Adolescente de 13 anos mata a mãe e o irmão pequeno a tiros por ser proibido de jogar no celular.
Um adolescente de 13 anos matou a tiros a sua mãe, Iranilda de Sousa Medeiros Araújo, de 47 anos, e o irmão mais novo, Gabriel de Sousa Medeiros Araújo, de 7 anos, dentro de casa, no município de Patos, sertão da Paraíba.
O crime aconteceu depois de uma discussão por notas baixas e proibição de jogos online, em específico, o jogo "Roblox". O pai do menino, que é um PM reformado, também foi baleado no tórax e está em estado grave.
Momentos antes do crime, o pai do garoto tomou o celular do filho e justificou a ação com o mal desempenho escolar. Em seguida, ele foi até uma farmácia comprar remédios para a esposa.
Foi nesse momento que o adolescente pegou a arma do pai, que estava "bem guardada" em um "armário de ferro fechado" no escritório, segundo o delegado Renato Leite.
"O pai chegou, tentou intervir para que ele soltasse a arma, e ele terminou efetuando um disparo contra o pai, que caiu na sala. O irmão, ao ver o pai caído, foi tentar socorrer, o abraçou, foi quando ele (o adolescente) atirou no irmão pelas costas", contou o delegado.
Ainda de acordo com Leite, o menino pediu socorro e tentou forjar um cenário de assalto dentro de casa. "Depois, friamente, ele guardou a arma onde estava, chamou o Samu e tentou simular que havia sido um assalto. Após todas as diligências, conseguimos elucidar o caso", explicou.
O menino contou à polícia que se sentiu pressionado por cobranças para estudar e cumprir tarefas domésticas, como arrumar a cama ou lavar a louça. O delegado contou à TV Sol que o rapaz estava tirando notas baixas e passava a maior parte do tempo em casa jogando online.
"Ele alegou que a motivação pra ter cometido o que fez foi porque os pais estavam privando ele de jogar um jogo. O jogo que ele estava jogando era "Roblox": a motivação que ele declarou ter sido a gota d'água hoje", afirmou o delegado, com base no depoimento do adolescente.
"Eu percebi que ele, quando soube que o pai ainda estava vivo, se assustou. Acho que ele estaria mais satisfeito se todos os três tivessem falecido", concluiu o delegado.
A investigação foi concluída e os corpos foram liberados para a família realizar o enterro. A arma usada no crime foi apreendida e encaminhada para perícia.
O adolescente teve sua internação provisória decretada e deve ser encaminhado para o Centro Educacional Do Adolescente da Paraíba, onde ficará à disposição da Justiça e do Ministério Público.
Ainda de acordo com o delegado, o menino, depois dos tiros, guardou a arma do pai e ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O pai está internado em estado grave no Hospital de Trauma de Campina Grande e corre os riscos de ficar paraplégico.
No início, o adolescente negou o ato infracional. Inclusive a própria polícia achava, a princípio, que ele era vítima, sobrevivente de uma chacina. Depois, contudo, no desenrolar das investigações, ele foi apontado como suspeito. E, na delegacia, acabou confessando.
O velório da mãe e do irmão vai acontecer numa igreja próxima da casa onde a família morava.
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