Há 121 anos, em 23 de fevereiro de 1901, era fundado em São Paulo o Instituto Butantan. Considerado um dos principais centros de pesquisa biomédica do mundo, o instituto é o maior produtor de soros e vacinas da América Latina.
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O Butantan responde por 51% dos medicamentos imunizantes e 56% dos soros de uso profilático e curativo fabricados no Brasil. O instituto distribui mais de 100 milhões de doses de vacina por ano e possui um portfólio intelectual com mais de 40 patentes.
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O Butantan foi fundado para combater a epidemia de peste bubônica (ou "peste negra") que havia atingido o Porto de Santos no fim do séc. XIX. A doença dizimou 1/3 da população europeia durante a Idade Média e seguiu retornando em surtos periódicos nos séculos seguintes.
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Quando a epidemia ressurgiu no fim do séc. XIX, o Brasil tentou encomendar o soro antipestoso, produzido pelo Instituto Pasteur da França e pelo Instituto Messina da Itália, mas as duas instituições estavam destinando quase toda a produção para suprir a demanda europeia.
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A solução era produzir o imunizante no Brasil. Em 1899, o governo paulista desapropriou a Fazenda Butantan e instalou um laboratório para produção de soro antipestoso no local. Em 1901, o laboratório tornou-se uma instituição autônoma, denominada Instituto Serumterápico.
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A instituição seria posteriormente rebatizada como Instituto Butantan. Seu primeiro diretor foi Vital Brazil, primeiro cientista a descobrir o princípio da especificidade antigênica, revolucionando o desenvolvimento da imunologia e a produção de soros antiofídicos.
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Em sua primeira década de existência, o Instituto Butantan teve papel fundamental no controle das epidemias de peste bubônica, tifo, varíola e febre amarela que atingiam São Paulo, produzindo imunizantes e coordenando as brigadas de combate e ações sanitárias.
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Em 1902, o instituto já exportava soro para outros estados e países e iniciava sua trajetória como um inovador centro de pesquisas. Em 1906, passou a produzir o soro antidiftérico e em 1909 iniciou as pesquisas com o soro antitetânico, que começaria a ser produzido em 1915.
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Em 1916, foi pioneiro na criação do soro antiescorpiônico e também passou a produzir os soros antitífico e antidisentérico. Em 1918, começou a fabricação em larga escala de medicamentos e insumos para combater a pandemia de Gripe Espanhola.
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Nos anos 20, o instituto desenvolveu suas próprias vacinas contra difteria, varíola e tuberculose (BCG), iniciou a pesquisa da vacina contra a hanseníase e criou o soro antigangrenoso e novos medicamentos antiaracnídicos e antiofídicos.
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Afrânio do Amaral, diretor do Instituto Butantan, foi convidado por Harvard para assumir a direção dos serviços antiofídicos e fundar o Antivenin Institute of America, uma das primeiras organizações de produção de soros antiofídicos estadunidenses, inspirada no Butantan.
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Reconhecido mundialmente como um centro de excelência, o instituto atraiu grandes expoentes da pesquisa biomédica internacional para os seus quadros, tais como Karl Slotta e Heinz Fraenkel-Conrat, pioneiros do estudo da progesterona e do estriol.
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Entre as décadas de 30 e 50, o instituto lançou soro vacínico para tratar coqueluche, desenvolveu vacina para a febre maculosa, criou laboratórios de bacteriologia, imunologia e anatomia patológica e inaugurou o Hospital Vital Brazil, para tratamento antiofídico.
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Em 1961, o Butantan esteve na linha de frente da campanha de vacinação contra a poliomielite, utilizando a vacina Sabin, produzida pela URSS. Com o golpe de 1964 e a instauração da ditadura militar, o instituto passou por um processo de desmonte.
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Houve também redução dos investimentos, perseguição à comunidade científica e negligência diante das emergências sanitárias. Malgrado as dificuldades, o instituto iniciou a produção da vacina tríplice bacteriana e das vacinas contra cólera e sarampo.
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Em 1969, o Butantan se tornou um dos dois centros de imunologia certificados pela OMS nas Américas. Em 1977, ajudou a debelar o surto de encefalite no litoral de SP. E após a redemocratização, coordenou o Programa de Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos.
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O Butantan teve papel importante no esforço para reabastecimento dos estoques de soro antiofídico na rede pública de saúde, sucateados durante a ditadura. Participou da Conferência Nacional da Saúde, onde foram definidas as bases do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Iniciou a produção do soro antibotulínico e o curso de pós-graduação em biotecnologia, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
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Também desenvolveu com tecnologia própria a primeira vacina recombinante do Brasil, contra a hepatite B. Em 2002, estabeleceu parceria com a Sanofi Pasteur para produzir a vacina contra a influenza.
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A última década foi caracterizada por uma crise sem precedentes. Subordinada à secretaria de saúde do governo paulista, a instituição foi alvo de uma campanha de desmonte e sucateamento empreendida pelas sucessivas gestões do PSDB e sofreu severos cortes orçamentários.
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Em 2009, o instituto teve de fechar sua biblioteca e vários laboratórios de produção de soros e vacinas, pois as edificações, deterioradas pela falta de manutenção, ameaçavam desabar.
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Em 2010, um incêndio no instituto destruiu a maior coleção científica de serpentes, aranhas e escorpiões do mundo. O conjunto habitacional que abrigava o alojamento dos pesquisadores e funcionários foi demolido e o Hospital Vital Brazil por pouco não foi fechado.
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A produção de vacinas contra hepatite, difteria, tétano e do imunizante Onco BCG foi suspensa. Esses medicamentos são agora adquiridos de laboratórios privados a um custo por unidade até 30 vezes superior ao da produção própria.
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Apesar do sucateamento, o instituto continua dando valiosas contribuições para a ciência nacional. Em 2021, após fechar parceria com o laboratório chinês Sinovac, o Butantan se tornou a primeira instituição brasileira a produzir imunizantes contra a Covid-19.
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