O segundo grupo de "peixes primitivos" são os lepisosteídeos.
Os fósseis mais antigos dos gars, como são conhecidos, são de mais de 150 milhões de anos atrás e eles têm descendentes que vivem até hoje!
As espécies viventes de lepisosteídeos são dos gêneros Lepisosteus e Atractosteus. A família tem ainda 3 gêneros extintos.
De forma geral, os gars são caracterizados por focinhos longos e pesadas escamas ganoides.
O fóssil mais antigo da família é do final do período Jurássico e ajudou a entender melhor a diversificação de Lepisosteoidea, superfamília que abriga os lepisosteídeos, e a ecologia dos gars.
As espécies viventes estão restritas à América do Norte, Central, Cuba e Ilha Juventud. Os fósseis mostram que a família já viveu também na América do Sul, África, Índia e Europa.
Uma descrição detalhada e ilustrada das espécies foi feita em 2010.
No Brasil a família é conhecida só pelos fósseis que, na maioria dos casos, são escamas isoladas.
No meu IC, encontramos escamas e vértebras de gars, que mostram que eles viveram lá pelo Ceará mais ou menos 100 milhões de anos atrás.
Uma coisa bem interessante é a variação de tamanho, tanto nos fósseis quanto nas espécies viventes.
Enquanto alguns gars têm 17 centímetros, outros podem chegar a 2 metros de comprimento!
Os gars atuais vivem, em geral, em águas doces calmas.
Peixes constituem a maior parte da dieta deles, mas invertebrados, carniça e outros vertebrados também já foram encontrados no estômago de alguns indivíduos.
Os fósseis mostram que a origem da família foi em águas salgadas. A alimentação era mais diversa, com gêneros extintos tendo mandíbulas e dentes bem diferentes.
Para quem curte morfologia funcional, tem um trabalho bem legal sobre as mandíbulas de gars.
↗️ 10.1002/jmor.10293
Para encerrar esse fio, eu vou deixar aqui uma participação especial de um gar em um episódio de Monstros do Rio.
Dá para ver muito bem as escamas e o tamanho do bicho!
Esse simpático peixinho brasileiro tem parentes bem antigos, que surgiram há mais ou menos 400 milhões de anos!
Os peixes dipnoicos surgiram no começo do período Devoniano e foram representados por diversas linhagens, gêneros e espécies ao longo dos seus (milhões) de anos de existência.
Além do gênero brasileiro, existe também um gênero africano e um australiano.
Entre o Paleozoico e o Mesozoico, os grupos passaram por mudanças que influenciaram a preservação dos fósseis.
O registro passou de restos articulados a placas dentárias isoladas e ossos desarticulados, em geral, do crânio.
[IMGV] O que Nacional Kid, celacantos, maremotos e jornalistas têm a ver um com o outro?
🧵Segue esse fio para descobrir a origem do famoso "celacanto provoca maremoto!".
Tudo começou com o arco "Os Seres Abissais" do seriado Nacional Kid.
Em um episódio, as crianças conversam um pouco sobre esses pacatos peixes. Não demora para o Dr. Sanada aparecer e jogar a bomba de que os celacantos provocam maremoto.
Essa frase martelou a cabeça do jornalista Carlos Alberto Teixeira, na época com 17 anos. Logo, a pichação tomou as ruas não só do Rio de Janeiro, mas também de Washington e Paris!
Se prepara que vem aí o grupo de "peixes primitivos" mais famoso!
Os celacantos surgiram há mais de 400 milhões de anos, persistiram por quase todas as grandes extinções e são atualmente representados pela icônica Latimeria.
Desde seu surgimento no Paleozoico até o final do Cretáceo, o grupo é bem registrado, com mais de 130 espécies mundialmente distribuídas e bem diferentes entre si.
O registro do grupo, no entanto, apresenta um gap de cerca de 70 milhões de anos.
Essa longa ausência de ocorrências, especialmente em contraste com o rico registro mesozoico do grupo, fez com que os celacantos fossem considerados extintos até a década de 1930.
Marjorie Courtenay-Latimer foi a responsável pelo achado.
A espécie vivente está restrita à América do Norte. Os fósseis, no entanto, mostram que a ordem tinha uma distribuição bem maior, chegando à América do Sul, América Central, Europa, Ásia e África.
No Brasil, fósseis de dois gêneros já foram encontrados no #Araripe.
O primeiro grupo de "peixes primitivos" são os polipteriformes.
Os fósseis mais antigos desses carinhas simpáticos são de mais ou menos 100 milhões de anos atrás e eles têm descendentes vivos até hoje!
Durante o período Cretáceo esse grupo era representado por, pelo menos, 10 gêneros conhecidos.
Hoje em dia, essa diversidade é BEM menor, com apenas 2 gêneros viventes: os bichir (Polypterus) e os peixes-cobra (Erpetoichthys).
Esses dois gêneros fazem parte da família Polypteridae e retêm vários caracteres considerados "primitivos": escamas ganoides, pulmões funcionais, e nadadeira caudal heterocerca.
E aí pessoal, beleza?
@PedroHTunes aqui
Como minha última thread gostaria de trazer um tema que mostra perfeitamente as relações da paleontologia com nossa vida (sobretudo no passado)
Hoje vamos falar dos animais que foram Predadores de Humanos!
#BioThreadBr #paleontologia
⚠️ATENÇÃO - A thread não irá mostrar imagens de sangue ou algo do tipo, mas reconstruções e fotos de crânios humanos serão apresentadas.
⚠️Casos isolados de animais que se alimentaram de pessoas (como os leões Sombra e Escuridão de Tsavo) não serão comentados
Muitas vezes, nos esquecemos que somos animais e fazemos parte da cadeia alimentar, nem sempre estando no topo. Nossos ancestrais sofriam constantemente com tentativas de predação, o que contribuiu, inclusive, para diversas características de nossa evolução.