Os astronautas a bordo das missões Apollo 11, 12 e 17 coletaram diversas amostras do solo da Lua e trouxeram de volta pra Terra. A ideia era estudar esse material e guardar algumas amostras para experimentos futuros com tecnologias que ainda nem tinham sido inventadas.
Agora, 50 anos no futuro, um grupo da Universidade da Flórida conseguiu cultivar a planta Arabidopsis thaliana em várias dessas amostras! Isso é impressionante considerando que o solo Lunar é muito pobre em nutrientes.
Essa planta foi escolhida porque ela é bem pequenininha e fácil de crescer. Ela é usada rotineiramente como um organismo modelo em diversas áreas de pesquisa, então já temos o seu genoma mapeado e sabemos como ela se comporta em diferentes condições.
Como esperado, o solo Lunar não pode ser considerado benigno. As plantas demoraram bastante para crescer, e apresentavam vários sinais de estresse. Os danos causados pela radiação no solo fazem com que as plantas cresçam como se estivessem em estresse oxidativo.
Ainda assim, esse estudo mostrou que é *sim* possível cultivas plantas em solo Lunar! Isso vai ser importante para viabilizar futuras missões de longa estadia na Lua. O próximo passo agora é otimizar o substrato pra que ele possa ser benigno para as plantinhas 🌱🌿
Na astroquímica, nós simulamos as condições espaciais em laboratório para poder estudar as reações químicas do espaço. Um dos primeiros experimentos desse tipo já trouxe resultados importantíssimos sobre a origem da vida.
O experimento das ~paradas amarelas~ de Greenberg
🧵
Antes de começarmos, só um disclaimer: o “paradas amarelas” é uma tradução livre do inglês “yellow stuff”. Eu sou do Rio, então eu traduzi para “paradas”, mas você pode chamar de negócio, bagaça, trem, o que seu coração mandar. De volta pra thread!
O experimento das paradas amarelas foi realizado pelo Dr. J. Mayo Greenberg na Universidade de Leiden, lá nos anos 1980. A ideia era investigar a evolução química dos gelos que recobrem os grãos interestelares.
Os átomos e moléculas interagem de maneira única com a radiação eletromagnética. Dependendo das condições do meio onde eles estão, eles irão emitir ou absorver ondas de uma forma característica para cada espécie química—como um código de barras.
Já falei um pouco dessa analogia nessa thread aqui: