A Fundação Ford é uma das maiores fundações privadas do mundo e compõe, ao lado da Fund. Rockefeller e do Inst. Carnegie, a tríade das grandes organizações privadas ativas na consolidação do imperialismo cultural estadunidense e difusão dos valores liberais.
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Dona de um patrimônio de mais de 16 bilhões de dólares, a fundação foi criada em 1936 por Henry Ford, fundador da Ford Motor Company. Primeiro empresário a aplicar a montagem em série na produção em massa de automóveis, Henry Ford amealhou uma das maiores fortunas do mundo.
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Henry Ford também era notório antissemita e autor de "O Judeu Internacional", obra que serviu de inspiração para os nazistas arquitetarem o extermínio em massa de judeus. Admirador de Adolf Hitler, Ford foi um dos maiores financiadores do Partido Nazista.
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Durante a Segunda Guerra, Ford foi responsável por fabricar um terço dos caminhões utilizados pelo exército nazista. Por sua vez, a subsidiária da Ford Motor na Alemanha utilizava trabalho escravo de judeus e outras minorias étnicas aprisionadas nos campos de Colônia.
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Em 1936, durante o New Deal, Roosevelt instituiu uma legislação que taxava em até 70% as grandes fortunas. Para contornar o tributo, Ford resolveu transferir 90% das ações de sua empresa para uma instituição "filantrópica", criando assim a Fundação Ford.
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Malgrado sua fachada filantrópica, a Fundação Ford logo se converteria em uma agência "oficiosa" do governo dos Estados Unidos, emprestando um verniz altruísta aos esforços para difundir a hegemonia global estadunidense ao redor do mundo.
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A partir de 1947, como parte da "Doutrina Truman" e do recrudescimento do combate ao comunismo, a fundação tornou-se um braço da política externa estadunidense, ajudando a operacionalizar as missões levadas a cabo pela recém-fundada Agência Central de Inteligência (CIA).
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A fundação desenvolveu uma estratégia bem sucedida de cooptação da academia e aparelhos ideológicos, ajudando a fomentar uma cultura alinhada aos interesses dos EUA. Investiu grandes somas no financiamento de universidades, acadêmicos, intelectuais e movimentos sociais...
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...difundindo o pensamento liberal e estimulando a criação de um progressismo antimarxista, refratário aos ideais revolucionários. Também estimulou o surgimento de uma elite internacional americanófila, defensora dos valores liberais e do imperialismo cultural.
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A Fund. Ford ajudou a executar algumas das mais sangrentas operações secretas levadas a cabo pelos EUA durante a Guerra Fria. Na Indonésia, mobilizou amplos setores da sociedade contra o governo nacionalista e anti-imperialista de Sukarno, fomentando a desestabilização...
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...e o clima de agitação política que resultou no golpe de 1965 e nas subsequentes execuções em massa dos comunistas, responsáveis por ceifar mais de um milhão de vidas. Na Nigéria, a Fundação Ford financiou programas de cunho racialista e colonialista...
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...e auxiliou a CIA a articular a estratégia local do Projeto Camelot. A instituição promoveu grupos separatistas e estimulou a cizânia entre os Hauçás e Ibos. O conflito atingiu o ápice durante a Guerra Civil da Nigéria, que deixou um saldo de dois milhões de mortos.
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Na América Latina, a fundação foi incumbida de tentar reverter a tradicional inclinação dos intelectuais latino-americanos à esquerda. O escritório no Brasil foi inaugurado em 1961 e a instituição imediatamente se juntou à campanha golpista contra João Goulart.
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Humberto Monteiro, gerente da Ford Motor, foi um dos articuladores civis do golpe. Pouco após o golpe em 1964, Peter Dexter Bell, dirigente da fundação ligado ao Pentágono, reuniu-se com a junta. Os militares garantiram à fundação o status de "org. de utilidade pública".
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A Ford Motor Co. destinou verbas para a Operação Bandeirante e para o DOI-CODI, ajudando a financiar a tortura e o assassinato de opositores da ditadura, Também financiou a criação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) que teria FHC como maior expoente.
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No Chile, a Fund. Ford financiou movimentos anticomunistas e ajudou a insuflar o golpe que depôs Salvador Allende. Já sob a ditadura de Pinochet, a fundação apoiou a transformação do Chile em um laboratório para aplicação de formulações teóricas ultraliberais.
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A fundação financiou nomes que consolidaram a hegemonia da tradição econômica liberal no continente, que se prolongou mesmo após a redemocratização e que segue majoritária até os dias de hoje. Nos anos oitenta, a instituição também colaborou com as revoluções coloridas...
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...conduzidas contra os governos socialistas do Leste Europeu. No pós-Guerra Fria, a fundação passou a estimular a adesão internacional à chamada "teoria da paz democrática", que preconizava a adoção do ideário neoliberal como únicas maneiras de garantir a paz...
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...e a estabilidade da ordem mundial. Na prática, a teoria servia para justificar a hegemonia e o intervencionismo dos EUA, visando consolidar um sistema internacional unipolar. Nas últimas décadas, a Fundação Ford buscou repaginar a composição de seu conselho gestor...
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A fundação mantém seus vínculos com o setor de inteligência e segue exercendo sua função original de promover a hegemonia estadunidense, mas sob um verniz progressista, apoiando grupos cujas causas coincidam com os interesses políticos e econômicos do império -
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quer seja apropriação de recursos, a busca de novos mercados ou a troca de governo não alinhados. No Brasil, a fundação financia dezenas de instituições e projetos, incluindo ONGs, think tanks (FGV), universidades (USP, UFRJ, PUC-SP, etc.), movimentos sociais, etc.
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Os principais destinatários sãos organizações do terceiro setor, tais como a Fed. de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), o Instituto Socioambiental (ISA) e as ONGs Justiça Global e Terra de Direitos. A maior parte das doações têm por destino a Amazônia.
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Em 2009, a fundação subvencionou a criação do Fundo dos Povos Indígenas do Xingu, ativo nos protestos contra a construção de Belo Monte. A instituição também criou o Fundo Brasil de Direitos Humanos, que financiou os comitês responsáveis pelos protestos contra a copa.
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Por fim, a instituição também financia organizações ligadas à justiça brasileira, incluindo o Ministério Público do Pará e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), principal entidade de classe dos juízes no Brasil.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.