Thread by @carapanarana

No longínquo ano de 2018 este que vos escreve publicou um capítulo intitulado "A nova direita e a normalização do nazismo e do fascismo", dentro do excelente "O Ódio como Política" organizado pela pesqusadaora Esther Solano e publicado pela @editoraboitempo.

Era um texto pequeno, mais ou menos improvisado, que tentava versar sobre o que eu tinha aprendido em dois anos observando a organização essa "direita de internet" aqui e nos EUA - sobretudo, em torno das campanhas de Donald Trump e Bolsonaro.

A conclusão, na época, foi que essa direita já usava inúmeros artefatos do discurso nazista e fascista, e também já contava com inúmeros simpatizantes dessa ideologia em cargos ou alta evidência.

Nos EUA estava claro como uma direita neofascista passou a ter um papel fundamental e cada vez mais evidente na organização do Partido Republicano. No caso brasileiro, a ascensão do bolsonarismo instrumentalizou o fascismo de forma mais difusa.

https://twitter.com/carapanarana/status/1448304765578928130

Outra coisa que ficava mais evidente na época era como o austro-libertarianismo (essa igrejinha de Mises) era um veículo importante para organização e difusão de ideias da extrema-direita - assunto da minha primeira participação no @viracasacas.
viracasacas.libsyn.com/40-liberalismo…

"Nossa, Panã mas e o princípio libertário x ou y? Existe uma diferença fundamental entre o discurso e a prática. O discurso é sempre algum sofisma sobre "liberdades individuais", já a prática vai no sentido de defender coisas como "segregação racial" como se fosse "liberdade".

Então, chegando no ancap burro: a conclusão lógica de quem participa desse meio acaba sendo a de que "se alguém está falando em propriedade coletiva dos meios de produção, então outra pessoa pode defender o assassinato em massa como forma de supremacia racial".

Os conceitos de "liberdade" e "propriedade" que esses caras operam fazem com que eles achem que lutar por reforma agrária no país da grilagem seria a mesma coisa que defender uma ideologia cujo cerne é a guerra de extermínio.

Isso acaba sendo referendado pela quantidade obscena de propaganda anticomunista e que nós recebemos há 70 anos: começa com a ideia de que "nazifascismo e comunismo são dois lados da mesma moeda" e termina com a de que "o comunismo é pior".
twitter.com/i/events/89497…

Desde então eu aprendi duas coisas: 1. o que se convencionou a chamar de "esquerda radical" é muito menos radical do que o que se passa por moderado na direita; 2. a extrema-direita super bem acolhida na imprensa e na política institucional, mais do que qualquer esquerda.

E mais: essa opinião do Monark e do Kim Kataguiri não é apenas uma forma de tentar "causar" ou chamar atenção para si mesmos. O que eles estão sinalizando é que a extrema-direita (e nesse caso uma extrema direita nazista) pode contar com eles na "defesa das liberdades".

Ultimamente eu tenho me dedicado a entender as relações entre a ideologia nazista o conservadorismo alemão. Essa relação se deu principalmente através da difusão de "grandes mentiras" que produziam sensações de vergonha e injustiça.
viracasacas.libsyn.com/eh-vrzea-008-p…

Aqui tem um pouco mais de conteúdo sobre as origens da ideologia nazista e mais um monte de fatos que essa "nova direita" e a turma da "história politicamente incorreta" não querem que você saiba.

https://twitter.com/carapanarana/status/1344755155812671488