Eu lembro a primeira vez em que fui agredida por causa de uma fakenews: era 2014.
Eu estava tomando café com meu marido e um menino olhou para mim e passou a me agredir por conta de uma notícia mentirosa publicada num perfil de Twitter e num site que mentia ser de humor.
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Pouco tempo depois, estava grávida e fui agredida numa ação orquestrada por um deputado ligado ao MBL.
Quando estava com quatro meses de gestação, o MBL (associados com blogs de extrema direita) criou uma fakenews em que diziam que eu havia ido aos Estados Unidos Fazer enxoval.
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As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais.
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Quando Laura nasceu, o relato detalhado do meu parto foi feito nas redes sociais por uma médica que conseguiu informações e fez com que o dia seguinte ao nascimento de minha filha se transformasse numa batalha para barrar as publicações e comentários de ódio a nosso respeito.
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Quando Laura tinha 45 dias foi agredida fisicamente porque a agressora acreditou na fakenews do enxoval nos Estados Unidos e também na ideia de que uma mulher como eu não poderia ter roupas para sua filha porque na Coreia não era assim.
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Meu marido foi expulso de um clube porque era casado com uma comunista.
Em 2018, milhões de brasileiros compartilharam a notícia falsa que eu havia ligado 18 vezes para Adelio Bispo no dia da facada no candidato adversário.
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Em 2021, minha filha foi fotografada na porta da escola.
Essa imagem foi distribuída inclusive pela esposa do vice-prefeito (ex presidente do MBL).
Logo em seguida, a mesma imagem passou a ser usada por grupos de ódio para nos ameaçar de morte e estupro.
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Não consigo contar o nº de vezes que fui agredida no mercado ou na rua por conta dessas mentiras. Há 8 anos, eu sinto medo por mim e pelos meus.
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Mas eu ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam.
Já esse deputado tem medo de sair na rua porque descobriram exatamente quem ele é.
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8 de março, dia da mulher, para nós é dia de lutas no Brasil e no mundo. Este será , esperamos 🙌🏼, o último no governo Bolsonaro, um governo misógino que trouxe muitos retrocessos para as brasileiras.
Quando enchemos as ruas com o #elenão, em 2018, denunciávamos que a eleição de Bolsonaro traria uma série de derrotas para o Brasil, para a nosso povo e para vida das mulheres. E, de fato, o presidente misógino implementou políticas que prejudicaram e muito a vida de todas nós.
A péssima gestão de Bolsonaro afetou as mulheres de muitas formas. Segundo dados do Dieese, a taxa de desemprego entre as mulheres chegou a 16,8% em 2021, sendo que, para as mulheres negras, essa taxa foi de 19,8%.
Lucrécia foi uma filha da elite romana estuprada pelo filho do Rei Tarquinio em 509 a.c. Segundo o mito, suicidiou-se porque havia ficado desonrada. Em consequência, houve uma revolta, o rei foi derrubado e a República Romana proclamada. 👇
O mito foi registrado em centenas de imagens durante os séculos. Nelas há a presença constante de momentos como o da tela de Alexandre Fragonard (1797), que registra a proclamação da República: um movimento político que acontece em torno ao corpo morto de uma mulher. 👇
No Clube de leitura, meu amigo @juliovellozo deu uma aula inteira apenas sobre a representação do estupro e do rapto de mulheres durante os séculos e como essa violência atravessou a história da humanidade. 👇
Ontem à noite, em um debate, me perguntaram se eu não sinto vontade de desistir. Sim, eu sinto. Todos os dias. Ao contrário do que muitos pensam, a violência política está cada vez mais intensa. O último mês foi muito agressivo e me impactou muitíssimo.
Um pai da escola de Laura (cuja identidade Conhecemos o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir.
São muitos anos de violência. Como vocês sabem, quando laura ainda era um bebê de colo, foi agredida fisicamente em função de uma mentira distribuída amplamente na internet. De lá pra cá, muitas coisas aconteceram.
“Do nada” Vera Magalhães me ataca por seguir um perfil satírico com o qual nem interajo.
Durante a entrevista q dei no Roda Viva, quando candidata à presidencia, ela disse q invocar o feminismo p/ explicar as 65 interrupções que sofri era usar um "super-trunfo", ou seja, apelar
Depois deu entrevista defendendo que o festival de “mantereupting” e “manexplaing”, machismo e falta de educação era parte do Programa.
Seu silêncio foi ensurdecedor com relação ao festival de fakenews dirigido a mim no período eleitoral e mesmo Depois dele.
Fico triste que algumas pessoas tenham que ser vítimas do machismo para perceber a violência que ele representa.
Isso é que é, na verdade, é falta de empatia e sororidade: ser incapaz de sentir a dor dos outros, só senti-la quando ela acontece na sua própria pele.
1) Meninas de 10 a 14 anos gastam 50% mais tempo se dedicando a trabalhos domésticos em comparação a meninos da mesma faixa etária. Cerca de 500 milhões de meninas e mulheres não têm acesso a banheiros para praticar uma higiene adequada durante seu período menstrual.#DiaDaMenina
2) O Brasil é o quarto colocado no ranking mundial absoluto e o terceiro país da América Latina com maior índice de casamentos de meninas com menos de 18 anos. As mulheres representam menos de 30% dos pesquisadores em todo o mundo. #DiaDaMenina
3) Em estudo sobre a qualidade de vida das meninas pelo mundo feito pela ONG Save The Children, o Brasil ocupa a 102ª posição dos 144 países. Nossas meninas precisam de um Brasil que não as tirem das escolas, que não tire sua vida com tiros vindo de helicópteros. #DiaDaMenina
1)“Querem roubar nossa infância!” “Querem destruir a inocência de nossas crianças”. Gritam alguns parlamentares, aficionados políticos, que via de regra não trocaram sequer uma fralda de seus filhos ou nunca os acompanharam nas atividades escolares.
2)Eles gritam e distribuem mentiras na internet. Mas ficam calados no dia em que meninas de dez anos são sexualizadas no SBT, no programa do Silvio Santos, o amigão que desfila no 7 de setembro de braços dados com o Presidente da República defendendo um novo Brasil.
3)Nesse “novo” Brasil, que é velho pra caramba, um beijo gay entre adultos escandaliza, mas se você é mulher, desde menina, ja será tratada como objeto sexual e um idoso de 88 anos ficará estimulando o júri e a plateia a dizer se suas pernas, colo ou rosto são os mais bonitos.