Estadunidenses organizam manifestações de apoio à guerra contra o Iraque. O conflito deixou um saldo de um milhão de mortos — a grande maioria civis — e reduziu o Iraque a um estado de anomia política e disputas incessantes entre facções armadas e grupos terroristas.
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Os EUA estiveram em guerra durante 229 de seus 246 anos de existência como nação independente. Somente nos últimos 5 anos, os EUA realizaram mais de 30 mil bombardeios contra 7 países. Nos últimos 20 anos, suas coalizões mantém uma média de 46 ataques por dia.
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Os EUA detém apenas 4% da população mundial, mas respondem por 40% de todos os gastos militares do planeta. A indústria bélica e de armamentos é um dos sustentáculos da economia estadunidense desde o pós-Segunda Guerra.
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O governo dos EUA tornou-se o gestor das estratégias formuladas pela aliança entre forças armadas, indústria bélica, setor financeiro e setor energético, tendo a indústria do entretenimento e a mídia como aparelhos ideológicos para que naturalizam e mascaram a militarização.
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Os EUA criaram o que se chama de "economia de guerra permanente". Mais do que um meio de impor sua vontade política e fazer avançar seus interesses estratégicos, a guerra é o principal instrumento estadunidense para fazer dinheiro.
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Através das guerras, o país se apodera de contratos para gerir de recursos energéticos como gás natural e petróleo, impõe regimes favoráveis, injeta dinheiro no setor industrial com a renovação de arsenais, aquecendo o mercado interno e o consumo e gerando empregos.
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Os Estados Unidos se tornaram dependentes de fazer guerra para sustentar seu padrão de vida. É por isso que há um esforço enorme de militarização da sociedade estadunidense, de glorificação do individualismo e da competitividade e de naturalização da sociopatia institucional.
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O pseudo-pacifismo cínico de Joe Biden, de condenar a operação militar da Rússia na Ucrânia pela manhã e mandar bombardear a Somália à tarde, apenas ecoa o que já é uma tradição da mídia estadunidense. Quando os EUA invadiram o Iraque, o SNL festejou a tomada de Candaar.
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Durante a Guerra do Kosovo, o semanário estadunidense Time festejou o bombardeio dos EUA contra a Sérvia. "Forçando os sérvios a se curvarem. Um bombardeio massivo abre a porta para a paz", dizia a manchete na capa.
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Em 2001, a The Economist defendeu enfaticamente a invasão dos Estados Unidos ao Afeganistão. "Uma guerra triste, mas necessária" dizia a manchete.
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Dois anos depois, a revista apoiaria a invasão dos Estados Unidos ao Iraque. "Caso para guerra", asseverava a manchete de capa, ilustrada com uma foto de Saddam Hussein em segundo plano.
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Em 2012, o The New York Times defendeu os ataques com drones efetuados pelo governo de Barack Obama contra o Paquistão e a Síria. "Drones em favor dos direitos humanos", dizia a manchete.
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Nesse artigo publicado pelo The New York Times em 2002, Nicholas Kristof chama a invasão dos EUA ao Afeganistão de "Uma Guerra Misericordiosa". Segundo Kristof, a guerra faria bem pro Afeganistão e ajudaria a salvar um milhão de vidas.
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O cinismo, a relativização moral, a indignação seletiva, a glamourização da guerra e do imperialismo, a glorificação da violência, o culto às armas, a naturalização do pensamento fascista são valores introjetados na cultura estadunidense há décadas.
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Tão grande é a glamourização da indústria bélica que o país — o único a utilizar armas nucleares contra outra nação na história — chegou a criar um concurso de Miss Bomba Atômica nos anos 50.
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Umbilicalmente ligada ao complexo militar industrial, Hollywood tem papel central na condução da percepção do público, convertendo psicopatas e mercenários em heróis virtuosos e demonizando o inimigo da vez - de vietnamitas aos russos, passando por comunistas e árabes.
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O maniqueísmo e o chauvinismo patriota são onipresentes. Dos soldados cheios de virtudes aos bilionários da indústria bélica que salvam a humanidade, passando pela representação da CIA como uma agência cheia de agentes altruístas e abnegados cujo único propósito é fazer o bem.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Há 129 anos, uma expedição militar era enviada para destruir Canudos. Convertida em um "paraíso dos pobres", a comunidade foi rotulada como uma ameaça à ordem vigente e submetida a um massacre que deixou 25.000 mortos. Leia mais no @operamundi
No fim do século 19, o sertão nordestino estava mergulhado em uma grave crise social. A terra seguia concentrada nas mãos dos latifundiários, os trabalhadores sofriam com o flagelo da seca e os ex-escravizados vagavam implorando por trabalho nas fazendas da região.
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Nesse cenário desolador, muitos sertanejos buscavam na fé a força para enfrentar o sofrimento cotidiano. Nas áreas remotas, onde a igreja também era ausente, essa dinâmica fortaleceu o messianismo rústico, muito influenciado pelas tradições religiosas populares.
Há 188 anos, eclodia na Bahia a revolta da Sabinada, um dos principais levantes ocorridos durante o Período Regencial. O movimento resultou na proclamação da República Baiana, mas foi esmagado quatro meses depois. Leia mais no @operamundi
A abdicação de Pedro I em 1831 marcou o início de um dos períodos mais turbulentos da história do Brasil. O herdeiro do trono, Pedro II, tinha apenas 5 anos de idade. Assim, de 1831 até 1840, o país seria governado por regentes escolhidos pelo Parlamento.
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O vácuo de poder intensificou as disputas políticas e os atritos regionais. As instituições do Império eram frágeis, havia pouca coesão entre as províncias e os interesses das elites locais frequentemente se chocavam com os da classe dirigente no Rio de Janeiro.
Há 151 anos, tinha início a Revolta do Quebra-Quilos, um dos maiores levantes populares ocorridos no Nordeste durante o governo de Pedro II. A revolta foi motivada pelo descontentamento com o novo sistema métrico decimal. Leia mais no @operamundi
O reinado de Pedro II foi caracterizado por tentativas de implementar um processo de modernização conservadora. O Império ansiava por emular as "nações avançadas" da Europa, mas, ao mesmo tempo, pretendia manter inalteradas as estruturas sociais herdadas da era colonial.
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Assim, o Brasil seria um dos primeiros países do continente a construir ferrovias e telégrafos, mas também o último a abolir a escravidão. Dentre os projetos de "modernização" estava adoção do sistema métrico decimal — sistema de medidas que surgira na França no século 18.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.