formal, segue o fio 🧵:
As cidades brasileiras são excludentes:
A Urbit é uma empresa de inteligência, e parte do nosso trabalho é analisar preços imobiliários, gerando informações para empresas atuantes no mercado. Avaliamos formas de verificar a acessibilidade dos brasileiros ao mercado imobiliário.
Quem aí é fã de @FriendsTV ??
"Mas Caos, que diabos Friends tem a ver com o urbanismo de Nova York?”
Segue o fio 🧶
Friends é uma série americana
que rodou de 1994 a 2004 e que
se passava em Nova York, mais
especificamente no Greenwich
Village. Nessa foto, vemos o
Washington Square Park, praça
mais emblemática do Village e
que frequentemente aparecia
na série.
Mas é importante lembrar que os
anos 80 e 90 marcaram uma onda do período de declínio e criminalidade em centros urbanos, que estavam desacreditados nos EUA.
5 projetos que aproveitam pequenos espaços urbanos. Segue o fio🧶
📷 Ema Blom.
O Caffe del Popolo, é uma cafeteria em Córdoba, na Argentina. O projeto faz um excelente uso do vão entre dois prédios, e ainda inclui um banheiro e um depósito nos andares superiores.
📷 Ema Blom.
O Vietnã é famoso por seus edifícios altos e estreitos, conhecidos como casas-tubo. A LVS House, dos arquitetos AD9, com certeza é uma das mais bonitas.
📷 Quang Tran.