O técnico Abel Ferreira tem hoje a chance de fazer história e conquistar o Mundial de Clubes pelo Palmeiras.
Inicialmente Palestra Italia, o Palmeiras é um clube formado por imigrantes.
Assim como o clube anterior de Abel: o PAOK.
O estado de São Paulo recebeu mais de 1 milhão de imigrantes italianos até 1920.
A unificação italiana gerou transição de uma economia quase feudal para um país mais industrializado, com transformação demográfica que deixou a população rural muito empobrecida.
Os imigrantes italianos eram principalmente das áreas rurais da Itália.
Ao chegarem ao Brasil, ou buscaram o interior, mantendo o trabalho rural como tradição, ou foram para São Paulo e assumiram a função de trabalhadores braçais de uma cidade que começava a se transformar.
O Palestra Italia foi formado por imigrantes que trabalhavam nas Indústrias Matarazzo.
A iniciativa foi pela falta de um clube que representasse a colônia italiana - "Palestra" é o lugar onde se realizam exercícios físicos.
Entre as glórias iniciais, a mudança de nome, as épocas de vacas magras e as de glórias ainda maiores, muito aconteceu.
E em 2020, chegou da Grécia, de outro clube formado por imigrantes, o técnico português Abel Ferreira.
Abel chegou ao Brasil praticamente desconhecido depois do fracasso da negociação do Palmeiras com Miguel Ángel Ramirez, então no Independiente del Valle.
Seu clube anterior, o PAOK, é sigla para "Clube Atlético Pantessalônico de Constantinopla".
Constantinopla era multiétnica no século XIX. A antiga capital bizantina era agora a capital otomana. O processo de turquificação já mudara a cidade, mas gregos étnicos resistiam.
O futebol era proibido aos turcos, então coube aos gregos desenvolvê-lo na cidade.
O primeiro clube de Constantinopla se chamava Hermes, claramente visando valorizar a cultura helênica.
Na primeira edição da liga de futebol de Constantinopla, havia três clubes gregos e um da embaixada britânica.
Na Primeira Guerra Mundial, a Grécia ficou do lado dos Aliados. Com a iminente derrota do já enfraquecido Império Otomano, o Reino Unido prometeu o território turco aos gregos.
Mas os turcos não concordaram e iniciaram sua própria guerra de independência.
Com a vitória turca na guerra, muitos gregos foram expulsos, outros foram trocados com turcos que viviam no território da Grécia.
O fato é que a população grega de Constantinopla se tornou refugiada. Em Tessalônica, criou seu clube, o PAOK.
No distintivo do PAOK, a águia de duas cabeças é o símbolo do Império Bizantino, cujas fronteiras os gregos sonham em restabelecer.
O preto é o luto pela perda de Constantinopla, o branco é o sonho de recuperá-la.
Abel Ferreira foi de um clube de imigrantes para outro.
Claro que o Palmeiras é muito maior do que apenas um clube de imigrantes hoje, mas ainda usa símbolos que remetem às suas origens, como a Cruz de Savoia.
O treinador português já entrou na história do alviverde e pode ganhar o mundo vestindo a camisa do clube que surgiu para que os imigrantes italianos tivessem onde praticar exercícios.
Nós falamos sobre a história do futebol no eixo Grécia-Turquia-Chipre, com bastante destaque para o PAOK, no nosso episódio mais recente. Vem ouvir! anchor.fm/copa-alm-da-co…
Gosta do Copa Além da Copa e quer nos ajudar a produzir cada vez mais conteúdo? Assine a nossa campanha de financiamento coletivo!
Com R$ 5 por mês você nos ajuda, e com a partir de R$ 15, começa a receber benefícios! apoia.se/copaalemdacopa
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Símbolos e cores são importantes, tanto para times de futebol quanto para países.
Uma das primeiras mudanças dessa nova Síria que se constrói após a queda de Bashar al-Assad foi promovida pela federação de futebol do país:
A troca de cores, saindo o vermelho e entrando o verde.
Com o fim do Império Otomano na 1ª Guerra, a Síria ficou sob controle francês.
Em 1930, os franceses conduziram a criação de uma Constituição pro país, que determinava uma bandeira nacional com três faixas, uma verde, uma branca e uma preta, além de três estrelas vermelhas.
Depois da 2ª Guerra, a Síria chegou a se unir ao Egito numa república árabe que durou entre 1958 e 1961, sob o comando de Gamal Abdel Nasser.
Essa república deu origem à bandeira síria mais conhecida: três faixas (vermelha, branca e preta), com duas estrelas verdes ao centro.
As apostas em esportes se tornaram um problema tão grave na Inglaterra que o parlamento precisou agir e aprovar uma regulamentação. Assim, apostas acima de 100 libras passaram a ser proibidas.
Isso aconteceu em 1664.
O críquete começou a crescer durante o século XVII, e em 1664 estava estabelecido como uma diversão das massas.
Também havia grande popularidade do jogo na corte do Rei Charles II, alcançando nobres que chegavam até a montar seus próprios times.
Esse momento marca, inclusive, uma das primeiras formas de profissionalismo no esporte: os times tinham jogadores pagos, que passaram a viver do críquete.
O motor por trás disso tudo, porém, eram as apostas, que corriam soltas entre todos os envolvidos.
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:
Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias.
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.
A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga.
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.
De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.
Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.
Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia.
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.
Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos.
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.
Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail.
O futebol de seleções é um teste entre escolas, uma queda de braço de países para mostrar ao mundo quem usa melhor os recursos de que dispõe.
Com somas vultuosas (às vezes de fontes antiéticas), ingleses montaram a liga mais rica do mundo, mas não conseguiram produzir técnicos.
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.
É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.
Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto.
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.
Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano.
A intenção é óbvia: seguir o exemplo do PSG e criar uma marca forte no futebol da cidade.
Arnault é CEO da LVMH, maior marca de bens de luxo do mundo, e em setembro a Forbes o classificou como 5° homem mais rico do planeta. Acaba de assinar um contrato com a Fórmula 1 também.