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Mar 29 60 tweets 15 min read
Um dos piores casos de tortura do Brasil: os irmãos que viviam pedindo ajuda ao Conselho Tutelar e eram ignorados. Eles eram torturados dentro de casa e, em um certo dia, foram assassinados e tiveram seus corpos esquartejados pelo próprio pai e a madrasta.
No dia 5 de setembro de 2008, em Ribeirão Pires, São Paulo, João Vitor dos Santos Rodrigues (13) e Igor Giovani dos Santos Rodrigues (12) foram assassinados pelo pai e a madrasta. Os garotos ficaram por cinco anos sem ver a mãe e falaram com ela dois meses antes do crime.
João Vitor e Igor Giovani moravam com o pai João Alexandre e a madrasta Eliana. Cláudia, a mãe biológica, morava em Jundiaí - SP. Ela morava com suas duas filhas, de 14 e 16 anos, de um outro casamento que ela teve antes mesmo de se relacionar com João Alexandre.
O relacionamento de João Alexandre e Cláudia era dito como abusivo. No início do romance, eles não tiveram problemas. Conforme o tempo passou, João se mostrou cada vez mais abusivo nas discussões, seguidas de agressões físicas e verbais.
João sempre alegava que Cláudia não poderia se separar dele, pois, segundo ele, “não tinha onde cair morta” e tampouco tinha para onde ir. Por isso, deveria aturá-lo. Além de violento e autoritário, ele começou a estender sua ira desnecessária às suas enteadas, durante 5 anos.
“As meninas estavam sofrendo muito. Todo dia, quando chegava do trabalho, ele perguntava que serviços elas tinham feito em casa. Como era eu quem arrumava tudo, ele tirava o prato de comida da frente delas e não deixava comer. As duas estavam morrendo de fome”, contou Cláudia.
Após anos de tantas agressões, uma amiga de Cláudia decidiu ajudá-la ao saber o que esta passava em casa. Tal amiga sugeriu que Cláudia saísse dali com suas filhas. Um dia, João chegou em casa e Cláudia e as meninas não estavam, somente os garotos.
Ele conseguiu encontrar Cláudia e implorou de joelhos para eles se reconciliarem, mas ela não quis. O ex persistia, mas ela negava. Como Cláudia não quis reatar o relacionamento, ele falou que, sendo assim, os meninos não iriam mais vê-la, já que eles eram bem cuidados por ele.
João Alexandre tratava os meninos como príncipes, alegou Cláudia. Porém, as enteadas eram torturadas. Então, não discutiu sobre ele ficar com os garotos, visto que ela estava muito preocupada com as filhas diante de tudo que ele já fez com elas.
Após um tempo, já que Cláudia não tinha permissão para ver os meninos, ela soube que Igor ficou doente – estava com bronquite. Preocupada, pediu para João Alexandre que a deixasse cuidar dele, mas ele agiu como era antes da separação: não só a impediu, também ameaçou agredi-la.
Em alguns momentos, ela conseguia encontrar Igor e João Vitor por acaso em alguns locais, como supermercados e igreja. Soube também que o pai estava cuidando bem deles. Ela não recorreu à Justiça em relação a João Alexandre por ter medo.
Com o passar do tempo, ela começou um novo relacionamento. Os meninos ainda se encontravam com o pai e João Alexandre também estava em um novo relacionamento. Foi dito que as crianças chamavam a Eliane, sua madrasta, de mãe, pois eram bem cuidados por ela.
O filho de Eliane, Thiago, que teve suas demais informações pessoais preservadas, alegou que, antes de ir morar com sua tia, presenciou o pai dos meninos agredindo-os por duas vezes seguidas, ambas por motivos banais.
Cláudia, em um determinado momento da sua vida em que teve problemas de saúde, ficou sabendo no hospital que um dos seus filhos, após apresentar hematomas pelo corpo, passou cerca de 10 meses em um abrigo antes de retornar para a casa do pai.
Cláudia não tinha conhecimento de nada e afirmava que o Conselho Tutelar nunca a procurou para falar sobre seus filhos. Soube-se também que, naquele período, havia pelo menos três boletins de ocorrência contra João Alexandre e sua esposa, Eliane, por maus tratos aos meninos.
João Alexandre foi investigado pela polícia por abandono dos filhos, pois o pai deixou os filhos vivendo sozinho na casa que ele morava com a mãe das crianças. Quando os filhos foram entregues ao pai, os maus tratos voltaram a acontecer.
João Vitor e Igor relataram que apanhavam com vara de bambu e que ficavam de castigos por quaisquer coisas. Contaram que a Eliane, sua madrasta, os obrigavam a comer papel e chocolate com sal até eles vomitarem. O motivo era porque eles haviam comido pão escondido.
Em um certo dia, por ter urinado na cama, João Vitor foi colocado de pé olhando para a parede durante a noite toda. João e Igor foram avaliados psicologicamente por várias instituições ligadas à área da infância e todas descrevem que eles possuíam pavor da madrasta.
Notaram também que os irmãos relatavam sucessivamente os episódios de maus tratos da madrasta com eles. Igor apresentava dificuldades na fala por conta dos maus tratos.
Descobriu-se que, além dos 10 meses que eles ficaram no abrigo, os dois ficaram outros um ano e um mês em outro abrigo, mas sempre retornavam para a casa do pai. Nos abrigos, eles sempre alegavam que não queriam retornar para casa.
Em uma carta escrita por João Vitor em uma avaliação, em um dos abrigos, disse: “Queria ter uma vida tranquila. Queria ter minha mãe. Queria ver meu avô. Queria ser policial. Queria amar os outros e não ter inveja. Queria ter Deus no coração. Queria ter uma bicicleta.”
Segundo a promotora criminal Mylene Comploier, com base em tudo que os garotos sofreram — maio de 2005 a março de 2007 -, João e Eliane demonstravam extrema crueldade nos tratos e na educação de Igor e João Vitor.
Mylene chegou a denunciar o casal, e já havia um processo criminal com mais de 200 páginas que estava tramitando na justiça quando os fatos ocorreram. Os meninos tinham a intenção de morar com a mãe, mas não sabiam como chegar até ela.
Houve momentos em que os garotos saíam de casa por vontade própria, pois era mais tranquilo passar a noite na rua. Alguns guardas, quando os viam, levavam os para o Conselho Tutelar, mas logo eram levados para a casa do pai novamente.
Eles pediram ajuda a uma tia, para intermediar um contato deles com a mãe, porém ela não sabia onde Cláudia estava. Essa mesma tia conseguiu contato com o atual companheiro de Cláudia e, então, aparentemente marcaram um encontro da mãe com os meninos, mas a mãe não apareceu.
Posteriormente, Cláudia explicou que não compareceu ao encontro porque não ficou sabendo sobre. Ela conta que, ao chegar em casa, após saber que os meninos queriam falar com ela, o namorado dela notou que ela não estava bem de saúde e não repassou o recado sobre o encontro.
Cláudia ficou sabendo do encontro que havia sido marcado somente na madrugada do dia em que ela já deveria ter encontrado os filhos. Ao todo, é noticiado que os meninos ficaram 5 anos sem ver a mãe.
Em uma determinada noite, houve um desentendimento na casa dos meninos, então eles saíram escondidos com algumas peças de roupas na intenção de não voltar mais.
Eles foram encontrados pelos guardas andando na rua, levados para a delegacia e, lá, pediram para ir a um abrigo, porém foram encaminhados para um Conselho Tutelar e, de lá, foram levados para a casa do pai novamente.
Em uma matéria, foi dito que no dia 6 de setembro de 2008, um rapaz estava fazendo, durante a manhã, uma limpeza de um terreno em um bairro de Ribeirão Pires e notou que havia um cachorro se aproximando dos sacos de lixo.
O rapaz percebeu que, em um dos sacos, havia algo parecido com carne, mas, pelo aspecto da pele, pensou ser de porco. Porém, estranhou a quantidade. De imediato chamou um vizinho para que ajudasse a verificar, então, notaram que era uma pessoa e logo chamaram a polícia.
Em uma outra matéria, conta-se que os coletores de lixo, na noite do dia 5 de setembro de 2008, por volta das 23 horas - horas antes do encontro do lixo no terreno -, faziam a coleta do lixo quando algo travou o triturador do caminhão.
Então, os coletores foram verificar o que ocorreu, notando que eram partes de uma pessoa, avisando a polícia logo em seguida. Pelos horários das duas versões, ambas ocorreram em sequência na mesma cidade.
Fora outras partes dos corpos que foram encontrados em outras áreas da cidade em sacos de lixo, posteriormente, descobriu-se que, além dos corpos serem cortados, foram parcialmente queimados dentro de sacos plásticos.
Após algum tempo, a polícia conseguiu identificar quem eram as vítimas deste crime tão assustador. João Vitor e Igor Giovani, os meninos que dois dias antes tinham pedido para ir para um abrigo para não voltarem para a casa.
Os policiais foram até a casa na qual os meninos residiam com o pai e a madrasta. Inicialmente eles não foram atendidos, mas perceberam que haviam luzes acesas na casa que logo foram apagadas e que, em volta da casa, estava um forte cheiro de cloro.
Sem ter como fugir, Eliane atendeu os policiais e foi levada para a delegacia. Descobriu-se que ela havia ligado para familiares do seu marido alegando que as crianças haviam desaparecido, mas ela não havia comunicado a polícia esse fato.
João Alexandre, o pai, foi preso em seu local de trabalho. Em uma verificação breve na casa, a polícia encontrou diversos rastros do crime, como: objetos com sangue, local onde o fogo foi aceso, além de vestígios dos garotos em uma fossa atrás da casa.
O casal acusava um ao outro: João dizia que Eliane que asfixiou, queimou, esquartejou e logo se desfez dos corpos, mas Eliane dizia que foi ele quem matou os filhos e ela ajudou a desfazer os rastros. Na reconstituição dos fatos, confirmou-se que os dois cometeram o crime juntos.
No dia 16 de dezembro de 2010, o segurança João Alexandre Rodrigues – pai dos meninos, de 43 anos – e a mulher dele – Eliana Aparecida Antunes Rodrigues, de 36 anos – foram condenados pela morte e esquartejamento de duas crianças, uma de 12 e outra de 13 anos.
A sentença foi anunciada pelo juiz José Wellington Bezerra da Costa Neto no começo da noite, no fórum de Ribeirão Pires, no ABC.
O segurança foi condenado a 67 anos, um mês e dez dias de reclusão por duplo homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver; e a mulher, a 59 anos, seis meses e 20 dias pelos mesmos crimes.
As penas foram aumentadas em 1/3, pois os jurados levaram ainda em consideração as quatro qualificadoras (motivo torpe, meio cruel, as vítimas serem menores de 14 anos e a dificuldade de defesa).
As autoridades ressaltam que nenhum dos dois demonstrou algum tipo de arrependimento ou emoção durante a apuração de todos os fatos e os julgamentos.
Além disso, o juiz também apontou como agravante o fato de o executor ser pai das vítimas, elevando a pena de José Wellington em mais 1/3 . A madrasta foi condenada ainda por ter estimulado as crianças a saírem de casa dias antes do crime.
O crime ocorreu em 5 de setembro de 2008. As vítimas, Igor e João Vitor, eram filhos do segurança e enteados da mulher. O julgamento teve início no dia 15 de dezembro de 2010, quando ocorreram os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa e dos réus.
O juiz decidiu suspender a sessão às 20h após o pai das crianças prestar depoimento no fórum. Antes dele, a madrasta das vítimas assumiu que ajudou a esquartejar os dois enteados, de 12 e 13 anos.
No dia seguinte, o júri foi retomado para a realização dos debates entre acusação e defesa. O promotor Abner Castorino, que iniciou os debates, apresentou a carta escrita por um dos garotos e emocionou o júri composto por sete mulheres.
Na carta que foi escrita por João Vitor, o garoto mais velho, quando ele estava no abrigo sob cuidados do Conselho Tutelar, o adolescente falava de seus sonhos. Uma das juradas presente não conteve as lágrimas.
Logo depois, os advogados de defesa de João Alexandre sustentaram a tese de que o assassinato dos filhos dele não foi intencional. Na tese da defesa, ele foi omisso e negligente como o pai e usou o saco plástico na cabeça de uma das crianças apenas para aplicar um corretivo.
Em um primeiro momento, o advogado Antônio Gonçalves contou que o segurança é filho de um militar, o que justificava uma postura mais rígida e severa na relação com os filhos.
Posteriormente, o outro advogado, Reynaldo Fransozo Cardoso, citou cenas do filme 'Tropa de Elite' para mostrar que “sacos plásticos [na cabeça] e tapas na orelha” podem ser utilizados com o intuito de aplicar corretivos e não matar.
Em seu depoimento, o pai dos meninos negou ter assassinado os filhos e disse que confessou o crime na época por ser pressionado pela polícia.
Eliana Rodrigues afirmou que João Alexandre ameaçou matar o filho dela de outro relacionamento caso ela não ajudasse. “Ele falou que, se qualquer coisa desse errado, ele mataria o Thiago [filho dela]”, disse.
Eliana contou que ele utilizou sacolas plásticas para asfixiá-los e pediu que ela trouxesse lençóis e querosene. “Na cozinha, vi o João Vitor e o Igor no chão. Levei [o querosene] para ele lá nos fundos da casa. Ele jogou querosene, riscou o fósforo e jogou nos meninos.”
“Os corpos carbonizaram e ele me mandou pegar uma faca na cozinha. Ele me deu a faca e pediu para tirar os órgãos do menino e jogar no balde. Depois eu não vi mais os órgãos dentro do balde, não sabia onde estavam.”
Eliana contou que os pedaços dos corpos dos meninos foram colocados em cinco sacos plásticos. Dois foram deixados em ruas próximas e três em frente à própria casa.
De acordo com o delegado que prestou depoimento antes dela como testemunha, as vísceras das crianças foram encontradas no sistema de esgoto da casa.
Contra a madrasta, além das acusações de homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual, recai também uma acusação de que ela teria estimulado a saída dos garotos de casa, dias antes do crime.
O promotor também mostrou as fotos da reconstuição do crime, a faca e a foice utilizadas para matar e esfaquear as crianças. A mãe das crianças acompanhou o segundo dia de julgamento e a leitura da sentença. Até o momento, não há maiores informações.

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