Faça o que eu digo, não faça o que eu faço: nos Estados Unidos, centro difusor do pensamento neoliberal e da defesa do laissez-faire, a privatização do sistema elétrico não é sequer cogitada.
1/16
Os Estados Unidos são o 3º maior gerador de energia hidrelétrica do mundo, atrás apenas da China e do Brasil. As hidrelétricas estadunidenses tem um potencial instalado de 102,8 GW e contribuem com 6,6% de toda a energia consumida nos Estados Unidos.
2/16
Há usinas hidrelétricas em 36 dos 50 estados do país. A maioria, entretanto, está concentradas na bacia hidrográfica do Rio Columbia (44%). O sistema hidrelétrico estadunidense é administrado diretamente pelo governo dos Estados Unidos.
3/16
A maioria das usinas de grande porte e reservatórios pertencem às Forças Armadas ou outros órgãos públicos do governo dos EUA. Somente o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos administra 356 usinas e 75 represas.
4/16
A estatal Tennessee Valley Authority (TVA), criada durante o New Deal, também opera outras dezenas hidrelétricas e mantém uma rede de transmissão com mais 26 mil quilômetros de linhas.
5/16
A participação privada na produção hidrelétrica é absolutamente minoritária, relegada às usinas de porte secundário e fortemente regulamentada pelas autoridades públicas.
6/16
A produção de energia hidrelétrica é vista como um serviço estratégico pelas Forças Armadas dos EUA, não apenas pela necessidade de provisão da demanda energética, mas também para assegurar o controle sobre a vazão dos rios e dos reservatórios...
7/16
...onde se concentra parte substancial da água potável armazenada no país. A água é vista como um recurso vital que se tornará escasso nas próximas décadas.
8/16
Em um discurso aos correligionários proferido em 2021, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, assegurou que as guerras do futuro próximo não serão mais travadas por petróleo, mas sim pelo controle da água, que Harris chamou de "uma commodity muito preciosa".
9/16
Epicentro do pensamento neoliberal, os EUA exportam há décadas para todo o planeta o receituário do Estado mínimo, da desregulação dos mercados e da privatização, impostos por determinação dos órgãos de crédito sob seu controle...
10/16
por cooptação ou pressão sobre os governos estrangeiros e, sobretudo, pela difusão do pensamento liberal através da indústria cultural, dos aparelhos ideológicos, da academia, da imprensa, das ONGs e dos think tanks.
11/16
Basta uma observação mais atenta, entretanto, para perceber que o receituário liberal exportado pelos Estados Unidos segue à risca o velho adágio "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".
12/16
Mesmo após décadas ventilando o discurso liberal, os EUA jamais aventaram a hipótese de privatizar suas usinas e reservatórios. O "canto da sereia" é propalado para além das suas fronteiras, ressoando nos ouvidos de burocratas da periferia do capitalismo.
13/16
O Brasil, vítima frequente da artimanha, mordeu novamente a isca, dessa vez concordando em privatizar a maior empresa de produção de energia da América Latina — a Eletrobras. A empresa possui 176 usinas e responde por mais de um terço de toda a energia gerada no país.
14/16
Mais do que isso, os novos proprietários da Eletrobras irão administrar 52% de toda a água armazenada nas represas do Brasil e se tornarão donos da vazão dos maiores rios brasileiros — o país mais rico em recursos hídricos, que concentra 12% de toda a água potável do mundo
15/16
Se depender do Brasil, os Estados Unidos não precisarão disparar um tiro para se apoderar de nossa água. Os nossos governantes e militares a entregarão de bom grado quando a plutocracia requisitar.
16/16
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
2/25
JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
1/15
O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
2/15
Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
1/13
O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
2/13
As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
2/22
A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
2/25
João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
2/25
Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.