Em 31 de agosto de 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil se tornava o primeiro país latino-americano autorizado a impor sanções econômicas contra os Estados Unidos.
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O governo brasileiro recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) alegando que os EUA haviam fornecido mais de 12 bilhões de dólares em subsídios irregulares aos produtores de algodão, mantendo o preço artificialmente baixo e prejudicando os países periféricos.
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Os árbitros da OMC reconheceram a prática de concorrência desleal e deram ganho de causa ao Brasil, autorizando o país a impor sanções de até 294,7 milhões de dólares contra os Estados Unidos — o segundo maior montante da história.
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O Brasil havia requisitado um valor ainda maior: 2 bilhões de dólares. Os árbitros da OMC decretaram que o Brasil não precisaria limitar a retaliação ao comércio de bens, autorizando o país a sancionar o setor de serviços e os direitos de propriedade intelectual.
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A decisão foi recebida com preocupação pelo governo dos EUA, então sob gestão de Barack Obama, que temia que o Brasil aproveitasse a oportunidade para quebrar as patentes de grandes laboratórios e iniciar a fabricação de medicamentos genéricos, como já havia feito em 2007.
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Os Estados Unidos também receavam uma nova derrota no processo sobre as medidas antidumping aplicadas contra o suco de laranja brasileiro, denunciadas como nocivas pelo Itamaraty.
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A vitória do Brasil também incentivou países como Índia e Egito a buscarem compensações por perdas derivadas do protecionismo de Washington na OMC, aumentando a pressão comercial sobre os Estados Unidos.
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Após o veredito da OMC, o Brasil chegou a apresentar uma lista de 222 produtos que seriam submetidos à retaliação, abrangendo cerca de 10% das importações oriundas dos Estados Unidos — incluindo automóveis, eletroeletrônicos, remédios, óleos brutos, etc.
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As sobretaxas não chegaram a ser aplicadas, pois os dois países chegaram a um acordo: Brasil concordava em suspender as sanções e os EUA se comprometiam a pagar uma indenização de 300 milhões de dólares ao Brasil e fornecer auxílio técnico aos produtores brasileiros.
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Os estadunidenses pagaram as compensações por dois anos, mas suspenderam os repasses a partir de 2013, já no governo de Dilma Rousseff, alegando que não possuíam autorização do Congresso para a suplementação orçamentária.
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O governo brasileiro ameaçou retomar as sanções, aplicando a represália comercial cruzada nos termos autorizados pela OMC. As disputas foram encerradas em 2014, quando o governo dos EUA concluiu os repasses ao Brasil e alterou o programa de subsídios.
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As disputas comerciais foram um dos fatores que levaram ao estremecimento das relações diplomáticas entre os dois países, que se intensificaram à medida em que o Brasil ampliou seu protagonismo e passou a aderir às iniciativas de reforma da governança internacional...
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... e de criação de de um sistema alternativo aos acordos de Bretton Woods. O Brasil se tornou então objeto de uma campanha de desqualificação da imprensa ocidental e também passou a ser um alvo preferencial dos programas de espionagem e vigilância conduzidos pela NSA.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.