Servilismo verde-oliva: oficiais brasileiros recepcionam a embaixadora dos EUA Liliana Ayalde e Frederick Rudesheim do Perry Center p/ assinatura de um acordo de cooperação entre o Departamento de Defesa dos EUA e a Escola Superior de Guerra. Rio de Janeiro, junho de 2019.
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O William J. Perry Center é um think tank mantido pelo Pentágono, formalmente destinado a promover estudos de defesa inter-hemisférica. Na prática, a organização auxilia na formulação da política de domínio e intervenção de Washington na América Latina.
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Sediada no Rio de Janeiro, a Escola Superior de Guerra (ESG) foi fundada em 1949, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra. Desde o fim do Estado Novo, Dutra havia estabelecido uma inflexão na política externa brasileira...
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... substituindo os princípios autonomistas da Era Vargas por uma postura de submissão e alinhamento automático ao governo dos Estados Unidos. Foi o presidente democrata Harry Truman que orientou Dutra a criar a ESG, seguindo o modelo dos "War Colleges" estadunidenses.
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A nova instituição serviria como uma agência socializadora das elites militares e civis brasileiras — um foro acadêmico responsável por fomentar o ideário das Forças Armadas, calcado na defesa do conservadorismo e do anticomunismo,...
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...na absoluta subserviência aos interesses de Washington e na adesão irrestrita às ações de neutralização da esquerda radical no âmbito da Guerra Fria. Por mais de uma década, a ESG esteve oficialmente vinculada à National War College dos Estados Unidos.
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Toda a estrutura e o conteúdo dos cursos regulares da ESG foram determinados pelo governo dos EUA. Assim, ao contrário das instituições congêneres tradicionais, a ESG não tinha como enfoque o estudo de táticas e estratégias militares ou assuntos de defesa nacional.
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Servia antes para consolidar a difusão do pensamento americanófilo, liberal e anticomunista junto ao oficialato brasileiro.
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A ESG substituiu a doutrina de "defesa nacional" pelo conceito de "segurança hemisférica" e abandonou qualquer interesse na formulação de um projeto nacional em prol da cooperação com os Estados Unidos no combate ao comunismo "onde quer que ele fosse percebido".
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O governo dos Estados Unidos manteve a presença massiva de seus oficiais no corpo regular da ESG até a década de 1970. Na prática, a escola funcionou por quase três décadas como uma extensão oficiosa do Pentágono no Brasil.
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Malgrado a debilidade de suas pautas em relação à política de desenvolvimento nacional, a ESG assumiu o posto indisputado de centro de formação do pensamento do oficialato militar e de boa parte da elite empresarial brasileira.
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Ao mesmo tempo em que orientava os oficiais a se submeterem de forma acrítica à agenda de Washington, a ESG incentivava a desvalorização das instituições nacionais e a desconfiança em relação à população civil...
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...como se as potências imperialistas não fossem os inimigos potenciais dos militares brasileiros, mas sim as instituições nacionais e o seu próprio povo. A função interna dos militares, asseverava a ESG, era o de tutelar a vida política nacional...
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... assegurando que o país se manteria alinhado aos ditames estadunidenses e aos conceitos de "segurança hemisférica". A ESG teve grande participação na articulação golpista que levou à deposição de João Goulart em 1964 e na instauração da ditadura militar brasileira.
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Os três principais atores militares envolvidos na conspiração golpista eram todos oriundos da ESG — Castelo Branco, Geisel e Golbery — e a instituição agiu desde o início em conluio com os think tanks financiados pela CIA para fomentar a mobilização antigovernamental.
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Após a concretização do golpe, apoiado militarmente pelo Pentágono através da "Operação Brother Sam", o regime ligado à ESG imediatamente instituiu um projeto de subordinação absoluta do executivo federal aos ditames de Washington.
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Da reforma educacional à agenda econômica, os militares da ESG trataram de garantir que o Brasil cumprisse todas as ordens da Casa Branca — pensamento sintetizado na conhecida frase do embaixador Juracy Magalhães: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil".
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A ESG continuou servindo como um braço do governo dos EUA no Brasil durante a ditadura, viabilizando o apoio irrestrito de Washington ao regime militar, materializado através do envio de armas e agentes para treinar os militares brasileiros em técnicas de tortura.
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A ESG também intermediaria o auxílio estadunidense à criação de sistemas de vigilância, órgãos repressivos e métodos de controle social. A instituição sofreu considerável perda de influência política desde a redemocratização...
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...mas o governo Bolsonaro lhe restituiu a glória e tem permitido que retome o dever original para o qual foi criada: garantir a completa subserviência do Brasil à agenda econômica e geopolítica dos EUA e a primazia do interesse estrangeiro sobre nossos recursos.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.