Quase todos os registros fotográficos de membros das forças militares ucranianas são acompanhados de símbolos (neo)nazistas nas fardas e patches. E a imprensa, ao invés de esclarecer o significado desses símbolos, tem ajudado a naturalizá-los e associá-los a valores positivos.
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O emblema do Batalhão de Azov é o mais recorrente. O Batalhão de Azov é uma organização paramilitar neonazista fundada em 2014, com financiamento e treinamento da CIA, responsável por diversos crimes de guerra e massacres cometidos contra as minorias russas de Donbass.
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O emblema do Batalhão de Azov consiste em um wolfsangel invertido. Wolfsangel é um símbolo heráldico alemão de inspiração viking que foi adotado como primeiro símbolo do Partido Nazista da Alemanha.
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Mesmo após a adoção da suástica como símbolo oficial do Partido Nazista, o wolfsangel seguiu como emblema de diversas divisões blindadas e de infantaria da SS, organização paramilitar nazista que conduziu a matança de milhões de pessoas na Segunda Guerra.
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O símbolo foi adotado por organizações nazistas da Alemanha e de outros países europeus, incluindo o Movimento Nacional Socialista dos Países Baixos e a Guarda Valona da Bélgica. Na Ucrânia, foi também usado pelo Svoboda, antigo Partido Nacional-Socialista Ucraniano.
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Outros símbolo que tem sido visto com frequência nas fardas dos militares ucranianos é o Sol Negro.
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O símbolo consiste em uma roda solar formada por runas radiais. O Sol Negro decorava o piso do Castelo de Wewelsburg, que Heinrich Himmler, proeminente líder nazista e comandante da SS e da Gestapo, reservou para uso das organizações paramilitares nazistas.
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O Sol Negro é um dos principais elementos do misticismo nazista, considerado signo da energia mística que renovaria a raça ariana. Após a queda da Alemanha nazista, o Sol Negro foi adotado como um substituto da suástica por sugestão de Wilhelm Landig, ex-oficial da SS.
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O Sol Negro serve de símbolo a diversas organizações e milícias neonazistas atuais, incluindo o Antipodean Resistance e membros do movimento Unite the Right - não apenas pelas ligações com o ocultismo nazista, mas também por lembrar a forma de três suásticas sobrepostas.
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O emblema estampado na bandeira do Batalhão de Azov combina os dois símbolos nazistas - Wolfsangel e Sol Negro - e o brasão de armas da Ucrânia.
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O brasão de armas da Ucrânia se assemelha a um outro símbolo que tem sido bastante difundido pela imprensa, onde a haste central do tridente é substituída por uma espada. Trata-se do emblema da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN).
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A OUN era uma organização fascista liderada por Stepan Bandera que colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi responsável por realizar os pogroms que exterminaram 15 mil judeus em Lviv e conduziu o massacre de 100 mil poloneses na Galícia e em Volínia.
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O emblema da OUN foi adotado como símbolo pela organização neonazista Pravyi Sektor (Setor Direito), apontada como principal responsável pelo assassinato de dezenas de manifestantes. A onda de violência serviu de justificativa ao golpe de 2014 e à queda de Yanukovich.
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Outro símbolo bastante presente em patches, tatuagens e bandeiras é o emblema e a bandeira da OUN-B - facção radicalizada da OUN que tentou proclamar a fundação de um estado ucraniano vassalo da Alemanha nazista em Lviv em 1941.
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A insígnia do Leão Russiano também é um símbolo bastante presente em patches e nas manifestações da extrema-direita ucraniana. A insígnia servia de símbolo à 14.ª Divisão de Granadeiros da Waffen SS Galizien - a infame Divisão Galícia.
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A Divisão Galícia era uma divisão de infantaria subordinada à SS, chefiada por oficiais nazistas e composta por voluntários ucranianos simpatizantes do ideário nazista.
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A Divisão Galícia atuou em diversas ofensivas organizadas pelo Terceiro Reich e foi responsável por diversos massacres e crimes de guerra, sobretudo contra as comunidades polonesas e judaicas do oeste ucraniano - nomeadamente os massacres de Pidkamin e Palikrowy.
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Há inúmeros registros de soldados ucranianos utilizando o símbolo de um escudo preto com uma caveira sobre ossos cruzados. É outro símbolo nazista, conhecido como "totenkopf".
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O totenkopf era utilizado pela Stabswache, a guarda pessoal de Adolf Hitler, que viria a ser enormemente expandida até se converter na gigantesca organização paramilitar Schutzstaffel (SS). A insígnia seguiu sendo utilizada, adotada como elemento decorativo dos quepes da SS.
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Diversas organizações nazistas adotaram o uso do totenkopf, incluindo as unidades militar Panzer do Exército e da Luftwaffe, as tropas de elite da Fallschirm-Panzer-Division, o esquadrão de bombardeio Kampfgeschwader e a 3ª Divisão SS Totenkopf da Waffen-SS.
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Combatentes ucranianos também tem ostentado brevês decorados com representações da runa odal (ou runa othala), um símbolo derivado da língua protonórdica.
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A runa odala era o símbolo do Departamento Central de Raça e Colonização da SS. Também serviu de insígnia para a Divisão de Montanha da SS Prinz Eugen na Croácia e substituiu a suástica como emblema de diversas organizações nazistas após a Segunda Guerra.
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A runa odal nazista diferencia-se da runa tradicional por possuir serifas (pés). Há registros do uso de ambas por grupos de extrema-direita, mas a versão com serifas foi criada para ser um emblema de organizações do Partido Nazista alemão.
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Há 106 anos, os revolucionários Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, líderes do Levante Espartaquista, eram assassinados por grupos paramilitares a serviço do governo social-democrata alemão. Contamos essa história hoje no @operamundi
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Apoiador da revolta do oficialato, o Partido Social-Democrata (SPD) obteve a chefia do governo provisório, entregue a Friedrich Ebert, líder da ala moderada. Ebert logo frustraria os setores da esquerda que viam na turbulência a chance de iniciar uma revolução socialista.