Joe Biden, então vice-presidente dos Estados Unidos, cumprimenta Petro Poroshenko, empresário bilionário que assumiu a presidência da Ucrânia após o golpe de Estado de 2014, que derrubou o governo pró-Rússia de Viktor Yanukovich.
1/24
A participação dos EUA na articulação do Euromaidan é bem documentada. Burocratas da gestão Obama se reuniram com lideranças da oposição ucraniana antes do golpe de 2014, incluindo Joe Biden e o diretor da CIA, John Brennan.
2/24
Victoria Nuland, subsecretária do Departamento de Estado, assegurou que o governo estadunidense gastou 5 bilhões de dólares para financiar o Euromaidan e a CIA financiou, treinou e armou organizações paramilitares neonazistas incorporadas à Guarda Nacional.
3/24
O investimento da Casa Branca visava assegurar a manutenção da nova ordem na Ucrânia, removida da esfera de influência de Moscou e convertida em um Estado-vassalo de Washington, avançando os interesses geopolíticos, militares e econômicos do Ocidente.
4/24
Diversos empresários estrangeiros se beneficiaram da nova conjuntura política da Ucrânia — erguendo fortunas enquanto os conflitos instigados pelo golpe de 2014 deixavam 14 mil mortos no leste do país. Entre eles está Hunter Biden, filho do atual presidente dos EUA.
5/24
Hunter atua há duas décadas como lobista, beneficiando-se dos contatos do pai para obter vantagens e acordos lucrativos. Após a ascensão de Joe Biden ao cargo de vice-presidente e a queda de Yanukovich , Hunter vislumbrou ótimas oportunidades de negócios na Ucrânia.
6/24
Após tornar-se presidente da Ucrânia, Poroshenko colaborou passivamente com a operação de destruição da capacidade produtiva nacional tocada pelo judiciário ucraniano, ajudando a liquidar empresas nacionais e a entregar setores da economia ao controle de estrangeiros.
7/24
O modus operandi guarda semelhanças com a devastação do setor produtivo brasileiro causado pela Operação Lava Jato. Na Ucrânia, a operação foi viabilizada por uma parceria "anticorrupção" firmada entre o judiciário ucraniano e o governo estadunidense.
8/24
O acordo dava ao Departamento de Justiça dos EUA o direito de indicar conselheiros de justiça, promotores e juízes para atuar diretamente no judiciário da Ucrânia, além de financiar a formação de advogados e quadros do judiciário ucraniano em Washington.
9/24
Entre as empresas que foram submetidas à intervenção "anticorrupção" está a Burisma — uma das maiores produtoras de petróleo e gás natural da Ucrânia. O proprietário, Mykola Zlochevsk, passou a sofrer perseguição de promotores locais, assessorados por órgãos dos EUA.
10/24
Imposto como um dos conselheiros da empresa, Hunter Biden assumiu a liderança da Burisma após o congelamento dos bens de Zlochevsk. Também ingressaram no conselho da Burisma Joseph Cofer Black, ex-diretor de operações da CIA, e Devon Archer, ex-assessor de de John Kerry.
11/24
Após a intervenção, a Burisma prosseguiu operando de forma obscura, sem divulgar resultados financeiros. Entre 2014 e 2016, a empresa expandiu suas operações no Leste Europeu e firmou acordo de cooperação com a KazMunayGas, empresa estatal de petróleo e gás do Cazaquistão.
12/24
A empresa logo se tornou um alvo do procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin. Embora inicialmente alinhado à política de Poroshenko, Shokin passou a buscar a consolidação de um projeto político próprio calcado na retórica moralista e no discurso anticorrupção.
13/24
O procurador acusou a Burisma de praticar lavagem de dinheiro, fraudes contábeis e abriu 15 investigações para apurar irregularidades. Joe Biden passou então a pressionar Poroshenko para abafar as investigações sobre as atividades criminosas conduzidas por seu filho.
14/24
Poroshenko receava que a demissão do procurador-geral, vinculado à retórica anticorrupção, pudesse ter impacto negativo em sua imagem. Para convencer o ucraniano a encobrir os negócios de seu filho, Joe Biden chantageou Poroshenko com uma oferta de um bilhão de dólares.
15/24
O montante era proveniente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que negociava um acordo com o governo ucraniano. Biden assegurou que daria aval para a concessão do empréstimo, contanto que o procurador-geral fosse substituído por um nome subserviente.
16/24
As conversas telefônicas entre Poroshenko e Joe Biden acerca da substituição do promotor-geral em troca do empréstimo foram gravadas. Em maio de 2020, os áudios foram publicados pelo deputado ucraniano Andriy Derkach.
17/24
No diálogo capturado em fevereiro de 2016, Poroshenko assegura a Biden que seu filho, Hunter, não é alvo de nenhuma investigação, e informa que solicitou a renúncia do procurador-geral: "Há uma hora atrás, ele me trouxe sua carta de renúncia.".
18/24
Na gravação de um outro telefonema em março de 2016, Biden vincula explicitamente a concessão do empréstimo à nomeação de um procurador-geral cooptado. "Conte-me sobre seu novo procurador-geral. Eu preparei a assinatura pública de um compromisso de 1 bilhão de dólares."
19/24
A chantagem de Biden funcionou. A Ucrânia encontrava-se mergulhada em uma crise fiscal e enfrentava uma série de processos movidos pela Rússia, motivados pela rescisão de contratos após o golpe de 2014. Após demitir Shokin, Poroshenko nomeou Yuri Lutsenko como procurador.
20/24
Lutsenko não tinha experiência jurídica. Ele havia sido preso por corrupção e abuso de poder em 2010, mas foi beneficiado por uma anistia concedida aos políticos de direita apoiaram o Euromaidan. Após assumir o cargo, Lutsenko arquivou as acusações contra a Burisma.
21/24
Em maio de 2016, Biden ligou para parabenizar Poroshenko. "Você trabalhou muito bem. (...) E agora que o novo procurador-geral está no cargo, estou pronto para movimentar a assinatura da cobertura nova de 1 bilhão de dólares de empréstimos como garantia."
22/24
As gravações não deixam dúvidas sobre o envolvimento de Poroshenko e Biden em atos de corrupção, tráfico de influência, suborno, entre outros crimes. Também evidenciam a falta de independência do FMI, instrumentalizado em prol de interesses particulares obscuros,...
23/24
..e demonstram o grau extremo de submissão do governo ucraniano à Casa Branca. Apesar da gravidade das denúncias, a imprensa ocidental se apressou em abafar o caso, receosa de que sua divulgação prejudicasse a campanha presidencial de Joe Biden.
24/24
Leitura complementar:
"O segredo de Biden na Ucrânia: o que há de tão monstruoso que leva a sua completa omissão midiática?". Artigo na Revista Intertelas:
O bairro do Bixiga, em São Paulo, abriga uma casa centenária com fama de mal assombrada. Trata-se da residência de Sebastiana de Melo Freire, a Dona Yayá. Uma mulher muito rica, com uma história trágica — e que viveu até a sua morte como prisioneira da própria casa...
1/25
Sebastiana de Melo Freire, mais conhecida como Dona Yayá, nasceu em Mogi das Cruzes, em 1887. Ela pertencia a uma das famílias mais aristocráticas do interior paulista. Seu pai, Manuel de Almeida Melo Freire, era dono de fazendas e um político muito influente.
2/25
Manuel ocupou por três vezes o cargo de deputado na Assembleia Provincial de São Paulo e foi senador do Congresso Legislativo paulista.
Apesar da origem privilegiada, a vida de Yayá foi marcada desde a infância por uma série de tragédias e vicissitudes.
Há 49 anos, falecia o ator e cantor Paul Robeson. Comunista, ele travou uma luta incansável contra a segregação racial nos EUA — e se tornou um dos artistas mais perseguidos pelo governo norte-americano. Contamos sua história hoje no @operamundi
Paul Robeson nasceu em Princeton, Nova Jersey, filho do reverendo William Robeson, um ex-escravo que lutou na Guerra de Secessão, e da professora Maria Louisa Bustill, descendente de uma proeminente família Quaker, ativa na campanha abolicionista.
2/25
Estudante aplicado, Robeson recebeu uma bolsa de estudos do Rutgers College, tornando-se um dos primeiros negros a ingressar na instituição. Dedicou-se paralelamente à carreira esportiva, distinguindo-se como jogador de futebol americano.
Que Hitler era um pintor frustrado, todos sabem. Mas você sabe onde foram parar as obras que ele pintou? Ou o que aconteceu com todas aquelas obras glorificando o nazismo produzidas pelos artistas do 3º Reich?
A grande maioria está preservada nesse local nos Estados Unidos
1/16
O Centro de História Militar do Exército dos Estados Unidos, localizado em Fort Belvoir, na Virgínia, possui a maior coleção de arte nazista do mundo. São milhares de itens, cuidadosamente conservados na reserva técnica da instituição.
2/16
A coleção abarca pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, cartazes e livros produzidos por artistas vinculados ao regime nazista, tais como Hubert Lanzinger, Hermann Otto Hoyer, Emil Scheibe e Wilhelm Sauter.
Há 64 anos, Patrice Lumumba, líder do movimento de independência da República Democrática do Congo, era assassinado em uma conspiração golpista apoiada pelos governos dos EUA, Reino Unido e Bélgica. Contamos essa história hoje no @operamundi
Patrice Lumumba nasceu em 02/07/1925, na aldeia de Onalua, no Congo Belga, em uma família de camponeses. Após concluir o ensino básico em escolas cristãs da região, mudou-se para Kindu, onde trabalhou em uma empresa de mineração.
2/25
Posteriormente, estabeleceu-se em Stanleyville, onde trabalhou nos correios. Dedicou-se paralelamente ao estudo das ciências sociais, tornando-se um intelectual autodidata e desenvolvendo uma visão crítica sobre a opressão colonial a que a Bélgica submetia o seu país.
O Brasil tornou-se guardião de mais um tesouro da humanidade. Manuscritos e documentos históricos do abolicionista Luiz Gama foram listados como Patrimônio da Humanidade pela Unesco — a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
1/10
O conjunto tombado irá integrar o programa "Memória do Mundo", criado pela Unesco em 1992. A iniciativa visa garantir a conservação e a difusão dos documentos mais relevantes para a história da humanidade.
2/10
Advogado, escritor e jornalista, Luiz Gama é o Patrono da Abolição da Escravatura no Brasil. Ele foi responsável por libertar mais de 500 escravizados através de ações na justiça. Seu nome está gravado no Livro de Aço dos Heróis Nacionais desde 2018.
Há 106 anos, os revolucionários Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, líderes do Levante Espartaquista, eram assassinados por grupos paramilitares a serviço do governo social-democrata alemão. Contamos essa história hoje no @operamundi
Derrotada ao término da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha mergulhou em um período de profundas transformações políticas. O imperador Guilherme II foi forçado a abdicar do trono após uma série de sublevações militares, que conduziram à abolição da monarquia.
2/25
Apoiador da revolta do oficialato, o Partido Social-Democrata (SPD) obteve a chefia do governo provisório, entregue a Friedrich Ebert, líder da ala moderada. Ebert logo frustraria os setores da esquerda que viam na turbulência a chance de iniciar uma revolução socialista.