Um soldado observa os destroços da plataforma de lançamento do Veículo Lançador de Satélites no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Maranhão. Em 26 de agosto de 2003, uma grande explosão destruiu o foguete e sua plataforma, matando 21 engenheiros e técnicos civis.
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A explosão ocorreu 3 dias antes do lançamento do primeiro foguete construído com tecnologia brasileira. O incidente causou um enorme retrocesso ao programa espacial brasileiro, em função da morte dos maiores especialistas em engenharia espacial do país.
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Inaugurada em 1983, a Base de Alcântara é considerada o melhor centro de lançamentos do mundo em localização geográfica, por estar a apenas dois graus da Linha do Equador - o que auxilia o impulso dos lançadores e permite uma redução de até 30% no consumo de combustível.
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Além disso, a disposição da península possibilita lançamento de todos os tipos de órbita e o clima estável facilita a operação. A construção do CLA ocorreu em paralelo ao desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) - 1º foguete produzido com tecnologia nacional.
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A construção da base de Alcântara e o desenvolvimento do VLS incomodaram os Estados Unidos e outras potências, sobretudo a França. A autonomia no lançamento e operação de satélites incrementaria a capacidade militar e de espionagem do Brasil...
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...e poderia ser aperfeiçoada para o desenvolvimento de mísseis de longo alcance. Além disso, uma base de lançamentos junto à Linha do Equador seria muito competitiva e poderia abocanhar o mercado do lançamento de satélites comerciais, dominado por EUA e França.
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As tentativas de barrar o avanço do programa espacial brasileiro datam nos anos 80. Instalações do CTA chegaram a ser invadidas e documentos sobre VLS foram subtraídos. O projeto do VLS também passou a sofrer boicote de parlamentares alinhados aos interesses dos EUA.
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Cedendo à pressão dos EUA, Fernando Collor rejeitou um acordo de transferência de tecnologia aeroespacial proposto pela Rússia e cortou a subvenção ao VLS, preferindo celebrar contrato com a empresa americana Orbiter para colocar o satélite brasileiro SSR-1 em órbita.
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O desmonte do programa espacial brasileiro se aprofundou durante o governo FHC. O Brasil permitiu que os EUA confiscassem os motores do VLS e aderiu ao Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, renunciando ao seu direito de investir na área.
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Em 1994 foram realizados os primeiros testes dos motores S-43 do VLS, interrompidos por uma explosão em São José dos Campos. O incidente foi investigado pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica, que o classificou como sabotagem.
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No ano 2000, FHC assinou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, passando o controle da base aeroespacial de Alcântara para os EUA. O documento dava à NASA uso exclusivo das instalações, imunidade a inspeções e proibia o acesso de brasileiros à base.
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O acordo também proibia o Brasil de produzir foguetes e de investir em tecnologia espacial de uso militar, forçando-o a desistir do desenvolvimento do VLS. As cláusulas foram consideradas lesivas à soberania nacional e acabaram sendo modificadas por ação do Congresso.
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Em 2003, no começo do 1º mandato de Lula, o Brasil renunciou ao acordo firmado com os EUA, por considerá-lo desvantajoso. Lula retomou as negociações com a Rússia, que havia proposto um acordo de transferência de tecnologia de motores de propulsão líquida para uso no VLS.
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O Brasil também firmou acordo de cooperação com a Ucrânia, para fabricar o lançador de satélites Cyclone 4. Em agosto de 2003, poucos meses após o estabelecimento das novas diretrizes do programa espacial, ocorreu a explosão do VLS e de sua plataforma na base de Alcântara.
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Ocorrida a 3 dias do lançamento do VLS, a explosão matou a cúpula da ciência aeroespacial brasileira e deixou prejuízos de mais de 100 milhões de reais. A explosão teria decorrido de uma falha elétrica, mas a justificativa foi contestada por acadêmicos e militares.
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Um ano antes, em agosto de 2002, o coronel Roberto Monteiro de Oliveira, ex-chefe do SNI, deu uma entrevista em que previu que o VLS não decolaria. Disse que o lançamento seria cancelado ou o foguete explodiria em função de sabotagem dos Estados Unidos. Assista o vídeo:
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Uma comissão parlamentar apontou a existência de interferências eletrônicas oriundas de navios estrangeiros ancoradas na Baía de São Marcos, nos arredores da base, do dia do lançamento.
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Dias antes do lançamento, os militares também fizeram um levantamento nos hotéis do Maranhão e descobriram que 20 turistas estadunidenses estavam hospedados em hotéis de Alcântara - algo inusitado para a pequena cidade de 20 mil habitantes.
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Posteriormente, boias com equipamentos de telemetria foram apreendidas nas praias próximas à base de Alcântara. Os dispositivos eram dotados de baterias de longa duração e painéis solares e tinham a capacidade de causar interferência nos sistemas de navegação de foguetes.
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Suspeitas de sabotagem também recaíram sobre a França, que foi alvo de investigações da ABIN. A justificativa é o fato de que Alcântara poderia se converter na principal concorrente da Base de Kourou, na Guiana Francesa, caso começasse a lançar satélites comerciais.
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Os EUA seguiram boicotando o programa espacial brasileiro mesmo após a explosão. Em 2011, o WikiLeaks publicou um telegrama diplomático enviado pelo governo dos EUA à Ucrânia, determinando que o país não compartilhe transferência de tecnologia de foguetes com o Brasil.
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No documento, o governo dos EUA afirma ter "uma política de longa data" que visa "impedir o Brasil de ter um programa de produção de foguetes espaciais" e orienta o governo ucraniano a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros.
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Em 2018, os EUA publicaram um lote de documentos produzidos pela CIA que perderam o status de confidencialidade. Os documentos mostram que o serviço secreto dos EUA monitorou o programa espacial brasileiro desde os anos 80 e agiu para obstruir seu desenvolvimento.
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Quase duas décadas após a explosão em Alcântara, o programa espacial brasileiro não se recuperou. Ao contrário - desde o golpe de 2016, o setor enfrenta sucessivos cortes, levando à paralisação de pesquisas e ao sucateamento e desmonte da estrutura preexistente.
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Em março de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou com Donald Trump um novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, transferindo o uso da base aeroespacial de Alcântara para os Estados Unidos.
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O acordo já foi aprovado pelo Congresso brasileiro e entrará em vigor a partir de 2022, dando aos estadunidenses o tão almejado controle exclusivo do centro aeroespacial mais bem localizado do mundo.
Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.